Appassionato

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Doutor Cullen queria ter poder ter ficado mais um pouco aproveitando a presença da sua ruiva mas esse era o fardo da medicina.

Quando chegou ao hospital logo foi bombardeado por seus deveres profissionais,mal teve tempo para largar sua maleta em seu consultório.

— Mabel Müller — Resmungou o nome da garotinha enquanto escrevia algumas coisas no prontuário médico — Como está se sentindo?

— Com fome.

— Poderá saciar sua fome em breve — fechou o lote de papéis e o entregou para um interno,uma espécie de médico aprendiz.

— Sabia que hoje é meu aniversário?

— Seu aniversário? Nossa meus parabéns senhorita Müller — riu brincalhão — O que gostaria como presente?

— Ter um coração.

Carlilse supirou embora seu corpo não precisasse disto,ele mordeu o lábio e trocou olhares com os pais da menina. A mulher estava lacrimejando enquanto o marido a confortava segurando seus ombros.

Durante toda a sua vida,Doutor Cullen presenciou a morte de milhares de pessoas,da mesma forma que salvou outras milhares.

Por mais que ele fosse imortal,sabia e tinha consciência de que a morte é certeira e sempre chega. Até mesmo para um vampiro como ele.

O homem sorriu para a menina, levou sua mão até seu bolso e retirou um pedaço de papel. Pediu ao seu interno uma tesoura,este que saiu pela recepção pedir uma.

Carlilse recortou um coração e se aproximou da garotinha com ternura. Ele mostrou seu belo sorriso e entregou o pedaço de papel para a menina.

— Hoje eu não posso te dar um coração mas esse deve servir para lembrá-la que um dia poderá correr sem o risco de morrer — A menina, não falou nada,apenas sorriu de orelha a orelha.

— Obrigada — Agradeceu com olhos chorosos.

Carlilse deixou a paciente sob cuidados de seu interno e uma enfermeira para a dosagem de remédios. Enquanto ela tinha suas sondas trocadas e medicamentos aplicados,o médico vampiro conversava com os pais da menina.

[…]

Faltavam exatas duas horas para o plantão de Carlilse acabar,ele estava deitado na sala de sobre aviso de olhos fechados tentando acalmar sua mente.

Desde o dia que conheceu Giulia não conseguiu tirar ela de sua cabeça. Ele havia tentado ficar longe dela mas tudo o que buscava se virou contra ele.

Ele se perguntava como tudo isso poderia ter acontecido em praticamente duas semanas. Estava apaixonado por ela e ela por ele

Mas ele sentia que a ruiva escondia algo de si,um sentimento reprimido em seu coração a impedia de ser ela mesma em alguns instantes.

Carlilse apenas pensava no quanto se viciou no cheiro dela. Seus cabelos longos, vermelhos e brilhosos,sua pele delicada e olhos,ele amava tudo nela.

Poderiam dizer pelo hospital que era oficial, Doutor Cullen estava apaixonado por uma garota grávida,que chegou de paraquedas em sua vida.

— Doutor,Camile Beck está tendo uma parada cardíaca — Um residente falou ao abrir a porta.

Carlilse levantou-se e correu em direção ao quarto da garota,ao chegar lá aplicou mais choque em seu corpo e ordenou que aplicassem mais adrenalina.

Ele fez massagem cardíaca,mas nada adiantou.

— Hora do óbito 05:55

Cullen admitia que a pior parte de ser médico, é contar a família de seu paciente que este partiu para o encontro do criador.

O médico vampiro conversou com os pais de Camile,e como sempre foi doloroso. Mas no começo daquela manhã, Mabel Müller ganhou um coração.

Os pais de Camile autorizaram doar o coração da filha para a garotinha de nove anos. O fato era que as duas se conheceram na recepção,e dias antes de morrer,ela contou aos pais que gostaria de dar seu coração para Mabel.

[…]

A mansão Cullen estava aparentemente vazia, Carlilse dirigia seu carro a dois minutos de casa quando sentiu o maravilhoso cheiro de Giulia invadir suas narinas.

Quando estacionou o carro em frente da mansão, adentrou no casa sendo recebido pelo afeto de sua ruiva. Ela o abraçou e mostrou seu belo sorriso.

— Não deveria estar na aula?

— Sim mas eu faltei — o puxou pelas mãos para sentar no sofá.

— O que te levou a fazer isso? Pequena.

— Você me deixou sozinha e com vontade de-— Ele colou seu dedo indicador no lábio dela.

— Temos muito tempo querida — depositou um beijo em seus lábios — vou tomar um banho e a senhorita escolha um filme e faça pipoca.

Giulia sorriu para ele e pulou em seus braços,mas logo se afastou.

— Você está cheirando a morte-digo hospital.

— Não gosta de hospital amor?

— A-Amor? — Gaguejou.

— Sim?

— V-Você me chamou de-

Carlilse riu ao perceber o motivo da surpresa da garota. Ela parecia estar perdida em pensamento que nem ao menos notou quando o homem tocou seu cabelo e beijou.

— É o que você é para mim — susurrou em seu ouvido — o meu amor.

Durante o restante daquele manhã,o recém formado casal assistiu a um filme que garota amava de coração. Ela obviamente dormiu no meio do filme,e o vampiro terminou de assitir enquanto admirava e cuidava dela durante seu sono.

Antes de seus filhos chegarem,o doutor subiu para seu quarto com ela em seus braços e a deixou dormindo abraçada a um travesseiro enquanto o vampiro preparava o almoço dela.

Carlilse estava apaixonado por ela,e disposto a tudo para estar ao seu lado.

E não seria uma família do mundo sobrenatural que a tiraria dele.

𝐄𝐓𝐄𝐑𝐍𝐀𝐋 𝐋𝐎𝐕𝐄  •  𝐂. 𝐂𝐔𝐋𝐋𝐄𝐍 | Sendo reescrita |Onde histórias criam vida. Descubra agora