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Jonathan Breno

Depois de passar o dia todo pensando no que eu tinha visto mais cedo, resolvi voltar para o local mais a noite, meu celular tocou, era cobrança, e como eu ia pegar o carro pra ir embora resolvi colocar no silencioso, estava focado naquilo, achar aquela mulher é saber se era sim aquele meu interesse amoroso da época da escola, e pela primeira vez em muito tempo, eu estava animado, pois fazia tempo que não acontecia algo diferente na minha vida,  só casa, trabalho e família, não que eu esteja reclamando, pois sou bem família, não acho que estou fazendo nada de errado, só quero saber umas coisas.
Depois que peguei o carro, parei no local, o lugar onde quase passei em cima daquela mulhe,  isso por que eu estava pensando na minha mulher é seus pensamentos estranhos, a não,  pensei de novo, por que isso me incomoda tanto, claro, acho que encomodaria qual quer um, saber que sua mulher pensa em outro.
Sempre achei estranho o jeito que o Marlon olhava pra Mel o tempo todo, sabe, como se fosse com um gostinho de quero mais, porém, Mel perdeu a virgindade comigo,  tenho certeza disso, antes ele só olhava, ela sempre sem graça, mas nunca liguei por que ela não fez nada, mas agora que ela disse o nome dele, aposto que aí tem alguma coisa.
Mas não quero pensar nisso, vou pensar outra coisa, e complicado  quanto mais se foge de algo mais se pensa, nossa que loucura.
Então,  pra eu achar essa mulher, vou precisar me lembrar dos detalhes.
Mais cedo ela estava passando com uma roupa dormida pelo menos uns três dias,  havia alguns rasgados e outras partes manchadas, ela carregava uma garrafa média de cerveja, vou procurar por essas redondezas.
Já passei por três distribuidoras de bebidas dois bares e um bêbado, me disse que tem um último bar no final da comercial, então peguei meu carro e encostei lá, quando parei para ver meu celular , ele tinha várias chamadas, era Mel, ela me ligou umas dezessete  vezes, quando pensei em  ligar para Mel, eu vi pela janela do carro, lá estava ela, saiu do bar, estava fumando, acho que está na olhando,  mas provavelmente deve está com medo, óbvio,  porque quase passei em cima dela mais cedo,  acho até que está usando aquele outro cara pra disfarçar o medo, acho que vou observar um pouco.
Ela entrou,  será que é ela mesmo, digo,  ela não poderia está nessa vida, Kelly sempre foi jeitosa, agora, está assim, pensando bem nunca mais tive notícias dela, e do jeito que  a vida é louca, eu mesmo nunca pensei que casaria com Amélia e agora estranhos com muito tempo juntos e temos até dois filhos
Depois de muito tempo pensando na minha vida, e criando coragem para ir até dentro do bar, resolvi que ia entrar, mas antes de eu sair do carro, eu distraído esbarrei no farou, daí quando fui desligar, acreditem ou não, aluguel bateu a mão no meu carro, e era ela, a suposta Kelly.
- Eu sei que está me espionando, seu safado!
Ela queria que eu saísse do carro querendo algumas explicações,  então sai, e perguntei se ela era Lilith Kelly, ela disse...
- Não pode ser, até que meu espião é meio gatinho.
Quando disse isso, eu já estava em sua frente, notei que seus olhos reviravam,  por fim ela caiu em meus braços.
Uns momentos depois ela acordou no meu carro, eu observava, acho que era ela sim, está mais velha, um pouco maltratada, porém ainda bonita e charmosa como sempre, ela estava muito desorientada, não sei porque tinha passado mal, muito menos perdido a consciência,  mas depois do susto que levou ao acprdar e me ver, ela ficou tranquila e encostou no banco e ficou me encarando, aquilo me deu um nervoso, p s ela sempre foi assim, encostar, encarar, cerrar os olhos e sorrir.
- Devo admitir que é uma tática que eu nunca vi pra conquistar uma garota, levar até a farmácia.
- O que ?
- Nada não, esquece.
Eu deixei pra lá, por que pareceria algo que não era da minha conta,  mas ainda estava curioso meio sem jeito, ainda não sabia o  que dizer, deixei rolar.
- Então estranho, eu devo agradecer umas duas vezes, por que me livrou de duas.
- Duas?
Ela começou a enrolar os cabelos com o dedo.
- Duas, sabe, o cara me levando e agora até me trouxe na farmácia, então obrigado.
- Disponha.
Parece que ela não me reconheceu, pois me chamou de estranho, então decidi entrar na conversa.
- Você...
- Antes de dizer qual quer coisa, devo te lembrar que e crime levar uma pessoa sem ela está ciente?
-Mas você estava inconsciente.
-Pior ainda.
-Você não está mesmo lembrando de mim?
Ela fez uma cara de confusa, até coçou a cabeça.
-Lembraria de uma belezinha dessas, já namorou ou ficou comigo?
- Mais ou menos...
Falei passando o dedo na bochecha, bem sem graça, ela ficou pensando, daí começou a falar os nomes:
- Você seria o Michael?
- Não.
-Roberto?
- Não.
- Walter?
- Não.
- Benjamim?
- Não.
- Mateu?
- Não.
Foram tantos nomes que fiquei sem graça, pois eu não imaginava que dá época da escola ela tinha namorado tanto, faria muito sentido, pois nos nem namoramos de verdade, então ela não iria se lembrar de mim. Depois de muitos nomes acho que iria desistir.
- Diga de uma vez, quero me Lembrar de você, agradecer devidamente.
- Ta, vou dizer, sou o Jonathan da escola.
Ela brilhou os como se tivesse encontrado a luz da vida.
- Não pode ser, você é o Nati?
- Nati , como assim você lembra dessas coisas ?
- Sim, você é o Nati, não acredito...
Passou a mão no meu rosto com um sorriso nostálgico. Em seguida me deu um abraço e sussurrou no meu ouvido.
- Agora são três obrigados, uma por me salvar, outro por me salvar com remédios e agora você apareceu na minha vida, nossa, quanta satisfação amigo.
Eu me senti feliz por estar cercado pela gentileza.
- Que isso, pra mim é um prazer te rever.
Então decidimos que conversar dentro do carro era um pouco desconfortavel, aliás estávamos muito pertinho, então após ter tomado os remédios, ela perguntou se podíamos ir ao bar, conversar,  sabe, um pouco melhor.
Sentando no bar, ela ...
- Oi, eu quero duas.
- Você pode tomar uma, tipo,  acabou de tomar uns remédios, aliás porque passou mal, tem alguma ideia.
- Verdade- ela me sussurrou- acho que não comi bem hoje.
Entrado eu mesmo pedi uma pra mim tomar , e pra ela pedi um lanche,  enquanto ela comia, paramos pra conversar, antes que eu bebesse, ela disse que eu estava dirigindo, e puxou a bebida pro lado dela, acenou que estava comendo,  e que poderia beber por esse motivo.
- E você,  como tem andado em sua vida, Nati?
- Não me chame assim, faz tempo isso.
- Nati Nati Nati Nati Nati, você sempre será o Nati, eu adorava chamar você assim.
Então ficamos os dois cabisbaixo e pensativos, ela se recompôs.
- Não respondeu minhas perguntas.
- Verdade, muito bem, eu casei, tenho dois filhos que foram pra faculdade, essas coisas de homens adultos.
- Nunca imaginei que seria assim, na verdade achei que queria ser um solto na vida, mas devo admitir que caiu muito vem em você, esse lance de pai e homem casado.
Então rumos e nos encaramos um pouco, acho que ela pensou na vida como seria comigo, já que viu que eu estava totalmente diferente de como eu era na época da escola.
- Você meio que me perdoou na época?
Acho que não aguentei, por que não queria dar bola pra isso, na época fiquei de coração partido por muito tempo, mas não quis ser fraco, então com um pigarro eu desfarcei.
- Nem sei do que deveria te perduar, claro que hoje em dia estou muito feliz, minha esposa ainda é a namorada do colégio.
Acho que exagerei, ela ficou bem chateada, ou sei lá, mas logo disfarçou com uma risada fraca.
- Então ainda está com a loirinha santinha, eu acho que esperava mais de  você, sei lá, não vou julgar,  quem sou eu né, acho que já acabei meu lanche,  muito obrigado por tudo, me salvou quatro vezes,  mas é hora de eu ir, né.
- Onde você está morando?
- No momento esqueci de te contar minha trágica vida, estava muito destraida com sua vida perfeita que me esqueci que estou....
- Está....
-  Quer saber, deixa pra lá, acho que não poderia fazer nada por mim mesmo, volte pra sua linda vida.
Ela se levantou,  e só do fato de ter negado minha ajuda sem eu se quer ter me oferecido, me senti esticado, então levantei logo atrás dela, e a segurei pelo braço, pois eu sabia que ela não estava bem, logo quis ajudar de coração.
- Nati, não faz isso?
- Fazer oque?
-  Não faz eu pedir ajuda aos outros homens bondosos pra tirar você da reta.
Eu logo entendi e a soltei, mas realmente queria ajudar.
- Desculpe, eu quero te ajudar, somos amigos, fomos muito próximos.
- Você não tem nada haver com minha vida .
- Então me diz, o que está passando, se eu não puder ajudar, eu vou embora.
Ela mordeu a unha do dedão da mão como se estivesse pensando na resolução, me deu um tapa nos peitos e exclamou:
- Você pode me abrigar, Nati,  pode me dar uma casa, uma família, um sonho,  pode me ajudar a ser feliz Nati,  por que minha vida está um pesadelo?!
Ela desabou em choro, eu aparei-a com um ombro amigo, e parece que ela só tinha eu naquele momento e minha resposta talvez mudaria sua vida nesse momento.

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