Capítulo 6 - Margarida.

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Duas semanas depois.

A música escolhida para o enterro ecoa pela capela praticamente vazia

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A música escolhida para o enterro ecoa pela capela praticamente vazia.

É um lugar bem bonito e fica na frente do cemitério que minha vó escolheu ser enterrada.

Junto com a minha mãe. Junto com meu avô.

Enquanto caminhamos para fora, somente Eponine e eu de braços dados, alcançando a grama verde, me pergunto se eu era mesmo a única que não sabia o quão doente ela estava.

Quando aquilo começou, não era só uma gripe. Câncer de pulmão no último estágio. Como minha mãe.

Preciso ser forte por todo mundo. Pela minha tia, mais do que só abalada, e por Cécile, que ficou em casa com a babá.

Seguro as lágrimas que teimam em cair. Porém quando meus olhos se fecham, uma escorrega livre pela minha bochecha e molha a manga do meu vestido preto.

Tudo começou com algumas rosas. Flores para Rosie. E agora eu não paro de chorar em silêncio no meu quarto desde a semana passada, quando uma garota que eu não conhecia deu um soco no Bastiel por mim e depois foi parar no hospital.

Talvez seja uma maldição da família: todos ao redor de Rose morrem.

A cerimônia acabou rápido.

Eponine faz hora com as colegas do bingo da vovó, enquanto eu choro em silêncio debaixo da sombra de uma árvore nesse dia quente.

Flashbacks dos últimos dias passam pela minha mente com agilidade: fui falar com Bastiel, — o príncipe encantado que deveria ser perfeito veio para cima de mim; uma garota que eu não conheço direito o deu um soco na cara, só que ele revidou. Eu desmaiei como a fraca que sou e fui parar no hospital, sem notícias do que se passa na escola, o que houve com Luna ou os rumores sobre minha decência desde que minha avó parou no leito ao lado do meu.

Dois dias depois, ela morreu.

Depois de tudo isso, férias não serão o bastante.

Ouço alguém chamar meu nome e enxugo os olhos com o dorso do mão, viajando.

Minha tia grita por mim de frente para a lápide. Respiro fundo e corro para alcançá-la, mas alguém é mais rápido ao puxar meu braço com delicadeza, me obrigando a parar.

Olhos castanhos de um tom avelã se encontram com os meus, e piscam seus longos cílios maquiados para mim.

— Oi. — a garota com um olho roxo e ainda um pouco inchado cumprimenta.

Estou paralisada e um tanto boquiaberta. O que Luna faz aqui?

Mas ao invés de perguntar, me solto dela em um movimento brusco e me viro para onde todos estão reunidos. Ninguém está nos vendo, mas só para garantir pego seu braço, onde noto duas pulseiras amarelas tilintarem, e a puxo para trás da árvore.

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