Capítulo 1

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Fechei a porta da sala e então vi meu pai sentado no sofá assistindo algo na tv.

Merda.

- Bom dia pai.

Tentei subir direto para o meu quarto porém fui impedida ao escutar ele me chamando.

- Vitória...- Ele disse em um tom mais ríspido.

Meu cu trancou e eu engoli a seco, porém fingi que tudo bem e olhei para ele.

- Onde você estava? - Ele perguntou enquanto se levantava do sofá e me encarava.

- Na casa da Fernanda, eu avisei o senhor e a minha mãe.

Era óbvio que ele sabia que eu estava mentindo, porém continuei a atuação, uma boa atriz nunca encerra a peça pela a metade.

- Engraçado, o Gustavo me mandou um vídeo... - ele diz pegando o celular e me mostrando um vídeo.

Esse filho da puta, eu mato ele.

No vídeo estava eu dançando na casa de shows em que eu trabalho, não era nada demais, porém na cabeça do meu pai significava que eu era uma prostituta.

- Me diz que merda é essa Vitória! Eu não te criei pra ser uma puta!

Eu podia sentir o ódio em cada uma de suas palavras.

- Pai, eu sou dançarina não uma prostituta...- Ele me interrompeu com um tapa.

Não era a primeira vez que ele me agredia, porém cada vez parecia que tinha mais raiva nos tapas.

- Cala a boca sua vadiazinha! - Ele gritou comigo e então eu senti lágrimas escorrerem pelo o meu rosto. - Eu tenho nojo de você! Terminou com o Gustavo para ficar nessa vidazinha de puta!

Não acredito que esse desgraçado ainda mentiu...

- Eu tenho tanto desgosto de você! Você pode ir embora daqui! Nenhuma vagabunda fica dentro da minha casa!

As palavras dele foram como facas, eu passei minha vida tentando orgulhar ele.

- Que gritaria é essa aqui? - Minha mãe fala aparecendo na escada.

- Essa sua filha é uma puta, o Gustavo me mostrou quem realmente ela é! - Ele fala gritando.

Eu estava farta daquilo, anos e anos da minha vida tirando as melhores notas, sendo uma ótima filha dentro de casa e essa era a única vez que eu queria seguir a minha vontade, o meu sonho.

- Eu passei a minha vida toda tentando te orgulhar, sendo a melhor filha possível! - Falei entre lágrimas. - E eu não terminei com o Gustavo por causa do meu trabalho, mas eu terminei por causa da pessoa abusiva que ele é, assim como você é! - Gritei com ele e olhei em volta. - Sua casa? Quem pagou tudo isso aqui foi o Matheus, a pessoa que você vive xingando e falando mal, mas vive falando para a minha mãe pedir dinheiro para ele.

Cheguei bem perto dele e então olhei nos olhos dele.

- Você é um vagabundo que vive às custas do meu irmão. Você nunca foi homem de verdade. - Disse sentindo meu corpo esquentar de ódio.

Ele levantou a mão pra mim e me bateu mais uma vez fazendo meu nariz sangrar, eu apenas limpei o sangue e sorri de raiva.

- Covarde. - Falei um pouco mais baixo porém com que ele entendesse

- Vai embora agora, não precisa nem pegar suas coisas!

- Não faz isso Caio... - escuto minha mãe pedir para ele deixar eu ficar. - Ela é nossa filha!

Desejo - TETOOnde histórias criam vida. Descubra agora