um garotinho perdido no parque

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"Eu já te falei mil vezes Seokjin! Não adianta mais, eu não aguento mais. Me desculpe mas não dá" ela disse antes de fechar a porta do taxi com violência.

Meu dia estava péssimo. Fui deixado pela minha namorada porque ela disse que eu não dava mais atenção, paguei mais uma parcela da minha divida com o banco e estou liso, sem um tostão, apenas umas notas na carteira. E tudo porque eu não podia viajar com ela no natal.

Resolvi ir ao parque para refrescar a cabeça e pensar noque faria a seguir. Em plenos 27 anos estou afundando completamente. Escolhi sentar em um banco de madeira posicionado em frente ao laguinho do parque.

Não sei quanto tempo fiquei ali sentado olhando as pessoas em volta. Crianças correndo atras das outras, os adultos atras delas. Enfim.

Acho que não vou ter filhos, imagina a grana que vou ter que gastar? Eu liso desse jeito...?

Só percebi que passei bastante tempo quando vi o sol se por, junto a um céu fechado por nuvens.

"Acho que vai chover..." pensei olhando o ceu e senti uns pingos no rosto. "É... vai chover."

Algumas últimas pessoas que estavam no parque começaram a correr até a saída. Me levantei calmo e fui andando tranquilamente pela trilhazinha.

Porém... parei ao escutar um barulho a minha direita. Olhei pra lá e só vi um arbusto e árvores, nenhum animal.

Dei mais dois passos e ouvi barulho de novo. Suspirei e fui até lá, metendo a mão dentro do arbusto e retirando algo. Ou alguém.

Um garoto.

- Ô! -eu disse tentando chamar atenção do garoto encolhido ainda levantado por mim. Não aparentava passar dos 7 anos. - Ei. Psiu. -ele não se moveu, tirando por uns soluços que dava hora sim hora não.

Coloquei o garoto todo no chão e tirei minha jaqueta, jogando por cima dele para o proteger da chuva. Ele estava tremendo de frio.

- Cadê seus pais heim? Você se perdeu? Qual o seu nome? -nada. Ele não me respondeu nada.

Me levantei e olhei em volta. Não havia ninguém, estava começando a chover forte e minha casa é apenas duas quadras daqui... olhei o garoto encolhido no chão agachadinho e respirei fundo.

Talvez eu devesse chamar a polícia ou coisa do tipo, mas... não foi o que eu fiz.

Eu peguei o garoto no colo e cobrindo o seu rosto com a jaqueta, o retirei do parque. Fui caminhando com ele nos braços até chegar no meu prédio.

Entrei e logo desci o moleque dos meus braços. Ele havia parado de soluçar mas ainda tremia de frio.

- Espere aqui vou pegar um papel para secar seu rosto. -quando ia me afastar dele, ele agarrou minha blusa encharcada me fazendo o encarar. - Não quer ficar sozinho não é? Tudo bem, vamos subir direto eu te seco la em cima.

Foi o que fizemos. Pegamos o elevador e subimos até o 16° andar. Saímos e eu retirei minhas chaves humidas do bolso, destrancando a porta do 1602. Meu prédio era meio antiguinho, e não tive dinheiro para trocar a tranca. Lembrar disso me deixou meio triste.

Abri a porta e dei espaço pro garoto entrar. Com a cabeça baixa, ele retirou os tênezinhos vermelhos e entrou de meia no apartamento.

Eu entrei logo em seguida, retirando meu tênis brancos e o colocando de lado. Fui até o banheiro rapidamente e peguei a toalha de mão. Voltei para a sala e encontrei o menino tremendo em pé no meio da sala.

- Vem aqui deixa eu te secar. -cheguei perto dele e devagar fui secando seu rostinho pequeno e fofinho, sentindo o quão frio estava. - Quer tomar um banho quentinho? -ele assentiu com a cabeça devagar e eu dei um sorriso, me levantando. - Vou encher a banheira para você.

Um órfão em apuros {Namjin + JJk}Onde histórias criam vida. Descubra agora