Calum saiu do hospital e voltou, entregando-me um pequeno caderno e uma caneta.
"Escreva", ele me diz.
"Não", eu digo.
"Você não pode sair. Você não pode fumar. Você não pode dar um chilique no momento. Assim, você deve escrever. Ou desenhar. Ou qualquer outra coisa."
Ele se senta novamente no banco do outro lado da sala, obviamente, não se incomodando com as minhas besteiras. Cerca de duas horas depois, todos nós nos sentamos separadamente para evitar de matarmos uns aos outros, desde que Michael quase me sufocou até a morte há uma hora atrás, porque eu não parava de cantarolar.
Fazia menos de três horas e já estávamos ficando loucos. O médico ainda não chegou. Michael verificou várias e várias vezes com a recepcionista, mas ela não podia nos dar informação alguma.
Então, eu faço o que acho que preciso.
Eu escrevo.
Querido Ashton,
Deus, eu sou um idiota, não é? Você iria descobrir de qualquer maneira. Eu tenho fumado cerca de dois maços por dia durante um mês. Você ficaria decepcionado. Eu acho que você está. É por isso que você se foi. Você não pode lidar com mais isso em mim.
E se você morrer naquele quarto de hospital, eu acho que nunca irei me perdoar. Michael nunca iria me perdoar também. Ele já tentou me matar várias vezes. Estou surpreso de as enfermeiras não terem sedado ele ainda.
Já se passaram quatro horas, e não temos ideia se você está bem. Só podemos esperar.
Eu só posso esperar que eu não ferre com tudo.
Porque todos nós sabemos que, se você morrer, vai ser minha culpa.
Com amor, Luke.
Fechei o caderno e os olhos, na esperança de que um cochilo ajudasse a fazer o tempo passar. E ele fez.
Quando acordei, cerca de 5 horas mais tarde o médico finalmente saiu. Mas suas palavras não são as que eu quero ouvir.
"Ashton está estável. Ele está em coma por tempo indeterminado. Nós não temos certezas do quão ruim são as lesões em seu cérebro."
"Podemos vê-lo?" Calum pergunta.
O médico, infelizmente, balança a cabeça negativamente. "Seria melhor se vocês esperassem pelo menos um dia", ele nos diz.
Um dia. Eu não posso vê-lo por um dia.
E ele provavelmente não vai me ver por muito mais tempo.
Quando o médico sai, Michael, que está de pé, caminha até a parede a chutando enquanto suas mãos em forma de punho puxão seu cabelo.
Quando as palavras do médico finalmente se fixaram em mim, em coma, eu saio e começo a caminhar para fora. Calum chama por mim, mas eu não respondo.
Saio do hospital para o vento frio. Puxo meu capuz e começo a andar sem nenhum lugar particular para ir. O caderno ainda está no meu bolso.
Quando estou longe o suficiente para me sentir um pouco sã, pego meu celular. Em primeiro lugar, ligo para Ashton.
"Hey. Realmente sinto muito. Não posso atender agora. Deixe uma mensagem. Fique bem." diz a voz.
Eu não deixo uma mensagem.
Em vez disso, ligo para a única pessoa que consigo pensar agora.
Jack.
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Fade ➸ lashton
Fanfiction"O que vai deve voltar." PLAYLIST http://8tracks.com/party-fckin-poison/fade all rights reserved @bipolarality ©