Capítulo 3

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-Estás bem?-pergunta-me o Callum, ao ver o meu ar petrificado mal entramos no jardim.

-Estou, sim...

Relembro-me de tudo...

•FlashBack•

-Emma?-oico alguém perto de mim chamar, mas reparo que não é o Callum.

Olho para trás e vejo o Zayn, que se senta ao meu lado (no banco de jardim onde estávamos) e inicia conversa.

O Zayn fala sobre coisas normais, pelo menos por enquanto. O Call ri-se enquanto ele fala e responde as suas perguntas.

É durante esta conversa superficial que o Zayn se lembra de perguntar:

-Também és um viciado, como a Emma?-ele ri-se para mim, mas eu estou petrificada.

-O quê?-ele faz um ar confuso.

-Não vives com ela?-pergunta o Zayn.

-Vivo, mas viciada em quê?

-Erva, em que é que haveria de ser?

O Callum olha para mim com um olhar espantado e espera uma resposta minha.

-Não, Zayn, não mintas, ele está só a gozar, Call! Ninguém se droga, somos todos felizes da vida-desculpo-me.

Uma voz atrás de mim fala antes de o Callum ter sequer tempo de pensar no que eu disse.

-Não achas que já chega de mentiras, Emm?

Emm, Emm... Luke?

•Tempo Real•

-Emma!-o Callum chama.

-Diz!-respondo, no mesmo tom.

-O Charlie está a chorar!

O Call dá-mo para o colo e eu agarro-o, começando a cantar-lhe ao ouvido a primeira música que me vem à cabeça.

-Como é que consegues?-pergunta-me o Call, sorrindo-me.

-Basta... Sentir.-respondo, bastante misteriosa.

-Por falar em sentir, hoje à noite o Ashton vai dar uma festa e pensei que podíamos deixar o Char com o meu pai e com a tua mãe e podíamos ir...-diz ele, colocando os seus braços à volta da minha cintura.

-Call... Não sei...

-Mas há tanto tempo que não fazemos... Tu sabes...

-Porque é que não podemos fazer isso em casa?

-Porque o Charlie nunca para de chorar!-diz ele, como um miúdo de seis anos.

-Está bem, mas voltamos cedo.

-Antes das seis.

-Quatro.

-Cinco.

-Quatro e meia.

-Cinco.

-Quatro.

-E meia.

-Feito.

-Boa-responde ele, depois de chegarmos a acordo.

Desde que sou mãe que me sinto menos adolescente, apesar de ainda o ser e cada vez me pareço mais com a minha mãe.

-És assustadora...-diz ele, muito baixo.

-Porquê?

-Porque queres voltar cedo!

-Quatro e meia não é nada cedo!

Ok, talvez seja cedo, mas temos um filho, as coisas já não são como antes, em que caímos embriagados no chão até à manhã seguinte, em que alguém nos acordava com um chuto na cara, porque estava a tentar passar por entre a multidão adormecida no chão.

-Emma?-oiço atrás de mim.

Dejà-vu!

Viro-me para trás para me deparar com o rosto harmonioso da minha mãe.

Desde que fiquei grávida que a nossa relação tem piorado, mas pretendo esquecer tudo o que aconteceu, incluindo o rapaz loirinho que travou conversa comigo, obrigado pela minha mãe, mesmo tudo o que aconteceu entre nós, para poder ser feliz com ela.

-Olá!-digo.

Estou surpreendida por encontrar a minha mãe, mas nem pergunto, com medo de estar a ser perseguida de novo.

-Olá!-diz o Callum- Será que esta noite podia ficar com o Charlie? Nos adoraríamos sair...

-Sim, claro!

Enquanto me apetece dar um murro ao Callum sem motivo aparente, talvez por sentir que ele é o mau da fita por me estar a atrair para uma festa para ter um sexo forçado no meio de uma casa de bêbados e desconhecidos, reparo na figura esbelta da Jeff, ao fundo da rua.

Saio de perto da minha mãe e do Callum e dirijo-me à minha melhor amiga, com quem não tenho falado muito.

Ao aproximar-me, vejo que a Jeff está com um rapaz, bastante mais alto que ela e estão abraçados. Enquanto me vou aproximando, parece-me ser uma silhueta familiar a que abraça a Jeff, mas não pode ser...

A apenas três passos deles, exclamo, sem pensar:

-Luke?

5 vezes - 2ª ParteOnde histórias criam vida. Descubra agora