Capítulo 2

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Mackenzie

Com o passar do tempo me sinto cada vez envolvida com minhas atribuições enquanto médica residente no tão renomado Chicago Memorial Hospital. A rotina de trabalho é exigente e consigo dormir  4 horas de sono é algo que se mostra cada vez mais raro. Muitas vezes, revezamos entre nós um cochilo noturno para que todos os residentes consigam seguir com as horas de trabalho.

Mas não me queixo. Nunca. nunca mesmo. Amo o que faço e isso torna essas renúncias um sacrifício que aceito de bom grado. Eu escolhi essa profissão e lutei muito para chegar até essa posição em que me encontro. Vivi por esse objetivo. Me tornar médica foi o por boa parte a minha vida o meu maior sonho e eu estou vivendo esse sonho agora e serei a melhor médica que posso me tornar para que meus pacientes recebam o melhor tratamento possível. Sem exceção.

Apesar de dormir pouco e trabalhar muito, eu, na verdade, me sinto plena e feliz. Eu estou onde sempre sonhei, trabalhando com o que acredito ser a profissão mais nobre e mais importante do mundo. E é por isso que encho meu peito de orgulho todas as vezes que acerto uma pergunta feita pelo Dr. Salomon.

Ele está se preparando para uma cirurgia quando passa por nós. Estamos todos analisando com atenção os preparativos, embora nesse momento Arturo demonstre concentração plena no que está fazendo e não nos dê muita atenção.

— Mackenzie, quero você na sala de cirurgia comigo. Os demais devem acompanhar de longe, atrás daquele vidro. — Arturo aponta para uma pequena sala no segundo piso que dá vista para o centro cirúrgico que ocupamos no momento.

Minhas mãos estão suando frio. Em 4 semanas de residência é a primeira vez que o Doutor Arturo convida algum de nós para lhe prestar suporte na cirurgia. E ele jogou isso no ar como se fosse qualquer informação vaga.

O incidente ficou para trás e ela é sempre convidada para auxiliar nas cirurgias e parece incansável na busca por conhecimento. Arturo ouve pacientes elogiando a jovem médica e ela começa a ser disputada, não somente por ter se formado como a primeira da classe, mas porque gostam de ouvir suas opiniões sobre caso de diferentes especialidades.

O caso a nossa frente não é nada grave. Se trata de uma apendicite aguda, mas o paciente está fora de risco. De qualquer forma, para quem vai fazer isso a primeira vez a situação toda se torna extremamente emocionante.

Eu respiro fundo e deixo o ar sair pela boca enquanto faço a pequena incisão abdominal. Dr. Arturo acompanha tudo de perto, seguido por dois enfermeiros. O silêncio na sala é sepulcral, interrompido apenas pelo barulho da máscara de medição que está ligada ao paciente.

Cerca de 40 minutos depois encerramos a cirurgia. O paciente está bem e é levado para o quarto, onde repousará por algum tempo.

— Muito bem, Drª Mackenzie. — Escuto a voz grave dizer atrás de mim. — Você foi muito bem.

Eu olho para Arturo e não posso esconder a minha felicidade em receber o seu elogio. Atrás do vidro no segundo andar, Alison e Stephanie me olham com desprezo enquanto cochicham entre si.

— Agora preciso que volte para a ala de pacientes renais. Quero reunir a turma para passar algumas instruções da universidade.

Nos reunimos todos ansiosos para ouvir seu pronunciamento. Arturo se aproxima da turma e nos encara com seriedade.

— Residentes, é hora de vocês escolherem as especialidades que lhe interessam. Como vocês puderam ver, a rotina no CMH não é fácil, há muito o que se fazer e tem trabalho suficiente para todo mundo. Basta demonstrar talento e qualidade para fazer parte desse time de profissionais.

CEO DILACERADO - COM ELA AONDE QUER QUE EU VÁOnde histórias criam vida. Descubra agora