Em frente a sua mesa, Erwin examinava as evidências encontradas na cena de um certo crime, o qual tinha a potencial chance de se tornar uma das maiores dores de cabeça da sua carreira. Ou melhor dizendo, já estava sendo.
Quando o estrondo da porta ecoou por seu escritório, o comandante apenas ergueu a cabeça, encontrando os orbes azuis claro do seu melhor agente fitando-o com um olhar enfurecedor. Estava fulo, óbvio, e isto sem provavelmente saber de toda a verdade.
— Levi...eu sei que está zangado, mas eu provavelmente tenho a resposta para sua dúvida. — Começou o comandante, procurando as palavras certas para conversar com aquele homem de pouca paciência.
— Ótimo, porque estou muito interessado em saber porque fui feito de palhaço pela milésima vez. Eu sabia que trabalhar com um velho seria uma merda, mas não imaginava que seria tanto ao ponto de ter que trabalhar em dois casos sozinhos. Mas não se preocupe eu os resolvi .— Despejou aquelas palavras, arremessando duas pastas de relatório sobre a mesa do loiro, indignado.—
— O velho Charles está morto. — Disse Erwin fazendo o semblante de ódio do homem a sua frente se desvanecer por completo. Parecia não acreditar em suas palavras, e ter uma ponta de remorso por suas recentes palavras no fundo dos seus olhos sombrios.—
Depois de milésimos de segundo em silêncio, Levi finalmente reagiu expelindo palavras de dúvida.
—(. . .) O que aconteceu?
— Charles estava investigando um caso a parte. Um homicídio de outro agente da polícia. Eu o designei para esse trabalho, mas assim como o outro investigador, ele morreu por uma " infeliz fatalidade do destino".
— Eu não acredito muito em fatalidades do destino, Erwin. Principalmente quando acontecem mais de uma vez. Me deixa ficar com o caso. Ele era meu parceiro. É o mínimo que eu posso fazer pelo velho.
—Não. — Respondeu Erwin, já esperando o questionamento do amigo.—
— Como?
— Não posso te dar o caso, Zackly o arquivou por falta de provas circunstânciais. Você sabe, sem provas não há crime. —
— Maldito... é sempre a mesma coisa. . .— praguejou para si, ao se ver sem opções.
— Eu tentarei reverter a situação, mas preciso de tempo. Por enquanto, estou mais preocupado com sua situação.
— Minha situação?
—Sim, você está sem parceiro, e depois que seu saiu da prisão e foi morar com você. . .Ninguém parece muito interessado em ocupar o lugar de Charles.
— As pessoas tem a péssima mania de se meter na vida dos outros. — Espetou, Levi.
— Seu tio foi um dos homens mais procurados desse país. Kenny, o estripador. — Relembrou o loiro, não tirando a razão dos seus subordinados. Kenny Ackerman não parecia o tipo de homem que as pessoas podiam confiar.
— Não acho que matar policiais corruptos seja um crime em si. Além disso, o idiota parece arrependido. — Destacou Levi, sem expressar muita emoção, não parecia ter total certeza do que estava dizendo, mas tampouco, alguma dúvida. Kenny estava a um bom tempo sem se meter em confusões, e devido a uma pequena dívida do passado, o moreno decidiu dar um voto de confiança ao ex- criminoso.
— Certo. . .como seja. Eu não tenho direito de me meter nos seus assuntos pessoais, enquanto eles não interferirem no seu trabalho aqui.
— Isso é tudo? Eu estou cansado e pretendo ir ao enterro do meu ex- parceiro. Espero que não me deixe excluído da ação só porque não tenho um parceiro a altura. Talvez devêssemos dar importância aquele velho ditado: Antes só, que mal acompanhado? — Disse o moreno com seu típico humor negro, tentando dar aquela conversa como encerrada.—
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Dupla perfeita
Misterio / SuspensoLevi Ackerman é um policial perturbado por estranhos sonhos e pesadelos. Com a enigmática morte do seu parceiro de trabalho, é obrigado a trabalhar ao lado de uma excêntrica e peculiar mulher, que lhe causa estranhas sensações de nostalgia.