CAPÍTULO - 1

368 53 12
                                    

Deslizo a máscara no meu rosto, até que ela cubra meus olhos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Deslizo a máscara no meu rosto, até que ela cubra meus olhos. Olho-me no espelho do camarim em que estou e respiro fundo. Passo a língua pelos lábios ressecados, molhando-os com minha própria saliva, apoiando-me na mesinha à minha frente, tenho um vislumbre da garota que eu me torno sempre que entro aqui.

Uma maquiagem leve pinta meu rosto. O blush dá as minhas bochechas um tom avermelhado e sensual. É chegada a hora de passar o batom escandalosamente vermelho. O que não gosto.

Ele é o único, claro, além de a roupa vulgar que eu sempre uso e que, me faz enxergar que essa Laura aqui, nada se parece comigo.

Fico em uma posição ereta, aliso as mãos pelo roupão preto felpudo que cobre meu corpo quase desnudo, desço os olhos até boa parte das pernas que ficam de fora, sentindo meu coração acelerar bruscamente, quando os pouso nas marcas de unhas e mordidas afiadas, daquele que um dia, me destruiu.

Ainda que se passem anos e mais anos, tudo que vivi, todos os acontecimentos terríveis pelos quais fui sujeitada a passar, ainda estão gravadas em minha mente como uma tatuagem.

— Você é minha e faço de você o que diabos eu quiser. — Ele sorriu. Eu chorei...

Começo a respirar de forma pesada, já entrando em desespero. Odeio pensar em tudo que já passei nas mãos dele, sem surtar, ter um ataque de pânico ou me machucar seriamente. As vistas ficam turvas, e a impressão de que vou desmaiar, bate contra mim. Caminho lentamente até um sofá no canto esquerdo do lugar luxuoso que estou, acomodo-me nele. Levo as mãos até o rosto, segurando-o por um tempo, quando sinto lágrimas mancharem minha visão.

Suor frio se acumula em minha testa, e minha respiração fica irregular. Um leve latejar agoniado bate contra as minhas têmporas, como se fossem tambores rufando dentro da minha cabeça. Essa é a impressão que tinha.

Levo a mão a nuca, massageando, sentindo a náusea me atacar, a visão fica embaralhada não me permitindo enxergar um palmo à minha frente.

Respira, Laura, você não pode desmaiar aqui. Não agora. Tento a todo custo dizer para mim mesma, mas é algo que eu sei que nunca funcionará.

Fechando os olhos, espero que a queda de pressão, seguida do desmaio repentino me envolva. Levo mais ou menos, três minutos para voltar à consciência. Deitada no sofá, pernas jogadas para cada lado, isso sempre impede que eu caia e me machuque. Já domino bem essa coisa de desmaio, porque já sinto toda vez que estou prestes a tê-lo.

Quando abro meus olhos, um par de olhos verdes está me encarando quase que, impiedosos. Alana, a garota que me fez achar luz em meio à escuridão. Encontrei-a em frente ao Secrets, o clube que trabalho hoje, quando já tinha perdido as esperanças. Isso tudo, graças a ela. Não é um dos melhores no quesito trabalho, mas é o que está servindo e me ajudando a levar comida para os meus irmãos para não vê-los morrerem de fome.

UMA FAMÍLIA PARA O CEO VIÚVO | sᴇ́ʀɪᴇ: ᴄʟɪᴄʜᴇ̂s ɪɴᴛᴇɴsᴏs -1 |Onde histórias criam vida. Descubra agora