Niklaus Mikaelson era um ser milenar, já havia conhecido diversos lugares e cometido atos monstruosos ao seu bel prazer. Afinal, não havia nada que o subjugasse, nada acima dele para o impedir de cometer tais feitos. O mundo era o seu tabuleiro e as pessoas meras peças de xadrez. Sendo assim, não havia muitas coisas pela qual Klaus acreditasse valer a pena lutar. Poder, reconhecimento, orgulho e família.
Está última que sempre lhe pareceu a mais complicada. Seus irmãos sempre pareciam fugir ou conspirar contra si, mesmo que ele mostrasse suas ações mais benevolentes. Assim foram com seus híbridos, uma tentativa falha de substituição. Houve Marcel, quem ele havia criado feito um filho e sofrera o luto por anos ao pensar que ele estava morto, para agora o encontrar governando sua cidade como dele, soberbo sobre Klaus.
Niklaus e seus irmãos quem transformaram New Orleans no que ela era hoje, eles a fundaram quando não passava de um pequeno plano de mentes pequenas. Era claro, havia nome de fantoches por todos os lugares ao mencionar os fundadores da cidade. Afinal, Niklaus nunca podia se vangloriar de seus maiores feitos sem que seu pai o estivesse o perseguindo, mas no final todos sabiam quem realmente tinha a cidade em suas mãos, quem havia dado o dinheiro e trago a arte.
Agora, saindo de um bar após ter discutido com seu dissipulo e correndo a cidade cheia de vampiros que se quer disfarçavam sua natureza perante humanos, Klaus apenas poderia ver tudo o que lhe foi tirado por Marcel, quem havia considerado família, agindo pelas suas costas.
E havia Astrid, ele havia encontrando tudo o que almejava em uma única pessoa. Uma bruxa poderosa e leal, Astrid provavelmente fora sua conquista milenar. Com anseios humanos e bondade além do que ele julgava ser possível, ela se tornara também sua maior derrota ao pedir para ser deixada para trás.
Com tais pensamentos, Klaus fora entorpecido pela a fragrância única que era Astrid em meio a multidão do Quartel Francês. O híbrido voltou a erguer sua guarda, pensando ter se deixado vulnerável para que alguém invadisse sua mente, tornando possível jogar com ele, querendo lhe mostrar tudo o que deixará escapar por seus dedos.
— Maldição. — Proferiu enquanto olhava a sua volta.
Poucos se atreviam a continuar a contemplar o homem que possuía um olhar assassino enquanto cruzava as ruas, alguns até se esquivavam de sua aproximação evitando entrar em seu caminho. Deveria encontrar a pessoa corajosa o suficiente para invadir a sua mente, ele perseguiu o cheiro, imaginando encontrar um farsante.
Porém, quando mais aproximava-se mais o aroma lhe entorpecia, bruxas quanto mais poderosas, mais isso refletia em seu sangue e por sua vez, seu cheiro. Era um frenesi para aqueles que provaram e muitos jovens vampiros se quer podiam controlar seus instintos, mas Klaus era um Original e assim como era extremamente difícil invadirem sua mente, era igualmente difícil dele perder o controle.
Quando a mão de Astrid entrou em contato com sua pele, ele sabia que não se tratava de alguma ilusão ou truque. Não haviam como replicar aquilo com tanta precisão, até mesmo Klaus tentara em diversos quadros. A mão de Astrid era quase tão calorosa quantos seus olhos dirigos a Klaus, não havia mágoa naquele momento, apenas alegria por sua conquista. Astrid sabia o quanto quebrar o feitiço de aprisonamento que Esther havia posto nele era importante para Klaus, ela mesmo procurou uma solução durante anos. Então, sua felicidade genuína sem nenhum interesse em benefícios que aquilo traria, fora o suficiente para Klaus esboçar um sorriso presunçoso.
— Muitas coisas mudaram desde a última vez que nos vimos. — A frase quase soou como uma confidência.
Astrid pareceu refletir sobre isso e os poucos segundos de silêncio serviram para Klaus poder analisa-la. As maçãs altas em seu rosto eram quase imperceptíveis pelo formato como seu cabelo caia sobre o rosto, estavam um pouco mais curtos desde a última vez, os traços juvenis deram lugar a traços adultos, assim como o corpo magro que agora continha curvas acentuadas que lhe chamavam atenção mesmo com toda as roupas, ela com certeza havia mudado nos últimos quatro anos.
Ele desviou o olhar de seu corpo antes que fosse pego, meros segundos de contemplação, mas sabia que teria aquela imagem nítida em sua mente pelo resto dos tempos. Estando tão diferente e familiar ao mesmo tempo, seu sorriso e olhos que continham o mesmo brilho de antes, Klaus apenas pode constatar o quanto fora difícil deixar Astrid para trás, o quanto sentira sua falta.
Seu coração deu batidas mais fortes com as linhas invisíveis de energia que pareciam correr por suas entranhas. Outra coisa havia mudado, sua magia estava mais forte. Klaus soprou fracamente ao sentir aqueles tentáculos de energia correndo a sua volta passivamente, porém como um aviso de que poderia muito bem subjuga-lo, parecendo analisá-lo e reconhecendo sua áurea negra. Seus instintos mais primitivos estavam acordados, pequenos cabelos em sua nuca se arrepiavam com o poder a sua volta, pronto para atacar se necessário.
Sua voz o despertará novamente e olhando em seus olhos, Klaus jogou toda aqueles instintos o mais fundo que pode, junto ao seus diversos demônios acorrentados. Era claro que Rebekah a chamaria, sua irmã sempre procurava uma desculpa para reencontrar Astrid, não se importando se estivesse a colocando no fogo cruzado de New Orleans. A ideia de colocar Rebekah em um caixão novamente por isso passou em seus pensamentos. Porém, ali não era momento para suas fantasias de punições, Marcel muito provavelmente marandaria vampiros imbecis o perseguirem pela cidade.
— Venha, vamos para casa.
Ele a puxou delicadamente pelo cotovelo, a guiando pela beco antes de colocar a mão na parte inferior de suas costas e acelerar no meio da escuridão, parando apenas quando já estavam na parte menos urbana da cidade, sem pressa de chegar a mansão do antigo prefeito. Como ele contaria tudo para ela? De fato, muito havia mudado. Não apenas por seu lobo desperto, mas por alguém carregando um filho seu, algo que nunca passou nem pela mente mais criativa. Assim como Marcellus estava vivo, contradizendo novamente no que Klaus acreditava e para tentar se manter em paz com o vampiro, havia entregue Elijah em um caixão.
Talvez isso fosse o suficiente para Astrid partir novamente.
— Porque voltou, realmente? Imaginei que nossos caminhos tivessem tomado lados opostos. — A questionou ouvindo seu coração acelerar com a última declaração.
— Vocês precisam de ajuda, isso é o suficiente. — Sua voz não passou de um sussurro claro aos seus ouvidos sobrenaturais.
Ele não acreditava em sua resposta, poderia ter precisado de sua ajuda em Mystic Falls, uma bruxa para realizar o ritual, para manter-se ao seu lado quando sua família se virava contra ele, quando seus pais voltaram a vida desejando o matar, e mesmo assim ela não aparecera. Ele nunca a chamaria, não seria ele a colocar em risco, a poder destruir sua vida. Mas Klaus tinha total ciência de que Astrid sabia do que acontecia em suas vidas.
Talvez, agora estivesse preocupada pois Elijah não estava mais a visitando ou retornando suas ligações, era claro que Klaus sabia disso também. Para ele, Astrid estava ali por Elijah.
— Está tudo sobre controle. — A mentira saiu de seus lábios facilmente conforme seus pensamentos o aborreciam.
— Rebekah não me contou, mas não me chamaria por nada. — Persistiu inutilmente.
Klaus podia ver seu receio, talvez escondesse algo que não demoraria a ser descoberto por ele. Os dois continuaram a andar em silêncio, já dentro do campo de uma mansão branca, seus ouvidos podiam captar os pequenos animais noturnos, um coração batendo lá dentro tão nitidamente quanto ao do seu lado.
Talvez, se Klaus fosse humano seu próprio coração estivesse disparado em antecipação ao que poderia acontecer, porém ele se mantinha calmo, tão meticuloso quanto o próprio dono, com receio que desse brechas a qualquer um. Ao abrir a porta dando espaço para que Astrid entrasse, pode ver a lobisomen morena descendo as escadas rapidamente, parando ao notar que havia outra pessoa com Klaus e que não era Elijah com ele.
— Astrid, está é Hayley. — Falou com falsa diversão na voz, isso com certeza seria interessante. — A mulher que carrega o meu filho.
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have faith in me ━━━━ the originals
Fanfic❝A fé é um sentimento de total crença em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa.❞ Não existem muitas coisas pela qual Niklaus Mikaelson acha que vale a pena lutar. Poder, reconhec...