Estava atrasada. Não entendia como Fernanda pudera se enganar quanto ao horário da viagem. Em geral Fernanda era uma pessoa por demais organizada. Desceu do táxi, arrastando a mala de rodinhas através da calçada movimentada até o saguão da empresa. Além da mala, carregava também uma bolsa onde Sapeca estava tranquilamente acomodado, um tubo onde estavam acondicionados os projetos, um laptop, além de sua própria bolsa.
Apesar de ter se arrumando num intervalo de tempo recorde, tinha certeza de que passava e muito do horário em que deveriam ter saído do centro do ria de janeiro em direção a região serrana. Fato que foi comprovado ao ver expressão carrancuda de Gabriel, que logo a viu e se aproximou, e já foi reclamando.
_ Está atrasada.
_ Eu sei... Desculpe-me. _ Carolina pediu enquanto tentava controla Sapeca que tentava sair de seu confinamento. _ Onde esta Fernanda?
Vendo ela lutar com a bagagem, Gabriel transferiu o que podia para seus próprios braços, enquanto encaminhava se para o estacionamento sem ao menos olhar para trás. Esperava que Carolina tivesse o bom senso de segui-lo. Um atraso de quinze minutos era algo razoável. Mais meia hora já seria um exagero, mais o que dizer a uma pessoa que chegará com duas horas de atraso?
Abriu a porta traseira do carro e jogou as pertence da Carolina no banco de trás. Um gato preto pulou furioso em seu peito, fincando as garras e feriado-o. Sem pensar, segurou o animal com as duas mãos, pronto para jogar-lo longe quando um grito o impediu.
_Pare!
Mantendo o gato afastado do seu corpo, Gabriel voltou-se para observar Carolina que largando a mala no chão correu para retira o gato de suas mãos. Uma terrível constatação se formou em sua mente.
_ Este animal é seu?
_Sim, ele é meu.
Carolina respondeu no mesmo tom jocoso e retornou alguns passos para buscar a mala, esquecida no chão. Tinha absoluta certeza de que sairiam as dezessete horas, e não as onze horas como descobrira ao receber o telefonema aflito de Fernanda
Não aceitará ser tratada com desprezo. Afinal, ele nem sequer perguntou o motivo do atraso! Colocou a mala no bagageiro e deu a volta no carro, ignorando a a carranca de Gabriel.
Gabe entrou no carro e sentou-se atrás vó volante, ainda furioso. Durante boa parte do percurso se recusou a dirigir a palavra a Carolina, que por sua vez virou as costas ostensivamente e observava a rua através da janela.
Quando pegou a estrada que os levaria a região serrana, deixando para trás a cidade, Gabriel percebeu o quanto estava sendo infantil com aquela atitude. Não poderiam trabalhar se não conseguisse se entender. Admitindo que seu comportamento irracional foi exagerado, e foi o primeiro a pedir desculpas.
_ Eu não pretendia jogar o gato.
Carolina sentou-se corretamente no banco do carro, ignorando a vontade de massagear os músculos do pescoço, extremamente dolorido devido a posição forçada de seu corpo, e lançou um olhar desacreditado para Gabriel.
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" Anjo da Sorte" . ( Concluído ).
Romance"Tricologia irmãos Angelis" {Livro 1} Uma mulher atrapalhada, precisa ter um bom anjo da guarda! As coisas nunca permaneciam as mesmas por onde Carolina passava. Desde criança tinha uma enorme propensão para causar pequenos a...