Lottie.

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Tomlinson parou um pouco antes do beco e cheirou todo o conteúdo do saquinho o enfiando no bolso, sentiu que só aquilo não acalmaria seu corpo mas o coração começou a acelerar já que ele havia ingerido muito rápido. Respirou fundo e continuou seu caminho até a rua em que ficava o beco, para o seu azar Any foi a primeira pessoa a avista-lo quando chegou no beco. A loira esperou que Louis se aproximasse e viu o rosto dele sob a luz branca da rua, percebeu que os olhos estavam vermelhos e inchados como se tivesse chorado a poucos minutos, mas não deixou de ver as pupilas quase cobrindo o azul dos olhos do mais novo.

— Você não veio aqui me ver. — Any disse de braços cruzados.

— Não. — ele respondeu sério.

— Não foi uma pergunta Louis. — a loira analisou as roupas que provavelmente seriam pra dormir. — volta pra sua casa, você já está bem drogado.

— Any, agora não por favor. — Louis disse procurando o mesmo traficante da outra semana.

— Eu estou falando sério Louis, já não bastou você quase morrer nesse chão? — Any segurou os braços do adolescente o fazendo a olhar. — seus amigos quase morreram de preocupação, e ainda tem o Harry...

— Não, não foi! Você não sabe de nada, não sabe da porra da minha vida. — Tomlinson começou a falar e limpou uma lágrima teimosa que escorreu em sua bochecha. — me deixa fazer o que eu vim fazer, você não precisa lidar com isso também, não é sua obrigação, não é obrigação de ninguém. E eles não vão saber disso, muito menos o Harry.

Ele se soltou dela e viu o traficante caminhando até eles, esperava que Any realmente o deixasse em paz. Ela não tinha que agir como sua mãe, Louis não queria magoar mais ninguém.

— Garoto, o que vai querer hoje? — o homem perguntou sorrindo maldoso.

— Cara não... — Any tentou dizer e Louis a interrompeu.

— Preciso de qualquer coisa que seja forte... Você tem heroína? — Louis pediu com as mãos no bolso do moletom.

— Ai vai ser mais caro. — o traficante disse ainda sorrindo.

— Eu tenho isso. — o mais novo mostrou o pouco dinheiro que tinha e viu o homem levantar uma sobrancelha o olhando. — tudo bem...

— Vem garoto. — o homem de cabelos escuros o chamou se virando e começando a andar calmamente.

Louis começou a segui-lo e olhou pra trás rapidamente vendo Any com um semblante triste, voltou a olhar pra frente tentando esquecer qualquer coisa já que seu corpo fervia querendo qualquer tipo de droga.

Depois de minutos que pareciam ter sido horas, o homem jogou a seringa junto com o elástico e a droga para Louis, o deixando sozinho. O adolescente só percebeu que estava chorando quando soluçou amarrando o elástico no braço para achar sua veia com mais facilidade, ele respirou fundo e injetou a maior quantidade do líquido que conseguiu. Louis sabia que havia injetado demais, e percebeu aquilo em seu corpo quando sentiu seus músculos doerem e seu coração acelerar de uma maneira que ele nunca havia sentido antes.

Alguns minutos depois ele começou a ficar fora de si, do jeito que queria, do jeito que sempre ficava. Era daquilo que ele precisava, a visão ficava turva e o corpo estava leve como uma pena. Louis não conseguia distinguir o que eram lembranças e o que era realidade naquele momento, então não soube dizer se Any entrando naquele quarto pequeno e caindo aos pedaços foi uma ilusão de sua mente ou realmente aconteceu.

— Lou... — a mulher se sentou ao lado do adolescente batendo em seu rosto de leve para ver se ele estava em um estado consciente. — Louis vem!

Para a sorte dela, ele estava um pouco consciente e apenas muito chapado, então ela puxou colocando a camiseta dele de volta e o braço dele ao redor do pescoço dela. A perca de peso de Louis se mostrava mais naquele momento e mesmo que ela se preocupasse com aquilo, o peso de Louis a ajudava levar ele para fora daquele lugar sem muito esforço.

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