PRÓLOGO

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E a gente já começa com MARATONA DE 3 capítulos!

Mas se preparem que o que vem por aí não vai ser fácil...

Recomendo que leitores sensíveis a temas de violência não leiam este capítulo.

Comentem bastante, meus amores.

Comentem bastante, meus amores

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Arturo – 10 anos atrás.

Eu passo pela placa que indica a ala de queimados do hospital. O silêncio é sepulcral, considerando que os pacientes internados aqui estão em estado grave de saúde. Passo reto por diversas portas fechadas – eles também demandam privacidade por conta de seus ferimentos.

Chego ao quarto 82. Bato levemente na porta e ela rapidamente é aberta. Uma jovem de mais ou menos 15 anos me olha com semblante de alegria, o sorriso estampado no seu rosto.

— Doutor Salomon. — Ela abre a porta e me dá passagem. — Ele acabou de cochilar. Eu olho para a cama em que o menino está deitado. Ele teve 30% do corpo queimado após um acidente com gás encanado na casa em que mora com a irmã mais velha e o avô, que no momento está cochilando na poltrona mais próxima da cama do paciente.

A menina me observa com atenção e ansiedade.

— Já sabe quando terá alta? — Ela pergunta, não contendo a curiosidade que lhe assola. Eu faço mistério por um pequeno tempo, mas também não consigo me segurar para lhe dar a boa notícia.

— Amanhã de manhã. O primeiro médico do plantão passará aqui para dar alta!

Ela pula e solta um gritinho de excitação.

— Eu não acredito! Vamos passar o Natal reunidos!!! — Diz a menina animadamente. — Obrigada, Doutor Salomon. O senhor foi um anjo em nossas vidas. — O irmão se mexe um pouco na cama incomodado por ter o sono interrompido pelos ruídos.

Eu rio cansado. Estou no último atendimento de meu plantão de 24 horas. Sinto que posso desmaiar de sono a qualquer momento, mas não posso deixar de vibrar com ela pela alta que se aproxima. Faz 4 meses que ele chegou no hospital. A pele estava completamente ferida por conta das queimaduras e o menino desacordado por conta do choque da dor insuportável. O avô os acompanhou, mas era a irmã tão mirrada quem o carregava. Ele tem 7 anos e ela claramente estava tirando forças de seu âmago para suportar o peso e a dor.

Se fosse em outro período eles não conseguiriam atendimento aqui. Provavelmente o garoto seria levado para um hospital de estrutura bem menor, sem o potencial de recuperação que oferecemos no CMH (Chicago Memorial Hospital).

Eles só estão aqui porque eu lutei para oferecermos atendimento filantrópico a grupos vulneráveis. A ala é pequena, e é claro que pretendo lutar por sua expansão em algum momento. Mas por hora sou extremamente grato ao meu sogro (NOME DO SOGRO), diretor geral do hospital, por ter atendido ao meu pedido. E tenho certeza de que a menina sorridente na minha frente também é grata.

CEO DILACERADO - COM ELA AONDE QUER QUE EU VÁOnde histórias criam vida. Descubra agora