nine

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- Joel? - Lana perguntou baixo, a voz completamente insegura.
- Oi?
- Tudo bem? Você tá podendo falar agora? - Lana mordeu internamente o canto da bochecha esperando uma resposta do mexicano.
- Sim... Você... Você tá bem? - Joel perguntou de volta, o tom de voz entregando como ele havia achado estranho aquela ligação.
- Sim, sim. - Lana respirou fundo, criando coragem para perguntar o que realmente queria. - A gente pode se encontrar amanhã pra conversar? Eu queria muito falar contigo e... - Lana deixou a frase morrer, não sabia como terminar. Olhou para Christopher que saía do banheiro enrolado em uma toalha e agora andava pelo quarto com outra enxugando os cabelos molhados,  podendo vê-lo arquear uma das sobrancelhas a encarando, atento na conversa.
- Claro, claro que sim. - Joel respondeu simpático, porém, desconfiado. - Aconteceu alguma coisa, Lana?
- Não! Eu só... eu só preciso conversar um pouco. Te mando o lugar amanhã por mensagem. - A garota respondeu, não dando chance para que ele perguntasse mais sobre do que se tratava.
- Te vejo amanhã. - O rapaz se despediu e Lana encerrou a ligação.

- Você ver o seu ex namorado, em teoria, parece estranho... - Christopher chamou a atenção de Lana, que ainda olhava para o aparelho celular em sua mão. - Mas você marcar de ver ele, bem aqui na minha frente, é...
- Para de cena, Vélez! - Lana apontou para o rapaz, fazendo com que ele gargalhasse. Ela pôde reparar que agora ele vestia uma calça moletom preta e uma camisa da mesma cor e foi só então que lembrou da viagem. - O senhor eu sou foda, ela não me troca por ninguém não teria a sua confiança abalada por algo assim. - A garota falou de forma descontraída, imitando o jeito do namorado.
- E não teria mesmo... - Christopher falou baixo, rindo pelo nariz, enquanto se aproximava de Lana. Se inclinou sobre a cama, apoiando as mãos no colchão, uma de cada lado dela, para que pudesse beijar a garota.
- Você é muito convencido, Christopher. Isso sim! - Lana falou ainda com os lábios grudados aos dele, podendo sentir quando ele sorriu.
- O que eu posso fazer se sei que você é louca por mim, né? - Christopher mordeu o lábio inferior de Lana, pretendendo começar outro beijo mas, antes que o fizesse, ouviu o seu celular começar a tocar. Bufou, irritado com a interrupção, o que fez Lana rir de forma breve. Christopher se afastou, indo até a mesinha onde o celular estava, pegando o aparelho e o levando até o ouvido depois de deslizar o dedo polegar pela tela do mesmo. - Oi. - Sua voz estava séria. - Uhum, tô saindo. Ok... não demoro. - O rapaz respondeu de forma automática, suspirando ao desligar. - Preciso ir. - Avisou por fim.
- E, como sempre, algo nos atrapalha... - A menina tinha o tom brincalhão, mas no fundo, estava reclamando de verdade.
- Prometo te recompensar quando voltar. - Christopher sorriu de lado, fazendo com que Lana também sorrisse.
- Tá tudo bem... mesmo. - Lana garantiu, vendo Christopher acenar com a cabeça, concordando, mesmo que a contragosto. - As malas já estão lá embaixo?
- Sim.
- Vou com você até lá fora. - Lana levantou, colocando o celular sobre a cama.
- Sabe que não precisa. - Christopher tentou fazer com que ela não precisasse descer, já que estava pronta para dormir, mas Lana já estava de pé, ao seu lado, com a babá eletrônica em uma das mãos.
- Vem logo! - A garota segurou na mão dele com a sua livre, começando a andar em direção a porta, o que fez com que Christopher andasse também, rindo. Lana podia reclamar, se estressar, brigar com ele... mas sempre estava ali, o tratando, se preocupando e o olhando da forma que sempre o fez, desde o primeiro dia. O equatoriano se pegou pensando nas vezes que esquecida disso.

(...)

O dia em Miami havia amanhecido nublado, o que era raro naquela época. Karoline agradecia mentalmente por não ter que sair de casa naquele dia, podendo resolver tudo o que precisasse de seu notebook ou celular. Durante a manhã, assim que acordou, tomou seu café e respondeu seus e-mails, mais tarde, tomou um banho, colocou uma roupa confortável e decidiu ver um filme. Fazia tempo que não fazia algo apenas para passar o tempo, sem se preocupar com uma lista de atores para avaliar, e-mails de trabalho para responder, cenários para decidir. Sua mente precisava disso, desse descanso.

EQUIVOCADAOnde histórias criam vida. Descubra agora