Capítulo 2 - Rosas Vermelhas.

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Os olhos de Bastiel se encontram com os meus e sinto um arrepio na espinha quando pisca seus cílios para mim. Seus belos globos oculares azuis se perdem por um instante, mas então após agradeçer, acrescenta:

— Eu acho que te conheço de algum lugar...

— Da escola. — respondo rápido demais.

Meu desespero é movito de risada para ele, que em seguida passa a mão no cabelo loiro comprido e liso, perfeitamente arrumado para trás com gel.

— Seu nome tem haver com flor... — faz careta, pensativo. — Hum... Lilith?

Lilith?

Agora é minha fez de fazer careta.

De onde ele tirou Lilith? Não é uma flor.

Sorrio, o vendo pegar o buquê, abrir a carteira e tirar uma nota generosa de lá.

— Na verdade é Rosie. — sussuro.

Minha boca está seca. Acho que preciso beber água.

— Ah, Rosie! — me dá o dinheiro, que eu logo guardo na caixa registradora e o devolvo o troco. — É isso. Rose.

Borboletas flutuam por toda a minha barriga quando ele diz meu apelido. E bem, não só a barriga. Elas migram para minha cabeça e pernas, voando de maneira grandiosa. Se multiplicam a cada sorriso dele.

Quando nossas mãos ficam próximas demais, minha respiração desregula e derrepente me sinto fraca, em todos os sentidos. Como se Bastiel tivesse drenado toda minha energia.

Visualizo sua expressão serena de quem não sente o mesmo e de quem não sentiu a magia daquele simples toque.

É difícil gostar das pessoas. Pra mim é fácil, mas digo sobre amar de longe.

Acho que eu sempre gostei de pessoas inalcançáveis porque desse jeito não haveriam chances entre nós e eu nunca me magoaria.

Mas vendo desse jeito agora, só queria que ele continuasse aqui para eu ter algo do que me lembrar. Se não, tudo sempre esteve só na minha cabeça.

— Ok, Rose. Não vou te incomodar mais. Tenho que garantir que minha futura esposa receba isso aqui. — aponta para o buquê, já quase na rua.

Nem me deu tempo de protestar.

— Até amanhã.

Estou para abrir a boca e convidá-lo para fazer alguma coisa quando o sininho toca, indicando sua saída.

O vejo atravessar a rua pela porta de vidro e meu coração murcha dentro do peito.

Futura esposa. Isso significa o que eu acho que significa? Bem, estamos no ensino médio. Ele não vai pedir ninguém em casamento, afinal. Foi só uma brincadeira.

Ou ao menos prefiro me convencer disso, pois sou uma tremenda covarde.

Termino de arrumar as coisas e visto meu casaco, com minha bolsa e chaves da loja em mãos.

Que tola eu sou por pensar em convidar Bastiel para sair. Primeiramente, ele nunca aceitaria. E outra, aquelas flores não eram para mim. Eram para outra garota.

E se eram para outra, provavelmente ia chamá-la para sair formalmante.

Saío e tranco a porta, a forçando para ter certeza de que se fechou. Como a caixa dos meus sentimentos, que nunca nem foi aberta.

Às vezes eu só queria gostar de alguém que gostasse de mim, penso enquanto atravesso a rua, com minha bicicleta magenta sendo arrastada pelo guidão.

Às vezes eu só queria alguém que me conhecesse sem eu precisar me apresentar. Que só visse o que penso no meu rosto ou no jeito que movo os lábios, como conheço Bastiel.

Subo no assento e começo a pedalar na direção de casa, que fica super perto.

A brisa de primavera me avassala por completo, fazendo meus cabelos se desprenderem e voarem.

O cheiro de flor é inalado, tanto na rua quanto dentro da floricultura.

É uma sensação boa, ao menos. A primeira do dia, pois estar apaixonada só dói. Arde.

Rosa Vermelha: as clássicas rosas vermelhas significam amor, romance e a mais profunda afeição por alguém

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Rosa Vermelha: as clássicas rosas vermelhas significam amor, romance e a mais profunda afeição por alguém.

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