Caos

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Trabalhando na polícia, Levi já havia lidado com diversos tipos de situações. Desde tentativas de homicídios a sequestros, apreensões de drogas a tiroteios. Até mesmo matar, ele já havia matado. Não havia mais nada no mundo  capaz surpreendê -lo. Nada.

Ou, ao menos era isso que ele acreditava a alguns minutos atrás, antes de deixar o caloroso e hospitaleiro hotel no qual estava hospedado, para sair com sua parceira em uma busca desvairada por uma amostra de DNA.

Mmm. . .vai. . .— Hange mordeu o lábio inferior com força, hábito costumeiro de quando queria conter sua excitação ou ansiedade. —  Vai logo. . .

—Merda, você tá me apertando. . . — Se queixou Levi com a respiração agitada e a testa levemente suada, afinal, já estavam naquela posição a algum tempo.—

—Quase. . .quase. Ah ah, entrou!— Gemeu a tenente de forma escandalosa sem apartar o cabelo suado do rosto, prensando o corpo do companheiro contra a grade da quadra de esportes, onde a aula de Howard Volker transcorria tranquilamente.—

— Saco, eu não vou falar de novo, Hange.Me deixa respirar!— Ameaçou, olhando a parceira por cima do ombro com uma carranca assustadora. Zoe se afastou dando alguns passos para trás, permitindo que este tomasse um pouco de ar.—

Para Levi, haviam ficado claro 3 coisas. 1° Hange não sabia respeitar o espaço pessoal das pessoas. 2° Desconhecia o termo descrição. E 3° e mais importante: Além de maluca, aquela mulher era forte como um touro. A NASA precisava saber da existência dela.

Em tese, se o potencial assassino e seus alunos não estivessem tão compenetrados na aula, talvez tivessem confundindo aquela ridícula cena como um exótico ato sexual, e muito provavelmente, Hange seria o " dominante" naquela situação.

— Tch, até quando pretendia narrar aquele maldito jogo de basquete na minha orelha? Você disse que conseguiríamos pegar o cara ainda essa semana. — disse Levi confrontando a mulher a sua frente, enquanto seu cérebro raciocinava o número de germes que poderiam estar por seu corpo naquele momento por ter tocado aquela grade de ferro. Ele precisava de um banho. Urgente.—

—  Eu adoraria torturá -lo. . .— começou Hange rompendo seu próprio silêncio, retirando os óculos e evidenciando uma expressão, a qual Levi ainda não conhecia. Estava séria, e fitava ao professor de educação física com olhos de pura aversão. Quase ódio.—. . . e arrancar algumas unhas dele, ou até mesmo, um dos testículos do maldito.  Mas com isso, perderíamos nossas credenciais.Não vale a pena. Prometi ao Erwin que pegaríamos o assassino o mais  rápido possível, e é isso o que eu farei.— ela acrescentou, recolocando os óculos sobre a ponta do nariz, mantendo uma expressão neutra. Levi poderia ter achado aquilo sexy, se a cinco minutos atrás, ela não estivesse surtando por um jogo de basquete idiota.— 

— É? Como pretende fazer isso? Gemendo mais um pouco?— questionou o moreno, cruzando os braços ao peito, evidenciando sua impaciência. —

— Está vendo aquela garrafa de água? Ela é a solução dos nossos problemas. — apontou com o índice, com sorriso sorrateiro.— Mas. . .

Levi bufou. " mas " palavra a qual a maioria das pessoas usa para noticiar uma tragédia ou empecilho. E ele sinceramente esperava que não fosse a segunda opção.

— "Mas" o quê? — resmungou estimulando-a continuar, embora não soubesse se realmente queria saber o restante daquela frase.—

— " Maaas " — Repetiu, esta vez, acrescentando mais vogais.—Vamos ter que seguir meu plano, aos mínimos detalhes, para que Howard não perceba NADA. — Esclareceu convicta.—

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