— Ok Dissaya. Eu vou entrar.
*
— Pat, você não precisa fazer isso agora.
— Está tudo bem, eu já estou aqui, não estou? — Pat se abaixa na altura da mangueira do jardim e tenta desenroscar o registro que está emperrado. Dissaya assiste um tanto preocupada. Ele coloca força demais e não parece resolver.
— Pat, deixa eu tentar. — Ela pega a chave inglesa da mão dele e encaixa um pouco mais abaixo de onde ele estava tentando. O registro reponde positivamente, mas ainda está muito duro. — Precisa ir com jeito.
— Acho que agora consigo. Posso? — Pegou a ferramenta da mão dela novamente, e enfim, soltou.
— Aqui. — Dissaya entrega a ele o novo registro. — Essa borrachinha vai dentro... assim.
— Certo, eu conheço como funciona um registo. — Pat não soa nada gentil, e se arrepende imediatamente. Ela nota a rispidez.
— Pat, eu sinto muito. — Sua voz está bagunçada. Ele esvazia os pulmões em agonia.
— Eu já entendi, Dissaya. — Sibila, enquanto finge ter dificuldade para rosquear a torneira, mas ele sabe que já concluiu. Ela também sabe.
— Meu problema não é com você, de verdade.
— Hm! — Ele abaixa a cabeça, preenche o peito com ar e coragem, e se levanta, claramente dolorido nas pernas, que estavam cobertas por uma calça preta, agora marrom, rasgada pelos arbustos e respingada de água graças à torneira antiga. — Será que podemos entrar?
— Claro, sim, por favor! — Ela responde rápido demais, e parece que enfim fez a pazes com a própria mente sobre dar a chance. Ela tem certeza de que quer, ao menos, tentar.
*
— Tome. — Oferece um copo de água que trouxe apressada da cozinha, enquanto analisa novamente as vestimentas amarrotadas do rapaz. — Espere aqui, Pat.
Pat pega o copo e engole de vez. Não lembra a última vez que bebeu água hoje. E só comeu no almoço. Flexiona os joelhos para sentar-se no sofá e levanta imediatamente. Vou sujar tudo aqui, é melhor não, desiste. Dissaya volta à sala com duas peças de roupa — uma bermuda bege e uma camisa azul listrada. São roupas do Pran.
— Vista, não vou deixar você ficar com essas roupas sujas desse jeito, vai acabar adoecendo.
Pat desconfia, mas aceita. A verdade é que nem ele aguenta mais a própria roupa. Vai ao banheiro, joga uma água no rosto, se troca, e em menos de dois minutos, está de volta na sala.
— Aqui, tome essa sacola para guardar.
— Não precisa, eu uso a que trouxe com o registro.
— Pat. — Diz com urgência na voz. — Me deixe entrar.
Pat enfim olha para ela, algo que não havia conseguido o fazer desde que entrou novamente pelo portão. Ele nota, agora com as luzes mais nítidas da sala de estar, as olheiras no rosto pálido da mulher em sua frente. Respira fundo. Ele está na casa de Pran. De novo. De frente para a mãe de Pran. A sua sogra. De novo. E ela quer conversa com ele, enfim. Tentar, ao menos. E pode ser que não consiga, mas quando ele deu meia volta no caminho para casa, decidiu que não olharia para trás. Ele também vai tentar. Por ele. E por Pran.
Ela o oferece um chá e logo os dois estão na cozinha. Pat está sentado em um banco alto atrás do balcão, e ainda disperso e sem saber exatamente o que dizer, a assiste manusear a chaleira.
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[03] • BREVE • [ PatPran | BadBuddy ] • ):)
RomancePat teme o retorno da solidão; Pran vive um dilema; Dissaya encara uma dor. Um muro, uma linha, um elo. Um reencontro. Em breve. CONTINUAÇÃO da história "QUASE" - au BadBuddy Saga BadBuddyUniverse por MariJoopter [00] • V O C Ê • (Postado) | Leitura...