Prólogo

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- E é por isso que vocês são agora oficialmente parceiros de equipe. — Leonardo disse, irredutível. Daniel abriu um sorriso sacana, cumprimentando nosso chefe como se estivesse realmente grato por aquela desgraça. Eu? Continuava imóvel com a boca escancarada no maior estilo "você não pode estar falando sério", encarando-os.

Débora, a secretária de Leonardo, adentrou a sala com duas pastas na mão, gentilmente empurrando-nos afora enquanto ditava algumas informações sobre o novo caso de espionagem que estaríamos protagonizando. Nós estaríamos, não eu. E esse "nós" significava eu e o Backer.

Ok, alguém para o mundo que eu quero descer!

É, você deve estar mais do que confuso nesse momento. Antes que comece a me xingar, vou explicar um pouco o porquê da minha indignação e como chegamos até o ápice dela. Eis que a figura conhecida como Daniel Backer, Danny para os mais íntimos, era um infeliz colega de serviço aqui na CIA com um passado um tanto quanto sombrio, o qual mais para frente eu detalharei. Mas não bastava esbarrar com o cafajeste que adorava me irritar pelos corredores, ah não, isso seria muito fácil, então o lindo-coisa-fofa do meu chefe resolveu nos juntar na missão mais importante da qual eu já ouvi falar.

Aparentemente, o terrorista número 1 dentre os procurados do mundo havia mandando uma cartinha amigável à Casa Branca dizendo que queria os melhores agentes da Inteligência Americana na sua cola e que, se eles conseguissem descobrir quem, dentre vários moradores do condomínio Ponte Leste ele era até o final do ano, ele se entregaria sem sequer pestanejar. E caso eles não conseguissem, um atentado maior do que poderia ser imaginado viria a acontecer. Ah, com o adicional que ele não prometeu nada sobre ser bonzinho e facilitar a vida dos agentes. Nananinanão, ele deixou bem claro que aconselhava que não o subestimássemos, pois ele faria o que estivesse ao seu alcance para complicar o sádico jogo de tabuleiro humano que propôs. E adivinha? Eu fui a sortuda escolhida para passar por essa provação mais tranquila que tirar doce de criança - só que o contrário. Para ajudar ainda mais, me colocam como parceiro o cara mais detestável da face da Terra.

Na realidade, não era tão surpreendente assim que eu e o Backer fôssemos os escolhidos. Mais de uma vez dividimos indicações de melhor agente do ano ou algo parecido e só nós contínhamos um histórico perfeito de missões bem-sucedidas. Mas qualquer um que tivesse olhos sabia que éramos inimigos. Como podiam achar que daria certo nos colocar para trabalhar juntos?

Olha, é muito bem fundada a minha raiva do ser demoníaco. Primeiro: ele costumava ser chefe do contrabando de armas na Europa e, da noite para o dia, resolveu usar tais armas para defender crises locais e não para ficar um pouco mais rico. Como se isso me fizesse realmente acreditar que ele não negociou sua sentença de morte com algum juiz corrupto, trocando-a por anos de serviço na agência. Segundo: eu trabalhei alguns meses no caso do contrabando, o que significa que já vi o quão podre ele pode ser. Terceiro: ele era irritante e não prestava. E feminista exacerbada que sou, não podia deixar de menosprezar um homem com esse defeito.

E agora, eu teria que morar na mesma casa que ele dentro do tal condomínio e sorrir simpática para os vizinhos enquanto fingíamos ser um casal recém-casado. E tudo isso sob o perigo de morrer a qualquer segundo por estar procurando o homem mais doentio do Universo.

É, as coisas não estavam indo muito bem naquele dia.

[Degustação] A missão do Ponte LesteOnde histórias criam vida. Descubra agora