VI

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Eu intercalava meu olhar para a pequena e
para aqueles seres humanos que ela chama
de pais. Sakura estava apreensiva e isso me
deixa apreensivo também.

- Ela vai morar com você para te satisfazer? - O pai dela perguntou, mas antes que pudesse responder, ele falou - Quero saber a taxa mensal que ela ganhará, sabe, aqui em casa está apertado e precisamos pagar as contas - Falou e eu fiquei em choque. Ele deixaria usar sexualmente a filha dele para conseguir ganhar dinheiro?

- Então, essa merda vai virar puta - A mulher riu e só vi um copo de plástico indo em direção a cabeça da Sakura - VAGABUNDA.

Sakura começou a chorar pela dor, e tocar a
cabeça dela. Me assustei com a situação e me levantei.

- EU VOU PROCESSAR VOCÊS - Gritei já fora
de mim e Sakura me apertou mais - EU SEI QUE VOCÊ - Apontei para o "pai" dela - SEU FILHO DA PUTA, JÁ USOU SUA PRÓPRIA FILHA - Deixei Sakura no chão quando vi o "pai" dela vir em minha direção.

- Primeiro, seu merda - Me acertou um soco
no rosto - Você não tem um prova concreta
para isso, e segundo - Me puxou pela camisa - Ela é uma del... - Não deixei terminar e o acertei com um soco no rosto.

O mesmo calambeou para trás e eu fui
em direção a minha pequena, que estava
chorando sem parar.

- Vem meu bebê - Peguei ela no colo e a
mesma tocou minha boca cortada e derramou algumas lágrimas - Vamos sair daqui.

[...]

- Suke - Saky me chamou e eu olhei para ela - A gente nem pegou roupa pa mim - Falou com um bico nos lábios.

- Eu compro para você, não tem problema
- Fizz carinho na sua mão - Nós precisamos
denunciar esses "pais" - Fiz aspas com os
dedos.

- Denunciar? - Perguntou trêmula e eu apertei sua mão.

- Sim pequena - Beijei a costa da sua mão -
Esse cara precisa ser preso, ele te usou Saky, usou.

Estava dirigindo em direção a delegacia e
Sakura ficava apertado minha mão fraquinho, o medo dela já era exposto.

- Fica calma, nada irá acontecer com você -
Falei fazendo carinho em seus cachos e saí do carro, dando a volta no mesmo - Vamos.

Ela me deu a mão e fomos em direção a
entrada daquele lugar.

[...]

- Mas o senhor não tem provas - A mulher
falou.

- NÃO TEM MAS - Gritei com raiva - ELA ESTÁ FALANDO QUE FOI ABUSADA, MAS VOCÊS NÃO ACREDITAM - Estou agora discutindo com esses miseráveis que minha pequena foi abusada mas nenhum deles acredita. - ELA JÁ FALOU QUE FOI. - VOCÊS SÃO UM BANDO DE MACHISTAS - Gritei e peguei Sakura no colo, a mesma estava encolhida no canto da sala.

- Abaixe o tom de voz Senhor.

- Ela falou que foi abusada, ela sofreu com
isso - Sorri sarcástico - Mas vocês continuam presando pela indentidade desse merdinha.

Falei saindo de lá, Sakura tremia no meu colo, acho que ela pode ter se assustado com os.gritos que eu dei dentro daquela sala, mas foi preciso.

"Quando uma mulher fala que foi abusada
ou estrupada, você cala a boca e escuta", é a
frase que minha vó sempre me falava quando era mais jovem.

Entrei no carro e fui dirigindo até minha casa, deve ter alguma roupa de Aimi lá que Sakura possa pegar para vestir. Senti a mãozinha dela quentinha tocar meu braço, ela soluçou e eu a olhei.

- Ei pequena - Parei o carro e abracei Saky
que estava tremendo.

- Suke, a Saky não quero mais viver assim -
Falou chorando sem parar.

- Eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você, minha pequena.

Ficamos abraçados por um tempo, até
eu falar que precisávamos ir para casa
descansar. Mas antes passei em uma loja
de utensílios do dia a dia e comprei uma
mamadeira, não sei se ela gosta, mas temos
que testar.

[...]

Chegamos em casa e estou com Sakura no meu colo, ela dormiu o caminho inteiro, então resolvi não acordá-la.

- Boa noite - Kika, a mulher que trabalha
aqui em casa, falou.

- Boa noite - Sussurrei.

- Quem é? - Apontou para Sakura e eu ri pelo jeito fofo que a pequena dorme.

- Uma pessoa especial, amanhã quando ela
acordar apresento-lhe a você - Falei e ela
concordou - Pode higienizar essa mamadeira e preparar um leite quente?

- Claro Senhor - Sorriu e pegou a sacola com
a mamadeira - Quer que eu leve para seu
quarto após todos os processos?

- Sim, por favor - Sorri e ela sorriu de volta se retirando.

Andei até meu quarto, todos dizem que ele é grande, eu também acho isso, mas além de grande é extremamente reconfortante.

- Pequena - Sussurrei fazendo carinho em
suas costas - Que tal você tomar um banho?

- Suke - Falou sonolenta e encostou mais seu
rosto em meu pescoço, senti sua respiração.

- Vamos pequena - Me sentei com cuidado na cama, a sentando junto comigo - Você precisa tomar um banho - Ela abriu os olhinhos devagar - Porquinha - Fiz cosquinha nela e a mesma gargalhou.

- Preguiça - Ela falou abafado por conta da
chupeta, e se aconchegou mais a mim

- Ah, então eu vou ter que ver um filme super legal com outra pessoa - Falei triste e ela me olhou feliz.

- Filme? - Saky perguntou feliz e eu concordei.

- Vai tomar seu banho que daqui a pouco levo sua roupa - Falei e ela foi andando curiosa até o banheiro, olhando por todos os lados e arregalando os olhos quando via algo diferente.

Achei um pijama comprido para Sakura usar, talvez fique um pouco grande, por conta da Aimi ser maior que ela, mas não tem problema.

- Suke - Escutei a pequena me chamar.

- Sim? - Perguntei.

- Eu posso pegar qualquer toalha? - Perguntou calma, e percebi que estava com sono.

- Pode meu bem, sua roupa está aqui em cima da cama, eu vou lá embaixo buscar uma coisa - Falei e não obtive resposta então apenas saí do quarto.

[...]

- Pequena? - Perguntei batendo na porta e
ela abriu sonolenta - Vem - A peguei no colo
e levei até a cama - Qual filme você quer
assistir?

- Doly - Falou calminha.

- 'Dory' pequena? - Perguntei e ela concordou

- Ok então.

Botei 'Dory' para assistirmos e peguei a
mamadeira com leite morno e levei a sua
boca.

- Gostou? - Perguntei e ela sorriu

- Eu amei - Falou deitando a cabeça em meu
peito - Daddy

𝐌𝐘 𝐋𝐈𝐓𝐓𝐋𝐄 𝐆𝐈𝐋𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora