Eu só me destruo por você

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essa rua ainda tem um pedaço teu
uma lembrança que insiste ficar
presa e viva nos detalhes
meu corpo não tem mais teu toque
só restou a vontade, o desejo
o desespero do não retorno
meu grito ainda tem nome
é audível, nítido e sincero
você ainda tem uma parte minha
que reconhece e tenta esquecer
mas continua falhando sempre que me vê
eu só me destruo por você
viro caco, espinho de cacto e deserto
uma vista sem fim
minha melhor versão eu entreguei a ti
você me quebrou depois de me amar
nem tudo foi sexo
nem tudo foi pressa
a certeza foi teu olhar na direção do meu
a incerteza foi o caminho a qual nos perdemos
o pedaço de sentimento na ferida aberta
que não cicatrizou com o tempo
ficou exposta na desilusão que nos tornamos
nossa música virou silêncio
uma playlist vazia de fim do mundo
eu só me destruo por você
você me reconstrói mas não dessa vez
dessa vez eu me faço caco
e você vira um caso
um caso perdido
que insiste em querer me encontrar
mas não hoje
hoje eu tenho pressa
para mim mesmo.

— T. Sousa, JANDERSON

Cacos & Casos Vol II Onde histórias criam vida. Descubra agora