Em 8 anos Natasha e Kira já haviam vivido as coisas mais loucas do mundo. Natasha já havia lutado contra alienígenas, contra robôs, contra humanos geneticamente modificados e feito incontáveis missões como heroína, de fato ela havia apagado seu passado, ou pelo menos parte dele. Já Kira havia viajado o mundo e em todos os países pelos quais passou deixará um rastro longo de sangue, não tão diferente de Natasha e os Vingadores, a única diferença era quem eles eram os heróis e Kira a vilã, que provavelmente seria presa por eles e nunca mais veria o sol, porque o governo a colocaria em uma prisão de segurança máxima e o problema seria resolvido, ou como ela gostava de dizer: abafado. Semyonova havia feito uma grande quantia de dinheiro com os assassinatos cobrados, era o suficiente para nunca mais ter que matar, mas ela decidiu estender aquilo por mais alguns anos.
Em contrapartida, Natasha Romanoff assistia sua família se auto destruindo naquele aeroporto, ela novamente perderia tudo, era o que martelava em sua cabeça. Romanoff não queria assumir um lado, estava sendo obrigada a tal coisa, era lógico, ela escolhia a família, entretanto a família estava cega por um ódio imaturo que teria sido resolvido com um pouco de conversa. Mas não existe conversa entre Tony Stark e Steve Rogers, existe?
Natasha não ajudou só a Tony durante aquela batalha interna entre eles, ela também ajudou Steve no final e aquilo foi muito para a verem como uma traidora, a traidora que a Sala Vermelha a criou para ser. A russa ruiva então fugiu, não tinha medo, apenas não queria ser presa em um prisão de segurança máxima também, não era um monstro perigoso para ser enjaulado. Torceu para que as coisas fossem resolvidas caso um dia voltasse para eles.
Consecutivamente a àquele acontecimento, Kira era atacada nas ruas de Berlim — Sim, ela também estava lá, mas sua missão ali não era ser parceira de Natasha ou tentar salvar ela, então ela apenas ignorou a bagunça do aeroporto e partiu para seu novo assassinato. Os nomes de seus clientes nunca eram revelados, eles apenas chegavam até ela baseados em um número de telefone hackeado, faziam a encomenda e depositavam a grana em uma conta corrente e assim o trabalho era executado, bem, literalmente.
Mas daquela vez foi diferente, o seu telefone tocou e Kira o atendeu, ela nunca falava nada, era uma forma de segurança e caso tivesse que falar usaria um modificador de voz, naquele momento uma risada sinistra pôde ser ouvida do outro lado, a risada que arrepiou todos os pêlos do corpo dela.
── Viúva Marrom, eu preciso que mate um tal de Treinador, tem me dado muito trabalho e prejuízo nos últimos tempos. ── aquela voz e aquela risada não eram estranhas para Kira, porém ela não quis acreditar em sua intuição, balançou a cabeça e deixou aquela hipótese para trás. Ele havia morrido, não havia? Elas nunca tiveram uma confirmação, não se certificaram da eficácia da explosão há 8 anos atrás, entretanto era impossível, não é? Dreykov estava morto, ela havia assistido a explosão.
No fim da ligação, seu coração batia apressado no peito, suas mãos transpiravam e sua noção de espaço foi diminuindo, como se as paredes do cômodo estivessem se fechando, como se o ar não entrasse mais em seus pulmões. Kira tentava respirar fundo e não conseguia, seus olhos já derramavam lágrimas sem nenhum esforço, era um choro silencioso e ao mesmo tempo barulhento. Semyonova apoiou-se na parede e escorregou para o chão, segurou sua cabeça com as mãos e se encolheu no canto pequeno, aquela era só umas das várias crises de pânico das quais ela já tivera ao longo daqueles anos. O seu inferno parecia estar mais vivo do que nunca agora.
Demorou algumas horas para que a mulher de trinta e um anos se levantasse, que deixasse a sensação de pânico para trás, ela se convenceu de que era impossível ele estar vivo e então o ar voltou para seus pulmões e o choro desapareceu. Kira se levantou e se preparou, novamente o estado de sua mente fodida pela Sala Vermelha teria que ficar para depois.
Todas as informações da missão eram dadas pelo e-mail, fornecido por uma mensagem enviada por ela pelo celular hackeado, o número da conta também era dado ali e então era só preparar sua melhor abordagem e concluir o combinado.
Naquele mesmo dia, no final dele, Kira foi até o local que lhe foi dado em um dos emails, o centro de Berlim estava pouco movimentado e o seu carro alugado havia ficado para trás. A mulher sentiu todos os pêlos de seu corpo se arrepiarem novamente e ela nem sabia bem o porquê. Foi quando uma pessoa em um traje preto, máscara e escudo nas costas pulou na frente da jovem Viúva Marrom.
── Que porra é essa? ── Kira berrou ao dar um pulo para trás e parar em posição de ataque. Mas nada foi dito da outra pessoa, o ser estranho apenas mostrou as garras e atacou Semyonova, que prontamente desviou do golpe. ── Já percebi que você é o tal Treinador.
Aquela luta foi intensa, a mais insana que Kira já havia tido desde que saiu da Sala Vermelha e no início foi até prazeroso ter um oponente que continuou de pé depois de alguns minutos de luta, diferente dos outros que morreram rápido demais. Contudo e depois de mais alguns longos minutos, Kira se cansou e enfim percebeu, o Treinador era imparável e incansável, sem falar na forma como ele imitava seus movimentos e os usava contra ela mesma.
Cansada e com dificuldade de continuar aquela luta, Kira se distraiu e um golpe, que poderia ter sido fatal, lhe foi acertado, ela caiu no chão sem forças e quase que desacordada, então viu o Treinador tirando uma seringa com um líquido vermelho de um de seus bolsos, o conteúdo vermelho fora injetado em seu pescoço, fazendo Kira desmaiar em seguida, aquilo foi o suficiente para Semyonova finalmente perceber tudo. Sua intuição nunca esteve errada, Dreykov de fato estava vivo e a Sala Vermelha ainda estava lá.
Não muito longe dali e fugindo do governo dos Estados Unidos, Natasha foi pega desprevenida por um grupo grande de garotas em trajes pretos. Romanoff girou olhando em volta, não teve tempo de lutar e nem mesmo de correr, pelo menos cinco garotas a seguraram e antes que ela pudesse piscar ou tentar se soltar, uma outra injetou uma seringa com o mesmo líquido vermelho nela também, perdendo o restante de suas forças ela também desmaiou. Naquele momento ela também entendeu tudo, o trabalho de 8 anos atrás não havia sido concluído com sucesso, pela primeira vez na história de suas vidas como assassinas elas haviam falhado.
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[1141] esse capítulo tem gatilhos, perdão caso alguém se sinta incômodado, mas eu já havia avisado que teria temas sensíveis.
e eu pensei muito sobre continuar ou não esse livro, pois, aparentemente, vocês não estão curtindo muito, porém meti um foda-se e vou continuar com ele, eu amo como tem ficado e isso já basta para mim e talvez tenha outras pessoas que também gostem, então é isso <3
