Capítulo 8

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Os poucos momentos de descanso que eu tive foram regados de amor e atenção. Nos quais Draco me cobriu de carinhos e fez de tudo para que quando fossemos para a cama, estivéssemos livres de todo estresse

Haviamos deixado as janelas altas abertas, e naquela noite em específico soprava uma brisa suave e gelada para dentro do cômodo. Oque nos circundava era uma atmosfera tranquila e quase utópica

Era como estar bem acordada mas vivendo um sonho, na eterna sensação de acalento e ternura. Envolta pelo aroma envolvente do perfume almiscarado de Draco. Isto até o momento em que fomos interrompidos

Um som repetitivo de batidas contra madeira se fez presente, e apesar de eu o imaginar como uma extensão do mundo de sonhos que eu estava, a sua constância e persistência me fez perceber que estava acontecendo no mundo material

A sensação de me afastar do conforto e do acalento me gerou um sentimento quase que funesto de tão repudiado e inesperado. Draco foi obrigado a se arrastar para fora dos panos e lençóis para ir até a porta

Eu mantive meus olhos fechados, ignorando vigorosamente o sentimento em meu peito que dizia que algo estava errado e que eu deveria me levantar. Numa tentativa de dormir e acordar com o cenário dos meus sonhos

-Posso ajudar?_ Draco perguntou com a voz rouca de sono

-Precisamos falar com a SN!_ Dora foi direta

-Ela está dormindo. Vocês podem-

-Draco, nós precisamos muito falar com ela. E com você também na verdade_ Desta vez reconheci a voz de Astória

A esta altura eu já havia me levantado da cama tão rapidamente que o quarto rodopiou a minha volta me obrigando a me apoiar na mobília para me recuperar do meu desequilíbrio devido a descarga de adrenalina que eu recebi

-Oque aconteceu?_ Perguntei diretamente a Dora

-Eu e Astória estávamos na praia porque ela-

-Eu estava precisando de ar e fui até a praia. De repente vimos uma das corujas voando até nós, havia uma mensagem amarrada ao pé da ave que dizia que o navio havia sido raptado

Eu respirei fundo, sentia o ar se ausentando dos meus pulmões. Aparentemente a ficha de estarmos em guerra não havia caído até o momento. E agora eu me via em uma espiral de desastres que chegavam um atrás do outro como uma avalanche

Senti a mão de Draco repousar nas minhas costas onde ele com certeza conseguia sentir o meu coração batendo acelerado. Imediatamente uma calmaria começou a me preencher, pude jurar ter ouvido o som de água do mar no recinto

-Se importam em nos dar um minuto? Acabamos de acordar e esta notícia foi um tanto abrupta_ Draco pediu

Dora olhou para mim esperando algum tipo de reação, fosse de concordância ou de negação. Acenei positivamente para ela ainda me sentindo perdida e tentando desesperadamente voltar ao meu estado normal

-Você está bem?_ Ele me pergunta assim que elas deixam nossa porta

-Sim..._ Disse sem acreditar em minha própria afirmação

-Nós daremos um jeito_ Ele afirma

Draco se aproximou de mim, segurou-me pelos ombros apertando suavemente meus músculos cansados a fim de relaxa-los. Em seguida, me puxou de encontro ao seu peito onde minha cabeça se encaixou perfeitamente

No instante seguinte, eu me desvencilhei de seu abraço, fui até um dos ganchos que ficavam na parede e peguei um robe pesado para cobrir as minhas vestes noturnas. Em seguida sai porta a fora determinada a concertar o mais recente desastre

O Herdeiro do MalOnde histórias criam vida. Descubra agora