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Antes que Jennie começasse a falar, meu celular começou a vibrar dentro da mochila

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Antes que Jennie começasse a falar, meu celular começou a vibrar dentro da mochila.

Eu honestamente não ia atender, mas ela me deu aquele olhar que significava exatamente atende essa porra. E naquelas circunstâncias eu não seria doida de deixar ele tocando.

— Tzuyu.

Minha mão estava tremendo.

Cara, puta merda. Você não sabe que porra eu descobri, tava lendo aqui desde dez horas da noite, a porra do meu sono tá todo fodido e amanhã a gente tem prova, mas que se foda! Eu descobri o motivo dessa merda toda.

Jennie estava tranquila, tinha sentado de frente para mim na mesinha de centro, me encarando com tédio estampado nos olhos felinos.

— Te falei... — ela murmurou com um revirar de olhos.

— Tudo bem. — eu suspirei e isso fez a dor na minha barriga despontar por causa do corte. — O que você descobriu?

— Bom, a gente sabe que a Catedral sempre foi a instituição mais importante da nossa cidade. Programa de reabilitação, um hospício que ninguém sabia que existia, programas de caridade, toda essa porra é movida pelo mesmo órgão. Mas como eles cresceram com tanta facilidade?

— Eu não sei, Tzuyu... — franzi as sobrancelhas sob o olhar entretido de Jennie. — Sonegação de impostos? Propina? Lavagem de dinheiro?

Pacto, Lisa. Observe que Elizabeth Manson foi a primeira internada, e a partir dela surgiram os outros sumiços... — a empolgação em seu tom de voz era mais do que notável. — E é muito fácil você lotar um programa de reabilitação quando você passa a caçar os viciados. Lembra que a gente tinha conversado sobre os desaparecidos terem a Catedral em comum? Lisa, todos eles eram jovens em processo de conversão, ou recém convertidos.

— Com vícios, problemas e uma porrada de supostos pecados... — eu concluí com um aceno de cabeça ao me sentar. — Tá, e Elizabeth Manson?

Ela foi o meio de atuação do diabo. Pode-se dizer que foi uma troca, porque era como se o corpo dela tivesse virado uma fantasia para o Tinhoso agir, sabe? O Sete Pele, o Mochila de Criança, o-

— Já entendi! — eu a interrompi, antes que ela continuasse invocando-o no meu ouvido.

A partir disso, os outros jovens foram os reais sacrificados. Os outros treze desaparecidos foram meras vítimas dela.

— Então você tá me dizendo que acredita que ela foi possuída e por isso saiu matando todo mundo? — soltei uma risada sarcástica. — Você já foi melhor que isso.

Não é isso, Lisa! Porra, se fode. Ela era doida, naturalmente. E não tem como você não enlouquecer depois de tanta tortura. — ouvi uns ruídos do que pareceu ser um saco de salgadinhos e então Tzuyu estava mastigando no meu ouvido.

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