09 - amiga pessoal e visitante

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Dias infernais.
Um atrás do outro, Seokjin foi passando. Corpo e mente cansados, mesmo assim seguiu firme sua rotina de agenda. Ainda não parava de pensar na situação criada com Melinda. Parecia que a tentativa de poupá-la havia sido um erro e um nó preso em sua garganta causava um incômodo profundo, daqueles que tiram o sono.
Escolha é igual a consequência. Fato.
Ele não tinha para onde fugir logo depois de sua decisão de evitar Mel para que ela não sofresse de alguma maneira com os sentimentos dele. Para Seokjin, a mulher tinha a mania de tomar dores alheias, grande detalhe que às vezes a prejudicava. Tão sensível como era, muita coisa ficava presa na mente e coração valente da amada. Isso também o preocupava.
Mel tem uma alma forte, mas o coração era de algodão doce. Mesmo de um jeito torto e às vezes confuso, Jin fazia o que podia a fim de protegê-la. Assim como esconder suas falhas e não encará-las.
Droga, pensou deitado na cama do hospital.
Um pequeno acidente no meio do dia havia lhe causado um trauma no dedo indicador e seu tendão. Necessitou de uma rápida cirurgia de reparação e novamente lamentou por não ter escolhido certo: avisar a Mel sobre o ocorrido. Mas não teria escapatória já que uma nota oficial seria lançada para a mídia no dia seguinte.
Duas batidas na porta o fizerem olhar. Era enfermeira.
— Olá, como está se sentindo? — a jovem perguntou e aproximou-se checando a dosagem de antiinflamatório.
— Bem. — sorriu de leve.
A moça sorriu de volta, tímida.
— Ótimo. Pode descansar, amanhã cedo terá alta. Ah, e sua mãe avisou a pouco que virá te buscar.
— Okay. Er… você poderia pegar meu celular para mim? Se for permitido, é claro.
— Ah, sim, sim. Já pode usar seu telefone. — ela pegou o aparelho de cima da mesa afastada entregando para Jin — Aqui está. Se precisar de qualquer coisa é só apertar a campainha, certo?
— Certo.
— O remédio vai te fazer dormir, então se for fazer uma ligação terá de ser breve para não deixar ninguém preocupado. — falou docemente.
— Obrigada por avisar.
— Disponha. — sorriu sem mostrar os dentes e saiu fechando a porta.
Seokjin desbloqueou a tela do celular e respirou fundo. A mulher ficaria uma fera e não demorou a atender.
— Oi amor?
— Oi, Mel.
— Tudo bem? Você nunca liga nessa hora, depois do almoço.
— Bom, er… eu meio que sofri um pequeno acidente.
— É O QUE, JIN? COMO ASSIM ACIDENTE?!
— Calma! Foi só meu dedo! Eu só fraturei o dedo, Melinda.
— Mas como? Meu Deus, Jin? Isso foi quando? Onde você tá? Eu tô indo.
— Hey, amor, me deixa explicar. Respira — ele quase riu do desespero dela — Não foi grave, estou bem. Só precisei de uma cirurgia rápida para não causar um dano maior, mas foi só isso. To no hospital e saio cedo amanhã. Não precisa se preocupar.
— Fez cirurgia e eu só estou sabendo agora? — a irritação perceptível na voz macia. — Não acredito nisso, Jin… tem certeza de que não é grave? Me passa o endereço do hospital.
— Por isso não avisei antes, sabia que ficaria assim.
— Assim como? Sendo a última a saber? Porque tenho certeza que sou. Olha, eu não quero discutir pela sua falta de consideração, só quero te ver, tá legal?
— Amanhã.
— AMANHÃ É O CACETE! Passa o endereço, homem. Agora!
Jin não teve escolha.
Em menos de uma hora lá estava ela com os cabelos volumosos e uma cara de preocupação, entrando pela porta do quarto de recuperação. Quieta, ela chegou perto sentando na beira do colchão fino. Estava toda de jeans, linda como um sonho.
Mel afagou os cabelos dele, observando a mão enfaixada repousando no colo.
— Doeu?
— Muito.
Ela fez um biquinho.
— Sinto muito, amor. Espero que se recupere logo. Vai viajar mesmo assim?
— Sim, eu decidi o que quero. Vou precisar pegar leve nas práticas e tudo mais, contudo não quero ficar fora das atividades do grupo. Eles precisam de mim lá.
Mel escutou e sua cabeça balançando lentamente deixou claro que ela estava na verdade discordando da decisão.
— Quero que se cuide. Como decidiu, o restante é contigo.
— Está preocupada? É uma pergunta retórica. Vive preocupada comigo, Mel.
— Não posso evitar, você é um bagunceiro nato, Jin.
O homem soltou um riso fraco, em seguida recebeu o toque dos dedos macios de Melinda em seu rosto. Enquanto o fazia, ele admirava de perto os traços fortes e marcantes; as sobrancelhas desenhadas, nariz alto e lábios carnudos. Com a mão boa, Seokjin tocou a pintinha do rosto já sentindo a sonolência causada pelo medicamento.
— Sou? — a voz arrastada.
Mel riu.
— Sabemos que sim. Vai passar muito tempo fora?
— Um pouquinho, mas volto pra você.
— Eu sei. — pegou uma mechas longa de cabelo dele, esfregando entre os dedos. — Está chateado, por isso ficou me evitando. Acho que isso pede uma conversa, não concorda?
Eles trocaram um longo olhar. Jin umedeceu os lábios.

pretty little fears | kim seokjinOnde histórias criam vida. Descubra agora