Capítulo 2

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Duas semanas depois.
 
O dia do aniversário de Maximiliano havia chegado.
 
A festa do jovem prometia ser uma grande festa, a melhor do ano. Em um lugar propicio para jovens como Maximiliano, era onde festejariam seus 21 anos.
 
 
Uma boate no centro da Cidade do México e em sua área vip, seria onde o aniversariante receberia com prazer seus convidados.
 
 
Então, no meio do dia, Victoria deixava sua casa de moda muito cedo, e tudo para consentir seu único filho.
 
 
-Lucy – Ela falou assim que esteve na recepção e à frente de sua secretária. - Já estou indo e não volto.
 
 
A jovem sorriu para ela e em seguida a viu entrar no elevador.
 
Quando Victoria viu as portas se fecharem, levou o ar aos pulmões.
 
Imaginava que em menos de duas horas teria Heriberto em sua frente.
 
Desde que havia ligado para o apartamento dele, não havia cometido mais o mesmo feito.  Não. Embora na manhã seguinte ela tenha visto uma chamada perdida dele em seu celular.
 
 
 
Ela o evitou todos os dias.  O que era muito fácil por não morarem juntos, mas agora as coisas mudariam e infelizmente ela sabia que também teria a má sorte de vê-lo com sua noiva.
 
 
 
 Leonela.  Ela torceu os lábios com raiva, em pensar na loira.
 
O elevador se abriu e, com toda a sua graça, Victoria saiu às pressas.
 
 
 
Ela não gostava de vê-los juntos.  Não, sabendo que eles iam se casar.  Mas sabia que Maximiliano não deixaria de convidar o pai para sua festa, e o óbvio seria ele ir até ela com a loira ao seu lado.
 
 
 
 Mas iria ignora-los, pois era muito mulher para se pôr em algum papel de constrangimento por conta de um ex.
 
 
 
 Horas mais tarde.
 
 
 
Heriberto se afastou do carro quando seu celular tocou no bolso da calça.
 
 
 
 -Leonela. - Sabendo que era a mulher, ele a respondeu chamando-a pelo nome.
 
 
 
 - Coração, me desculpe, mas meu voo mudou e só chegarei amanhã.
 
 
 
Heriberto suspirou.  Já estava contando com uma desculpa como essa.  Não porque esperava uma desfeita de Leonela, e sim porque fizeram àquele convite para estarem juntos na festa, com a data dela muito em cima da hora.
 
 
 
 - Não se preocupe, querida.  Eu estava esperando por isso, sim.  Eu sei que você esteve em outro país a trabalho por duas semanas.  Vou sozinho e depois vou para o hospital, hum?
 
 
 
Como não era acostumado a beber álcool, esse era o plano de Heriberto. Depois de aparecer na festa do filho apenas para prestigia-lo, em seguida trabalharia o que restaria da noite.
 
 
 
 -Só não gosto de falhar com você, amor.  Sua ex-mulher já fez muito isso.  – Ele a ouviu dizer quando já estava dentro do carro.
 
 
 
 Heriberto levou ar ao peito tendo lembranças.
 
 
 
 Às vezes, ele acabava dizendo coisas que agora lamentava sobre sua ex-mulher, ainda que não permitisse que desabafos assim acontecessem com frequência.  Além disso, ele tinha certeza de que sempre falava sobre o passado com sua agora noiva, quando estava bêbado. O que acontecia fácil quando ultrapassava os copos por não ter costume de fazer isso.
 
Tratando de encerrar a ligação, Heriberto se despediu junto com o sentimento de culpa, depois dirigiu com cautela em uma noite de sexta-feira, com uma intensa concentração de veículos nas ruas.
 
 
 
Victoria estava descendo as escadas de sua casa.  Ela usava um vestido vermelho até os joelhos, usava um echarpe feminino preto nos ombros nus para protegê-la do frio da noite e nos pés usava um par de sapatos de salto alto.  Estava maravilhosa.
 
Então ela ouviu aplausos abaixo.  Foi Pepino quem a viu e esperava por ela.
 
 
 
Ela sorriu para ele com os lábios em tons de vermelho como seu vestido.
 
 
 
 -Hoje serei o macho mais invejado da festa, minha rainha.  -Seu estilista falou muito orgulhoso de sua criação, no belo corpo de sua rainha.
 
 
 
 -Se você fosse um macho de verdade, seria, Pepino.  – Victoria falou em tom de brincadeira.
 
 
 
Os dois então riram e então Pepino deu o braço para sua parceira da noite, e deixaram a casa.
 
 
 
 -Estou ficando nervoso, Victoria.  Em meia hora estaremos em um lugar cheio de jovens.  Por Deus.  Estou muito velho para isso.
 
 
 
 Enquanto dirigia seu carro, Pepino falou alvoroçado.
 
 
 
 Victoria, por sua vez, tinha seus pensamentos longe dali. Pepino então o tocou no braço.
 
 
 
 -Terra chamando minha rainha.  Pelo amor de Deus, não me deixe sozinho em meu desespero!
 
 
 
Ela riu e ao ouvi-lo repetir as palavras anteriores, eles concordaram em ficar apenas uma hora na festa e nada mais que isso.
 
 
 
Victoria havia feito seu filho feliz em tudo, até mesmo dando aquela festa em um clube que ela já não ia há muito tempo, e isso seria o suficiente.  Não aguentaria mais de uma hora em um lugar com luzes de vários tons em seus olhos, canções que a deixariam surda e mais ainda, como lhe disse Pepino, jovens em toda parte fazendo suas loucuras como se não houvesse um amanhã.
 
 
 
Muitos minutos depois eles chegaram ao local da festa.
 
 Heriberto já estava na festa. E, claro na companhia de alguns conhecidos de sua idade.  O que não ultrapassava oito pessoas ou menos, enquanto os jovens da idade de seu filho no lugar que estava reservado para a festa, tinha cerca de 200 convidados prontos para curtir tudo que uma noitada louca poderia oferece-los.
 
 
 
 Bebendo um drink feito de energéticos deliciosos, Heriberto batia um bom papo com Antonieta e Oscar. Ambos casados ​​há 7 anos.
 
 
 
 -Olhem, Victoria chegou. - Antonieta falou, chamando a atenção dos homens para olhar para onde ela estava olhando.
 
 
E então Heriberto se perdeu.  Ele perdeu o fôlego e o poder de raciocinar.
 
Ele procurou sua razão, mas sem tirar os olhos da mulher que estava acompanhada de seu criado mais fiel.  Era assim que ele via Pepino e sabia muito bem que o homem se orgulhava do posto.
 
 
 
 Victoria estava linda.  Linda demais para ele respirar como antes, ou pelo menos acalmar seu coração fraco demais para estar na presença da mulher de sua vida.
 
 
 
Merda.  Ele queria ir contra seus pensamentos e sentimentos enquanto se esforçava para virar as costas, para a mulher que se aproximava.
 
 
 
Ele bebeu sua bebida assim, desejando desesperadamente que tivesse álcool e não aquela merda sem efeitos colaterais, como deixá-lo frio o suficiente para ignorar o efeito de sua ex.
 
 
 
 -Boa noite.  – Victoria junto com Pepino falaram alto pelo som das músicas que soavam ao fundo de suas vozes.
 
 
 
 Victoria tinha o coração acelerado.  Estava odiando ter que ver Heriberto justo quando chegara na festa.  Odiava porque ela gostaria de respirar mais algumas vezes, antes de estar na frente dele e de sua noiva.
 
 
 
Mas assim como ela pensava que não tinha escolha a não ser enfrentar o casal, Heriberto virou-se para ela. E então ela ofegou.
 
 
 
 Ele estava lindo.  Em roupas elegantes, mas não elegantes o suficiente para não estar ali com ela em uma festa nada formal. Ele usava uma camisa branca sem gravata, calça preta junto com um terno por cima da camisa da mesma cor da calça.
 
 
Imagens quentes invadiram os pensamentos de Victoria, e ela teve que removê-las em dois segundos, o que fez com que Antonieta e Oscar a cumprimentassem e depois ele.
 
 
 
 -Boa noite, Victoria.  - A voz dele, embora já acostumada, fez Victoria fechar os olhos tendo lembranças de quando faziam amor e ele pedia com aquela mesma voz que ela gozasse para ele, e isso bem ao lado de sua orelha.  O que sempre foi sua morte na terra e chegada ao paraíso, em dois segundos.
 
 
 
 Assim ela recebeu um beijo rápido dele na bochecha e logo os dois se afastaram, como se tivessem uma doença contagiosa.
 
 
 
 -Bem, vamos para algumas mesas livres, Victoria.  –Livrando-se do clima instalado, disse Antonieta que olhou para Pepino, que lhe deu um olhar como se dissesse que não sabia nada do que viam ali.
 
 
 
Sendo amigos íntimos do ex-casal, eles sabiam que tudo entre eles havia terminado em paz para que não houvesse cenas assim.  Que continha um certo constrangimento, ou o que seja que eles viram.
 
 
 
 -Mamãe, já era hora.  - Quando Victoria já estava com Antonieta fazendo todos os sinais para falar com ela sozinhas, Victoria ouviu seu bebê dizer ao fundo.
 
 
 
Em uma mesa em formato de círculo, já tinha Heriberto ao lado de Oscar e Pepino com eles.  Enquanto Antonieta ainda estava ao lado de Victoria, querendo respostas sobre o que ela viu ou pensou.
 
 
 
 -Você é tão lindo, filho.  – Com o coração na mão, agora a mãe que ela era, Victoria disse.
 
 
 
 Sua mão amorosa tocou no rosto de seu menino de 21 anos.
 
 
 
Max então beijou a mão dela com adoração.
 
 
 
 -Vim de uma mulher tão linda quanto a senhora, tive que sair lindo, assim mãe.  – ele sorriu, ela também e Antonieta, que ouviu muito bem a conversa, disse.
 
 
 
 -Olha que garoto convencido você fez, Victoria.
 
 
 
 -Ele saiu até nisso como eu, Antonieta.  –  Victoria ainda mais orgulhosa, respondeu à amiga.
 
 
 
Então Maximiliano, depois de dar mais sorrisos para as mulheres, disse agora olhando sério para sua mãe.
 
 
 
 -Olha, mãe.  Meu pai está sozinho.  Leonela não vem.  Então você poderia fazer companhia a ele?  - O jovem olhou para onde seu querido pai estava e depois seguiu. - Não convidei nenhum conhecido dele, há apenas os nossos aqui.  – Ele parou de falar enquanto esperava a resposta de sua mãe.
 
 
 
Victoria olhou para Heriberto em uma conversa com Oscar e Pepino.  Ele sorriu, ela não sabia por qual motivo, mas era acompanhado por Oscar numa gargalhada.
 
 
 
 E Deus, seu sorriso era o mais bonito que um homem de sua idade poderia dar.
 
 
 
 Então, depois de admirar seu ex-marido, ela olhou para o filho que haviam feito juntos.
 
 
 
 -Não se preocupe, filho.  Eu vou cuidar bem do seu pai. - Ela sorriu e então olhou para o homem mais velho novamente.
 
 
 
Satisfeito com a resposta da mãe, Maximiliano feliz a deixou. Em seguida sentindo um aperto no braço direito e depois ouvindo um sussurro próximo ao seu ouvido, Victoria ouviu Antonieta falar.
 
 
 
 - Pelo amor de Deus, Victoria, por que você olha para Heriberto como se quisesse comê-lo?  - Antonieta falou e teve sua amiga agora olhando em seus olhos.
 
 
 
 -Porque é exatamente o que vou fazer hoje, Antonieta.

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