Alone again

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~Pov Camila~

A única luz iluminando o quarto é a luz do corredor. Não é o suficiente para iluminar o quarto todo, tudo o que vejo são silhuetas e sombras.

A parede ainda continua com o líquido vermelho escorrendo por ela, meus olhos e os de Lauren não deixando a parede por um segundo.

"Lauren? Se isso não é você..." Eu pergunto sussurrando, mas não consigo terminar de formar a frase. Estou muito assustada agora. Eu espero que meu coração não saia do meu peito.

"Eu não sei, mas eu juro, não sou eu fazendo isso" Ela diz e anda para trás um pouco, longe do vidro que quebrou no pé dela.

A porta se fecha. Eu pulo com o susto. Agora não tem mais luz nenhuma no quarto, eu nem consigo ver Lauren.

Apenas um rastro de luz vindo da fechadura da porta, mas isso não é o suficiente para eu ver qualquer coisa.

"Lauren! Lauren!" Eu grito em pânico. Eu não gosto mais do escuro. Desde que eu vim morar aqui.

"Se acalma. Eu ainda to aqui" Escuto Lauren falar do lugar onde ela estava quando a porta de fechou.

Rapidamente eu procuro a blusa que tinha tirado antes de ir para a cama. Visto ela de novo, quando a acho perto da cama, igual a minha calça.

Antes que eu consiga sair da cama para ligar a luz, escuto passos vindo de fora do quarto.

É o único barulho no quarto, exceto pela minha respiração acelerada e o batimento do meu coração.

Minha cabeça se vira para a porta.

Vejo a sombra de dois pés na frente da porta, parando bem na frente. A sombra escura passa por debaixo da porta e se mistura na escuridão do quarto.

Assustada eu engatinho de volta para cama, até que sinto a ponta dela. É quando eu paro.

De novo o quarto está silencioso e essa vez eu escuto um ruído. Como se alguma coisa estivesse se arrastando no carpete.

"Lauren, isso é você?" Eu pergunto, e a resposta faz minha respiração parar.

"Não"

Eu não consigo localizar o ruído. É como se tivesse vindo de todos os lados.

Minha cabeça vira então meus olhos estão focados na porta novamente. Eu não sei porque, mas a luz me dá um sentimento de segurança. É tipo um refúgio.

Aí meu medo desaparece o suficiente para perceber que eu tenho que sair daqui. Levantar e ir para a luz.

Mas eu não consigo levantar.

Eu não tinha previsto a mão vindo de trás de mim. Eu só percebi quando a mão cobriu minha boca e o meu nariz de uma vez só. A mão é áspera e fede. Fede muito.

Imediatamente eu começo a chutar meu pé e tento gritar, o que não funciona, já que minha boca está tampada pela mão.

Eu não consigo respirar. Minhas mãos acham o caminho para a mão do estranho, tentando empurrar pra longe. Eu preciso de ar.

Aí eu sinto outra mão.

Dessa vez está no meu pescoço e está apertando forte.

Eu continuo lutando, tentando me afastar. Mas não funciona.

Eu escuto Lauren correndo pelo quarto e caindo algumas vezes. Provavelmente ela correu pelo vidro, já que escutei ele quebrando. As luzes se ligam e eu sei que é Lauren.

Seus olhos encaram assustados a coisa atrás de mim. Ela corre até a mim e tira a coisa de mim.

Eu caio na cama, pegando o máximo de ar que consigo.

"Camila! Corre!" Lauren grita, mas eu não consigo. Eu to recuperando o ar, e além disso, eu não posso deixar ela aqui.

Balanço minha cabeça.

"Só corre! Eu vou sobreviver!" Lauren grita. Então eu escuto a coisa que ela ta lutando. Soa horrível. Igual unhas arranhando quadro escolar.

Eu levanto da cama e corro para fora do quarto o mais rápido que posso. Eu sei que Lauren vai ficar bem. Ela tem que ficar.

Eu corro escada a baixo e no corro pelo último corredor, parando apenas quando vejo alguém na sala de estar quando eu passo.

Parecia que alguém estava flutuando na sala.

Devagar eu dou passos pra trás para dar uma olhada.

A vista é horrível. Duas cordas penduradas no teto. O nó na ponta da corda está preso no pescoço de duas pessoas familiares.

Os seus olhos bem abertos olhando para mim. Seus pescoços claramente cortados.

Minha mãe e irmã mais nova estão mortas, olhos vazios me encarando.

"Não" Eu sussurro e dou um passo para trás.

Eu não posso cair nisso. É só mais uma ilusão. Igual com Lucy.

Um movimento atrás dos corpos mortos me chama a atenção. Felizmente eu corro antes que a coisa me atinja. Agora atinge a parede atrás de mim.

"Eu tenho que sair daqui" Digo para mim mesma e corro na direção da porta. Eu abro a porta e corro para fora. As luzes da porta ligam quando eu passo o setor, me dando uma noção do campo que tenho que correr.

Corro para a direção das árvores. Espero que esteja salva na mata.

Antes de entrar na mata, olho para trás, vendo uma figura com cabelo marrom na janela me observando.

Rapidamente me viro de novo e volto a correr para a floresta com os braços para frente.
Meus olhos ainda não estão acostumados com o escuro e eu não quero dar de cara em uma árvore e morrer.

É claro que o problema não são as árvores, e sim as plantas pequenas. Antes que eu corra 200 metros, meu pé fica preso e eu caio no chão, gemendo de dor.

O sentimento de alguma coisa estar presa no meu pé direito me atinge. Rapidamente eu olho para ele e vejo uma planta prendendo ele. Meus olhos estão acostumados com o escuro agora.

Arranco a planta e liberto meu pé. Me levanto e não desperdiço um segundo correndo daquele lugar.

Eu corro até que parar. Estou muito cansada para continuar, mesmo sabendo que não estou tão longe da casa. Às vezes eu desejo ter uma condição melhor.

Eu me encosto em uma árvore e pego ar de novo. Quando olho para cima, encontro uma pequena cabana.

Faço uma carranca e caminho até lá. É uma cabana pequena. Talvez maior que um gazebo, mas é feito de madeira.

Isso pode ser um bom esconderijo.

Passo pela porta e ando um pouco. Não consigo ver nada e não tenho uma lanterna.

Espera um minuto...

Minha mão vai para meu bolso e eu sorrio quando pego meu celular. Posso usar isso como uma fonte de luz. Duvido que conecte aqui.

Eu ligo o celular e a luz ilumina o quarto. Está completamente vazio, a não ser por dois corpos no canto. Mais pra esqueletos no canto.

Parece que eles levaram tiro na cabeça.

Suspiro de novo e saio da cabana.

Até que eu bato no peito de alguém e de novo, mãos tapam a minha boca, não me deixando gritar....

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Meu deus, vocês não têm noção do sufoco que foi conseguir internet aqui onde eu estou...

Mas eu consegui! Até quarta!

The Dead GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora