Capítulo 2 - Meu namoro, minhas regras

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   Queria poder dizer que gosto de bebidas alcóolicas.

   Quero encontrar qualquer desculpa ou bode expiatório para a minha insanidade ontem à noite.

   Tenho certeza que, qualquer que fosse o assunto, o que a professora Kayama está dizendo nesse momento, é importante. É uma pena que eu simplesmente tenha largado minha alma no elevador do prédio. Não consigo processar nenhuma de suas palavras e às vezes parece que desliguei o som do mundo.

   Ele aceitou.

   Vou poder conquistar Midoriya.

   Mas vou ter que ser a falsa namorada de alguém.

   Ah, meu Deus! Vou ter que ser a namorada de mentira de Bakugou Katsuki!

   — Puta merda! — choramingo.

   Saiu mais alto do que eu esperava.

   A sala toda, de repente, está olhando para mim. Umas 50 cabeças de jovens e adultos me encarando e pelo menos, metade disso rindo da minha cara.

   Tenho vontade de sair correndo.

   A professora Kayama para a explicação.

   — Uraraka? — ela diz — Quer nos dizer o que te aflige?

   — Não, desculpe. — Sei que devo estar com o rosto vermelho agora. Não é do meu feitio xingar tão explicitamente. Talvez eu só esteja perdendo a cabeça. 

   — Eu insisto, querida. Você parece tensa.

   Apesar de soar como uma provocação, a conheço bem o suficiente para saber que é só uma fofoqueira de primeira.

   — Não é nada, eu só estava pensando alto — digo.

   Ela continua me encarando por um segundo, mas então sorri e volta a explicar sobre parasitas ou coisa parecida.

   Eu suspiro e me ajeito na cadeira. Pelo menos o resto da sala voltou-se para frente.

   Ainda não acredito que fiz isso. Minha mãe sempre me diz que eu deveria ser um pouco mais espontânea, não pensar tanto nas coisas e que as melhores decisões vêm quando você segue o seu coração.

   Aposto que ela ficaria decepcionada com o que eu resolvi fazer com o conselho dela.

   Do outro lado do campus, nesse momento, tem um homem que aceitou embarcar na minha loucura de conquistar alguém que nem sabe que eu existo, em troca de um namoro falso e uma vida de mentiras para a própria mãe. 

   É insanidade.

   Pior, foi ideia minha!

   Me afundo na cadeira mais um pouco.

   Eu nem o conheço. Somos praticamente estranhos. 

   A gente nem tem química! 

   Bom, eu acho que não, pelo menos.

   De qualquer forma, precisaríamos construir uma para convencer a família dele dessa história. Precisaríamos de uma história primeiro. 

   Deus, seria o próprio desastre!

   O alarme tocou no exato momento em que eu já estava cogitando dar uma Britney Spears em 2007 e quebrar o carro mais próximo de alguém com um guarda chuva. Afinal, todo mundo merece um dia de loucura alguma vez.

   Jogo dentro da mochila tudo o que tinha sobre a carteira. Me levanto apressada, precisando ir ao banheiro para lavar o rosto e por os pensamentos em ordem. 

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⏰ Última atualização: Mar 28, 2022 ⏰

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