Cidade pequena, super religiosa e tranquila, até o momento em que alguns jovens começaram a desaparecer sem um motivo aparente. A polícia local não se importou o suficiente para investigar esses sumiços com afinco pela falta de recursos e respostas...
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A sexta-feira finalmente tinha chegado e eu não tinha comentado o episódio do dia anterior com absolutamente ninguém, e nem pretendia.
Não sei o que aconteceria caso alguém soubesse que Jennie me levou para sua casa depois de eu quase ter sido sequestrada enquanto voltava para a minha casa.
Claro, minha mãe sabia onde eu estava, mas ela não sabia o motivo pelo qual eu entrei no carro com tanta pressa quando eles foram me buscar.
Não aconteceu nada entre mim e Jennie, mas tínhamos aquela porra de tensão sexual forte o bastante para me deixar doida ao ponto de planejar uma doideira.
Foi difícil comer na mesma mesa que ela, recebendo seus olhares pretensiosos, com ela fazendo questão de tocar meu braço vez ou outra ao mesmo tempo em que me segurava para não mandar aquele jantar para o caralho, debruçar ela sobre a mesa e enterrar meus dedos em seu interior até Jennie derreter em meus braços.
Apesar de que eu sabia que se o fizesse, ela não acharia ruim.
Na verdade, ela adoraria. Seu olhar devasso me dizia isso.
Mas eu estava tentando ser decente, e não pretendia dar esse mole, principalmente quando Jennie era uma das pessoas mais estranhas que eu já tinha conhecido.
Ela era claramente falsa, e toda aquela pose de boa moça não me convencia.
Pensar que ela sabia exatamente onde me buscar na hora em que eu mais precisei era assustador. E eu me lembro bem dela ter dito "uma vida por outra", como se tivesse feito uma troca consciente por minha causa.
Porra, eu estava ficando perturbada.
Enquanto o professor Hwang enchia a cabeça dos meus colegas de química orgânica, com ligações de carbono, meus olhos estavam focados no relógio em cima do quadro branco; o ponteiro dos segundos parecendo cada vez mais lento.
Soltei um grunhido, enterrando meu rosto entre meus braços. Estava cansada, não havia dormido absolutamente nada na noite anterior porque meu cérebro tinha decidido não me dar uma pausa.
Então eu simplesmente apaguei em cima da minha carteira até o sinal tocar.
Minha visão estava embaçada e o lado esquerdo do meu rosto formigava.
As pessoas pouco a pouco deixavam a sala e quando fiquei sozinha, finalmente me levantei para guardar as minhas coisas, sem pressa.
O professor Hwang havia ido embora sem me direcionar um cumprimento educado e eu não me surpreendi com o mau humor daquele homem.
Olhando pela janela percebi o tempo aberto, pela primeira vez naquela semana, o Sol havia dado as caras e não tinham muitas nuvens no céu.
— Você dormiu a aula toda, sua mané. — Niki me acusou e eu saltei com o susto, lançando a ela um olhar irritado quando meu coração começou a bater feito um louco.
