Capítulo 9

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Tranquei a porta do meu quarto, corri em direção minha cama e me joguei na mesma.

O que houve com o Niki que eu conheci?

Eu quero ele de volta, quero meu melhor amigo de volta!

Senti um nó sendo formado em minha garganta, sinal de que o choro estava vindo.

Por que eu tenho que chorar por ele?

As lágrimas quentes começaram a cair em meu rosto o molhando, os pingos das lágrimas iam até o final do meu queixo e caiam nos meus ombros.

Era um choro silencioso e doloroso.

Teve uma época que acabou que chorar "virou parte" da minha rotina. Passava a noite inteira chorando, no dia seguinte passava maquiagem e colocava um sorriso no rosto e fingia estar tudo bem.

Não acho que seja drama da minha parte, as pessoas tem que se colocar mais no lugar das outras.

Imagina você ser enganada pelos seus pais, ser afastada do seu melhor amigo, passar anos pensando que nunca mais o veria e quando volta você da de cara com ele, fica feliz por ver ele bem ali na sua frente e pensar que vão voltar a se falar para no final ser tratada como lixo, humilhada?

Pois foi isso que aconteceu, eu fui humilhada!

Nunca deixo nenhum homem pisar em cima de mim, mas quando você houve palavras de uma pessoa que sempre considerou uma das mais importantes da sua vida te tratar como uma pessoa insignificante e como se fosse um nada? Dói muito, você se sente destruído.

Lágrimas e mais lágrimas rolavam pelo meu rosto.

Está doendo tanto, se ele tivesse noção do que eu passei nos últimos anos ele não falaria dessa forma. Ou falaria?

Não reconheço mais Niki, ele mudou muito e eu também, mas em nenhum momento eu maltratei ele mal desde que cheguei, já ele não posso dizer o mesmo.

Sinto meu coração doendo, eu não mereço isso, ninguém merece isso e eu sinto muito por todas as pessoas que passaram por isso.

Ouço batidas na porta e fecho meus olhos rapidamente fingindo estar dormindo.

— Filha? Oh, ela está dormindo... — a voz de mamãe soa pelo quarto.

Sinto ela chegando perto de mim, tirando meus saltos e puxando o cobertor para me cobrir.

O calor de seus lábios dando um beijo na minha testa e sua mão fazendo carinho em meus cabelos. Depois ela se afasta e logo após ouço o barulho da porta sendo fechada e solto o ar que nem sabia que estava prendendo.

Talvez eu deveria dormir agora...

É, o melhor a se fazer.

[...]

Eram 6:00 da manhã em ponto, tinha acordado mais cedo que o normal.

1x0 para a insônia.

Rolava de um lado para o outro a alguns minutos, e nada do sono aparecer. Resolvo não ficar tentando dormir, sei que meu esforço não vai adiantar em nada, então é melhor não tentar.

O que eu posso fazer enquanto não dá o horário para ir a escola?

Penso durante alguns minutos até que tenho uma ideia perfeita.

Decido ir me arrumar para escola, depois posso sair e ir passear pelas ruas ou ficar aqui em casa mesmo. Mas prefiro a primeira opção, acho que já fico muito tempo dentro de casa e sair deve me ajudar a distrair a mente.

Me direciono até o banheiro, e nossa... como eu tô feia.

Nem sei o que eu pareço, cara inchada, olhos vermelhos, e se alguém me olhasse agora tenho certeza que pensaria que eu tô drogada. O rímel tá todo borrado, parece que eu tomei um soco na cara.

Disney perde essa Fiona.

Tomo um banho rápido, só demoro mais para poder tirar a maquiagem mesmo. Boto o meu uniforme, passo uma maquiagem bem leve só para tentar dar um jeito na minha cara toda inchada.

Eu estava prestes a sair pela porta, mas voltei para deixar um bilhete avisando que eu já tinha ido para escola. Sei que meus pais iriam "morrer" de preocupação, minha mãe iria achar que eu fui sequestrada e até chamar a polícia ela iria.

Dramática?

Eu andava pelas ruas sentindo o vento bater em meu rosto, não vou dizer que era uma sensação maravilhosa por quê não era. O vento era frio, muito frio e eu sentia como se meus ossos fossem congelar.

Por sorte no caminho encontrei uma cafeteira, entrei e não tinha quase ninguém. Ou seja, fui atendida mais rápido.

Pedi um chocolate quente e uma rosquinha. Comia minha rosquinha de chocolate, com cobertura de chocolate e com granulado em cima como se fosse a coisa mais importante do momento.

E era.

Tomo um grande gole do chocolate e acabo queimando minha língua e boca.

Que droga!

Pego rapidamente minha garrafinha e bebo um longo gole de água.

Continuo a comer a rosquinha e tomar o chocolate quente, com mais cuidado agora.

Olho o relógio do meu celular, marcava 7:15. Ainda era cedo, poderia ficar aqui por mais tempo.

Começo a pensar no acontecimento de ontem a noite novamente.

Nunca tinha deixado um homem pisar em mim, ontem foi a primeira vez que eu realmente tinha ficado abatida com palavras de um homem. Fiquei bastante abatida por ter saído da boca de alguém que eu sempre considerei uma das mais importantes da minha vida.

Eu não posso deixar que isso aconteça novamente, não mesmo! Não é por quê ele foi meu melhor amigo que eu posso deixar ele pisar em mim.

Espere...

Não é ele mesmo que disse, que não sou melhor amiga dele? Então eu não sou melhor amiga dele!

E quer saber? Não vou ficar correndo atrás dele, ele não quer falar comigo? Ótimo, maravilha. Prefiro isso do que ter uma pessoa que só me despreza.

Já tinha se passado alguns minutos, peguei minhas coisas e deixei o dinheiro em cima da mesa. Saí a procura de um táxi, e por sorte achei um.

Fechei os meus olhos por alguns minutos, demoraria um certo tempo para chegar na escola já que a cafeteira era um pouco longe.

Fechei os meus olhos por alguns minutos, demoraria um certo tempo para chegar na escola já que a cafeteira era um pouco longe

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Olá, tudo bem? Eu espero que sim!

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Dêem a estrelinha.

How Can I Still Love You? | Nishimura RikiOnde histórias criam vida. Descubra agora