Capítulo 29

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🔹🔷BÁRBARA PASSOS🔷🔹

Se eu queria ter certeza se Gilson era realmente o irmão de Carol, eu ia ter que abrir o jogo pra ela. Eu queria tanto estar certa, imagino a felicidade que Carol ficaria de enfim encontrar o irmão dela, mesmo o Gilson sendo envolvido com roubos e falsificações ele é um garoto muito especial, me pergunto o que ele seria se fosse criado pela família de Carol, ela é tão bem educada e inteligente, talvez Gs fosse formado e tivesse um cargo tão elevado quando o dela ou estivesse se formando já que ele tem apenas 19 anos.

- Bárbara? Estou esperando uma resposta. - Carol falou e se sentou do meu lado.

- Carol eu não tenho certeza, mas eu posso ter encontrado seu irmão. - Falei e vi duas lágrimas escorrer dos olhos dela.

- Não brinca comigo Bárbara.

- Jamais faria isso, eu não tenho certeza se ele é seu irmão, não tem como eu ter certeza, mas se eu preciso tirar essa dúvida é abrindo o jogo com você. - Falei e segurei a mão dela.

- Me fale.

- Eu vivia sozinha no galpão, era um lugar sujo e nada agradável de se morar, ainda mais sozinha, na época eu tinha uns 17 anos, eu fazia pequenos roubos apenas para conseguir me alimentar, então com alguns dias Evellyn chegou na minha garagem, e eu fiquei com medo , porque era o único lugar que eu tinha pra morar, tive medo dela me roubar minha única moradia, mas ela também estava sozinha, então no fim eu e ela passamos a morar juntas, Evellyn era mais velha que eu e ela começou a me ajudar com os pequenos roubos, depois a gente encontrou a Ethel, ela tinha apenas 10 anos, e aí encontramos o Victor com o Chusher, eles viviam juntos na rua, começamos a arrumar o galpão e o transformamos no que ele é hoje. - Comecei a contar desde o início Carol apenas ouvia tudo atentamente.

- Eu nunca vi nenhum dos seus amigos perfeitamente eu acho.

- Continuando, um dia eu estava andando na rua e eu encontrei um garoto, ele estava chorando escorado em um poste, mas ele não parecia um garoto de rua, então eu fui falar com ele, ele me falou que os pais dele tinham morrido e que agora era morador de rua, eu fiquei com muita pena e o levei para o galpão, Evellyn não quis aceitar mais um adolescente naquele lugar, os roubos não tava dando ao menos pra gente se alimentar, então ela foi falar com o garoto e descobriu que ele era foda em computação. - Eu falava e Carol voltou a chorar.

- É ele? Mas como? Quando Gilson sumiu ele tinha apenas 4 anos.

- Eu encontrei ele com 14. Eu tinha visto a sua foto com ele aqui no seu apartamento, eu quis conhecer aquele rosto de algum lugar, mas eu não dei muita importância, então eu vi a mesma foto na sua sala no presídio novamente e você me contou toda história. Quando eu cheguei em casa fui conversar com Gilson, ele me falou que tinha se perdido dos pais quando era criança, então uma família o adotou, quando eu o conheci ele tinha acabado de perder a família adotiva em um incêndio, ele escapou pela janela do quarto, a casa dele pegou fogo.

- É impossível ele ter sido adotado, o rosto dele tava em todas as listas de crianças desaparecidas, meu pai investiu o maior dinheiro em campanhas, ofereceu dinheiro para qualquer pista.

- A família nunca o adotou legalmente, ele nem ao menos tinha um documento de identidade, ele tinha aulas particulares, e pelo que Gilson falou ele vivia em casa, talvez com a cara enfiada em um computador.

- Eu não acredito, que filhos da puta. - Carol falou e o rosto dela estava banhado em lágrimas.

- Por isso ele foi pra rua depois do incêndio, ele não tinha provas que era filho daquela família. Mas Carol, eu posso estar enganada.

- Você tem alguma foto dele?

- Só um minuto. - Falei pegando meu celular e abrindo o Instagram dele.

 - Falei pegando meu celular e abrindo o Instagram dele

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- A meu Deus... - Carol falou com os olhos cheios de lágrimas e passou o dedo na tela como se estivesse alisando o rosto de Gilson.

- Acha que pode ser seu irmão?

- Eu tenho certeza que é meu irmao. Gilson Santos, esse é o nome dele?

- Da pra você não derrubar esse documento dele? É meio que o oficial. - Falei com uma careta.

- É falso esse documento? Bárbara o que Gilson faz? Se ele participasse dos roubos com vocês eu tinha a ficha dele.

- Ele é falsificador, e Apa.

- A meu Deus, ele falsificou esse documento? O seu advogado era meu irmão, Deus eu não acredito que ele me fez de idiota tantas vezes.

- Ele é ótimo. Como você tem certeza que é ele?

- Espera um minuto. - Carol falou e saiu, logo ela voltou com uma foto.

*uma foto de bebê*

- Pra mim ele continua o mesmo bebê. - Carol falou sorrindo pra foto.

- Eu posso falar primeiro com ele sobre isso e convencê-lo a fazer o teste de DNA?

- Sim, não quero assusta-lo. Obrigada Babi. - Ela falou e me abraçou.

- Podemos comer agora?

- Perdi o apetite.

- Perdeu nada, precisa se alimentar Marzin. - Falei e me levantei, peguei um suco na geladeira e servi para nós duas.

Ela tinha terminado de fazer os dois lanches naturais e eu coloquei o prato de frente a ela.

- São quase 4 horas, que horas é o enterro da primeira dama?

- De 10 horas.

- Ótimo, da pra gente dormir ao menos umas 5 horas, eu tô exausta. - Falei e peguei um dos lanches.

- Acho difícil eu conseguir dormir depois de tudo que você me falou. Fico imaginando o tanto de coisas que meu irmão passou, se adaptar a uma nova família, depois perder ela novamente e quase ser morto em um incêndio, e também tudo que ele passou com vocês. Mesmo não sendo a forma que gostaria que Gilson tivesse sido criado, obrigada por ter cuidado do meu irmão. - Carol falou segurando minha mão.

- Carol você não sabe se é realmente ele, não quero que você fique criando expectativas.

- Não se preocupe, eu estou feliz, mas eu também sei que posso estar enganada, mas Babi, ele se parece tanto com Gilson, tem o mesmo nome, e a história parece se encaixar.

Terminamos de comer os lanches e lavamos a louça que sujamos, depois fomos para o quarto, Carol parecia inquieta e eu não conseguia dormir com ela se mexendo freneticamente.

- Você precisa dormir Cah.

- Não consigo.

- Vem aqui. - Abri meus braços e Carol se deitou no meu peito, comecei a fazer carinho no cabelo dela, e no fim quem acabou dormindo fui eu.

A Delegada (G!P) 🚔 1° Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora