o certo a se fazer

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Acordei com dor nas costas. E alguma coisa futucando meu braço.

- Aai... o que que... -olhei pra direita e vi o menino de ontem.

- Ainda bem, pensei que tinha morrido. -o olhei com uma careta.

- Que horas são? Você não devia tá na cama? -a cama que eu deixei de dormir pra ele babar.

- São 7 horas. E eu tô com fome. -ele foi se afastando e se sentou no tapete na minha frente. Me sentei no sofa, e logo me veio uma tontura.

Parei no tempo pra fazer a tonteira passar, lembrando do dia anterior. Despedida, divida, parque, chuva, garoto, casa, Namjoon, sofa. Sofá? Olhei o sofá atras de mim.

- Vem, vamos comer. -eu disse sonolento, indo até a cozinha.

Ele me seguiu e se sentou num dos bancos. Retirei da geladeira queijo, presunto, requeijão, ovos e uns tempeiros.

- Gosta de omelete? -perguntei e ele acenou alegre.

Fiz omelete para nos dois, acompanhado com torradas, e me sentei ao seu lado, enquanto a cafeteira fazia café. Me servi café bem quente e estendi um achocolatado com leite para Jungkook, que aceitou sem reclamar.

O que fazer? O que fazer?

Tenho um garoto, órfão, perdido, fugitivo, com medo e não tenho dinheiro direito, meu aluguel tá atrasado e minhas contas de luz vieram com multa.

Se eu não agir logo também vou virar um sem teto.

Passei a mão no rosto, já sentindo dor de cabeça com esses milhares de problemas rodando e rodando na minha mente.

- Você está bem? -a voz do garoto me fez o olhar.

- É. Eu estou. -falei, ignorando o estresse e bebendo mais café.

- Não é o que parece. -ele retrucou, com a voz ainda calma. Ia lhe responder, mas a campainha tocou.

Quem em sã consciência bateria na porta de alguém as 8 horas da manhã? Desci do banco da bancada e fui até a porta de entrada, olhei pelo olho mágico e uma figura conhecida me apareceu.

Abri a porta sem hesitar, recebendo uma expressão nada legal e bem familiar.

- O que faz aqui? -perguntei um pouco grosso.

- Eu lhe devo desculpas. Por... por ter te xingado várias vezes.

- "E por ter pixado sua moto" -uma voz sussurrou atras da parede onde eu não podia ver.

- E por ter pixado sua moto. -aquele cara rebelde de cabelos vermelhos falou, sem muito ânimo na voz, e enfiou as mãos no bolso da jaqueta jeans.

Cruzei os braços para ele, esperando que o teatro acabasse. Nem tinha mais a minha moto... tinha vendido ela para pagar conta.

- Certo. Já fiz o que tinha que fazer, to indo agora. -ele falou pra mim e pra pessoa que estava atrás da parede, que agarrou a gola alta da jaqueta do outro, finalmente aparecendo na minha vista.

- Oi Jin hyung! -a sua voz doce era totalmente diferente da do outro.

- Oi Jimin.

Park Jimin tinha seus cabelos recém pintados de rosa e sorria alegre, enquanto soltava o colega de apartamento, Min Yoongi. Não sei como descrever nem entender esses dois.

Eles moram juntos no apartamento do lado mas são completamente diferentes. Escuto várias vezes os dois gritando e brigando mas depois no dia seguinte os vejo na varanda conversando tranquilamente.

Um órfão em apuros {Namjin + JJk}Onde histórias criam vida. Descubra agora