O enorme jardim do castelo estava repleto de flores desabrochadas; tantas cores misturadas que era difícil nomear ou contá-las. Era fim de primavera em Aesther, o reino do Rei Alexandre III, O Guerreiro.A movimentação no jardim real naquela manhã fresca era grande. Várias mulheres, com suas crianças ao encalço, colhiam as flores com esmero e montavam-nas em lindos arranjos e buquês. O solstício de verão se aproximava, e dali a dois dias haveria o desfile de comemoração na cidade, para onde todas aquelas flores seriam levadas.
O rei era um homem prudente e realista, que comandava seu reino a punhos de ferro e espada. Desde sua acensão, nove anos antes, seu reino nunca havia caído em miséria ao comanda-ló com sabedoria. O destaque entre o povo Astheriano, porém, era sua esposa, a amada e aclamada Rainha Tália. A mulher era sem dúvida a própria prosperidade em pessoa.
Naquela manhã as mulheres que transitavam pelos pátios e jardins podiam vê-lá caminhando com graciosidade pelo castelo e arredores, com a grande barriga de grávida e seu filho menor brincando nas dobras de seu vestido. A mulher de voz mansa e sorriso simpático não fazia distinção de ninguém e cumprimentava a todos com igual graciosidade. Fora ela quem havia colocado as mulheres como principais trabalhadoras na colheita das flores. Ela sabia como era se sentir importante perante a alguma tarefa, e por isso teve a ideia de colocá-las ali juntamente com seus filhos pequenos que corriam livres pelos canteiros. Colher flores não era um serviço pesado, e com todo aquele perfume era ainda mais agradável.
O filho da rainha, o primogênito com apenas oito anos, seguia todos os passos de sua mãe. Era gentil e atencioso com todos no castelo, um garoto de brilhante futuro, que seria um rei exemplar quando assumisse no lugar de seu pai. A rainha tinha orgulho de ter algo tão nobre e puro ao seu lado para chamar de filho e lhe amar incondicionalmente.
O garoto pulava e rodava aos seus pés enquanto ela avaliava o andamento da colheita nos jardins, sempre falando de algum novo inseto que viu pelas redondezas, ou contando como estava ficando bom no treino com as espadas; sempre tinha assunto e fôlego para contar a mãe suas aventuras e fase-lá sorrir.
Aquela manhã ele estava livre dos seus afazeres reais e pode passear com a mãe. Todos os anos ele repetiam aquele pequeno ritual de sair na manhã ensolarada e assistir a colheita no jardim maior do castelo. O garotinho adorava sentir o perfume das flores e ver o brilho no olhar de sua mãe enquanto ela parava e conversava com alguma das mulheres. Varias outras crianças corriam por ali, pulando e gritando em meio a alguma brincadeira, nenhuma delas porém lhe dava atenção. Ele já estava acostumado, era o príncipe herdeiro, e as pessoas insistiam em tratá-lo como uma divindade que não se podia ser tocada. Mas mesmo assim ele ficava feliz em ver outras crianças da idade dele se divertindo no jardim de sua casa.
Ele estava ansioso para o nascimento de seu irmão, que estava mais breve a cada dia. O garoto já sonhava em conhecer seu irmão, ou irmã, pois ele finalmente não seria mais sozinho naquele enorme castelo. Finalmente teria alguém para brincar com ele, para que ele pudesse ensinar a lutar com espadas de madeira, para que ele pudesse mostrar seu novo inseto que achou em algum lugar do palácio. A solidão não existiria mais.
Conforme mais andavam no jardim, mais crianças surgiam. Elas corriam por perto dos arbustos e jogavam-se no chão quando cansadas. Mas nenhuma delas chegava perto demais do jovem príncipe. E ele estava conformado que não teria amigos além de sua mãe e as camareiras do castelo.
— Muito em breve você terá seu irmãozinho, querido, não se preocupe. Vocês serão inseparáveis, eu prometo — sua mãe disse ao ver a tristeza mal escondida do pequeno. Ele apenas assentiu e segurou novamente o vestido dela.
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𝐑𝐨𝐲𝐚𝐥𝐬 『Sterek』
FanficAté onde vai o preconceito da sociedade? Até onde um amor suporta a opressão? Até quando se pode esconder algo que deveria ser velado de tão bonito? Na Terra Média em 1300 era comum ver dois homens duelando; seja por poder, amores, vinganças, dinhei...