설교자

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— Queridos irmãos, oremos para que Deus console a família do pobre Taehyung, que era um jovem devoto e muito empenhado na obra do Senhor

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— Queridos irmãos, oremos para que Deus console a família do pobre Taehyung, que era um jovem devoto e muito empenhado na obra do Senhor. — Kim Namjoon pronunciava com uma feição triste, mas forçada. — E oremos também para que a justiça de Deus pegue o culpado por esta crueldade.

Ele não se importava de verdade.

Minha mãe ao meu lado enxugava o cantinho dos olhos sempre que uma lágrima ameaçava escapar e eu suspirei de dor porque aqueles bancos eram péssimos para a minha coluna.

Eu estava tão farta daquilo tudo.

Olhando ao redor, encontrei Jennie Kim parada no corredor lateral com uma expressão séria no rosto; ela não parecia triste, embora muito menos parecesse feliz.

Usava um suéter preto de gola alta e uma calça jeans um pouco mais comportada do que a que usava na aula do dia anterior.

Suspirei mais uma vez, fechando os olhos com as pontadas dolorosas em minha cabeça, aparecendo nos piores momentos possíveis.

— Isso tudo é mentira. — ao meu lado, Christopher Bang murmurou, passeando os dedos pelos fios loiros. — Kim Taehyung era sim um bom garoto, mas ele odiava isso aqui, mais do que qualquer coisa.

— Hm? — eu o encarei atentamente.

— Vante não era devoto, nem um pouco... — seu olhar triste transbordava nostalgia. — Ele era incrível, um ser humano lindo... Mas se pudesse, trancaria boa parte dos que estão aqui num quarto e atearia fogo neles.

Um arrepio percorreu minha espinha e eu encolhi os ombros, engolindo em seco ao absorver suas palavras e me dar conta de que a mídia local também tinha envolvimento naquela bizarrice.

— Você sabe o que rolou com ele? — pedi com curiosidade e Chris franziu as sobrancelhas antes de me responder cautelosamente.

— O que eu sei é que naquele dia, Taehyung estava determinado a acabar com esse teatro fúnebre aqui. — ele indicou o púlpito com a cabeça. — Mas não sei o que deu errado no processo. Não quis me falar os detalhes, também. Mas nada tira da minha cabeça que essa porra é uma seita fodida...

— Shh! — minha mãe nos repreendeu ao meu lado e Chris se calou, seu olhar se perdendo ao encarar o pastor de nossa congregação em seu discurso vazio, ainda que transbordante de palavras sentimentais.

Quando aquela tortura acabou eu me dirigi para o carro do meu pai, sentando-me no banco de trás e puxando o capuz para proteger minhas orelhas do frio insuportável que havia tomado conta de nossa cidade, bem na semana do desaparecimento de um garoto.

Até o clima na cidade estava suspeito e provavelmente eu já estivesse paranóica, mas nada tirava da minha cabeça que aquele era o início de algo maior, algo fora do controle da polícia ou até mesmo da porra do FBI.

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