7. Talvez seja

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   Sara moveu as mãos do rosto de Ava para seu pescoço com a intenção de se apoiar melhor e trazer a Sharpe para ainda mais perto de si, querendo sentir cada toque possível da maior. Ava inclinava seu corpo levemente para alcançar a menor. Suas línguas não brigavam por dominância, em vez disso, atuavam com sincronismo como em uma dança.

   Ava sentia o próprio peito batendo mais forte a cada segundo em que sentia o sabor dos lábios de Sara Lance, sua mente tentava processar se aquilo não se tratava de um sonho muito bom inspirado em um de seus filmes clichês. Mas quando sentiu Sara mordendo levemente seu lábio inferior, soube que não havia nada mais real do que aquilo. Sorriu com a constatação.

   Lance interrompeu o beijo por alguns segundos, abrindo os olhos e se deparando com a atriz ainda há alguns centímetros de sua boca, tendo o rosto ainda segurado por Sara e sorrindo enquanto abria os olhos lentamente. Sara sabia, no topo daquela montanha, de frente para o restante de toda Mountain City, que em mil vidas jamais se depararia com outra vista tão bonita quanto Ava Sharpe e a luz do sol iluminando seu rosto que mais parecia uma luz própria que a Sharpe irradiava.

   Ela poderia ficar ali por horas, apenas beijando a mulher que parecia ter saído de um de seus sonhos e observar a imagem que deixaria qualquer pintor como Da Vinci ou Michelangelo com inveja, pois nenhum deles tinham o mesmo privilégio de contemplar e registrar mentalmente a mulher que só poderia ser a reencarnação de Afrodite.

   Mas, como de costume, o momento foi interrompido quando um dos cavalos relinchou e se pôs a correr pelo caminho em que elas vieram. As duas se olharam rindo da situação, sem terem o momento adequado para falarem sobre o momento compartilhado, Sara apenas puxou Ava por uma das mãos, as duas montando na égua e em seguida galopando atrás do Speeder.

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    No caminho de volta para casa, há somente 15 minutos da fazenda, Ava tentava não se entregar ao sono enquanto observava Sara de canto, pensando em como o dia delas havia sido incrível.

   Depois de recuperarem Speeder no meio do caminho, levaram os cavalos de volta e arrumaram um pano listrado onde espalharam organizadamente os alimentos trazidos por Sara na cesta. Comeram enquanto compartilhavam fatos sobre si mesmas, e se permitiram utilizar um pouco do tempo de sobra que tinham para trocarem mais beijos. Por fim, Sara apresentou todo o imóvel e arredores por onde ela e Laurel cresceram correndo.

   Agora que Sara dirigia de volta para a pousada, Ava não conseguia parar de pensar em como ela se sentia bem ao lado da menor. Era uma sensação tão nova que o mais perto que a Sharpe poderia assemelhar era ao conforto de um lar. Não era como se a partir dali elas fossem morar juntas, casar e adotar um cachorro, Sara ainda era uma pessoa que Ava não conhecia direito. Mas ainda sim, era como se a conhecesse há mais tempo do que poderia contar.

   S: Não sei por que você está me olhando assim, mas eu estou gostando.

   A: Assim como?

   S: Como se quisesse me beijar.

   A: Isso é alguma indireta? Acho que você já me beijou demais hoje, não acha?

   S: Não chegou nem perto do demais em termos de quantitativo, mas se você quiser, estou dentro.

   Ava revirou os olhos em um sorriso e voltou seu olhar para frente, de longe reparou uma movimentação incomum na praça da cidade.

   A: O que é isso?

   S: Noite de cinema. Eu estava pensando em te levar, mas não acho que você aguentaria ficar acordada durante o filme levando em consideração o quão cansada você está.

31 Dias Para Amar - AvalanceOnde histórias criam vida. Descubra agora