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Querido diário 

Hoje e meu aniversário  de dezesseis  anos, também faz um ano que estou ao lado de Estevão eu o amo perdidamente, ele me faz feliz e sempre está do meu lado diariamente.

Meu coração  chora pela saudade que tenho da minha família.

Diariamente  me pergunto se minha irmã já se casou eu queria tanto vê-la vestida de  noiva.

Sinto muita falta da minha mãezinha e também sinto falta da proteção  que os braços  do meu pai me causava.

Não posso reclamar sempre fui muito amada por todos da minha família.

Tenho muita revolta pela Alzira e sempre me mantenho distante.

Paro de escreve quanto  três batidas na porta são nitidamente  ouvidas.

Levanto-me e escondo meu diário  embaixo do meu travesseiro e antes que eu consiga abrir a porta me sinto enjoada e uma tontura me pega desprevenida. 

Quando penso que vou cair sinto mãos fortes me segurar.

_Está preciosa._ Ele me carrega e ver que estou pálida._Vou te colocar na cama.

_Não precisa estou marido...

_Não._Ele me deita na cama e joga uma manta em mim._Vou manda alguém chamar nossa vó.

Estevão sai do quarto me deixando sozinha com meus pensamentos passo a mão na minha barriga já tem três meses  que minha regra não vem, e estou com bastante  enjoos, Kira tem certeza  que no meu ventre cresce uma vida, mais pedir para ela não  contar para ninguem.

Uma mulher cigana não pode ser tocada sexualmente pelo o marido no período inteiro da gestação.

Não quero que Estevão se afasta de mim, estamos em um momento tão bom e harmonioso.

_Há bebe se papai descobrir  você ele não vai tocar na mamãe até você nascer._Suspiro passando  a mão no meu ventre.

Logo Estevão e dona Mariana  com a senhora Leonor entram no quarto.

_Meu neto espere lá fora._Estevão se aproxima e beija minha cabeça e sai do quarto fechando a porta._Deite na cama minha menina e levanta o vestido.

Eu  obedeço  dona Mariana e levanto meu vestido me deitando na cama, vejo dona Leonor lavar as mãos na bacia de água.

_Abre as pernas._Dona Leonor se aproxima, eu tento  levantar  e fico com vergonha.

_Não por favor...

_Vamos Ana abre as pernas._ Eu nego com a cabeça._Vou precisar chamar seu marido?

_Não vo... Eu..._Eu começo a chorar com vergonha que outras pessoas vejam minha intimidade. _Eu...

Minha vó abre a porta e chama  Estevão que logo entra no quarto.

_Ela não quer abri as pernas para Leonor ver se ela está prenha.

_Abre as pernas minha preciosa. _ Estevão fala com a voz calma._ Vamos deixar dona Leonor de examinar, ela é a melhor parteira.

_Não... por favor marido..._peço mais pela cara de Estevão sei que ele logo vai perde a paciência.

_Abre as pernas agora eu estou mandando._Ele me olha colocando toda sua autoridade e superioridade  em mim_ESTOU MANDANDO.

Sem alternativa   abro as pernas lágrimas pela vergonha escorre no meu rosto. Estevão se aproxima e arruma minha perna e levanta um pouco mais meu vestido.

Dona Leonor  me abre e lentamente enfia o dedo dentro de mim como se fosse um animal prenha, ela movimenta o dedo sinto ela enfiando mais fundo, sinto um incômodo  e uma dor.

_Ela está prenha de mais de três  meses._ Ela fala tirando a mão._Ela esta indo para os quatro meses.

Vejo Estevão me olhando orgulhoso pela notícia.

Ela olha minha barriga e confirma que está tudo perfeito com a criança.

_Vou benzer uma água para a menina tomar banho._Ela fala para tona Mariana que está com uma expressão  de felicidade _Vou olhar nas cartas o sexo da criança.

_Faça isso Leonor. _ Dona Mariana se aproxima do Estêvão._Parabens meu filho fizestes  um herdeiro.

_Obrigado  vó._Ele beija a mão da vó_ Hoje vou dar uma festa para só com homens para  comemorar  o futuro líder do bando.

"O futuro líder?" E se for uma menina? 

_Mais marido..._Ele me olha com um sorriso._ E se for uma menina.

O sorriso  de Estevão morre rapidamente e uma expressão  confusa toma conta do seu rosto.

_Pelo seu bem que seja um herdeiro. _Ele se aproxima._ Ou vou der  que te engravidar ainda no leitor de parto.

Estevão me beija na cabeça e se retira do quarto me deixando sozinha com dona Mariana.

_Uma menina também vai ser uma benção criança._Ela se aproxima_ Mais o primeiro  filho tem que ser homem, os outros pode ser todas mulheres que ele vai ficar  feliz.

Fico em silêncio, prefiro pensar do que far besteira.

o fardo da mulher não é fácil parece que toda responsabilidade recai sobre meus ombros.

Me lembro da minha mãe e me pergunto se vou ser tão boa quanto ela.

Ela sempre deve a enorme capacidade de ouvir o silêncio.
Adivinhar sentimentos.
Encontrar a palavra certa nos momentos incertos.
Nos fortalecer quando tudo ao nosso redor parece ruir.
Sabedoria emprestada dos deuses para nos proteger e amparar.

Sua existência é em si um ato de amor.
Gerar, cuidar, nutrir.
Amar, amar, amar...
Amar com um amor incondicional que nada espera em troca.
Afeto desmedido e incontido, minha mãe é um ser infinito.
Eu quero a mãe que ela sempre foi.



Amor ciganoOnde histórias criam vida. Descubra agora