Quando eu me apaixonei pela primeira vez, era pouco provável que fosse acontecer, porque eu era totalmente o oposto dela, e ela para além de mais nova, era dócil, sensível, frágil, e ao mesmo tempo forte no olhar, porque conseguia transmitir-me uma energia sem precedentes.
Era de facto "algo" estranho e um facto insólito, porque eu estava habituado a outro tipo de mulheres, bem mais "velhas" que ela modéstia à parte, e bem mais vividas em termos de experiências. Ela do Contrário era uma menina normal interessante e cheia de mistérios ao mesmo tempo, que convivia com os amigos normais da sua idade, vivendo coisas que caracterizavam a idade e o ambiente próprio dos adolescentes.
Até que num belo dia, o improvável tornou-se provável dando início a uma novela cujo título estava por se descobrir. Tudo teve início quando ela começa a cursar o primeiro ano na escola frequentada por mim, que tornou-se "NOSSA" com o tempo, mas em classes diferentes claro! Risos...
Algumas vezes de forma aparente esbarrávamos algures pelos meandros da escola da atmosfera que a envolvia. Era um dos melhores "anos" na época que ela começou a frequentar a escola, porque para além dela, haviam mais meninas da faixa dela, a frequentarem a mesma escola e classe, e eram todas muito "boas gajas", vulgo o termo. Era o ambiente perfeito para caçadores sedentos como nós, os verdadeiros "WOMANAZAS".
O facto do ambiente ser bem frequentado por elas na época, tornou-se interessante pra nós, digo nós , porque eu tinha amigos e colegas próximos, muito mas muito próximos!. Esse grupo de amigos e colegas, formava a equipa certa quando o assunto envolvesse mulheres, e estratégias para atrai-las para nós, usando técnicas denominadas por nós por "WONAMAZISMO". O Womanazismo era tido por nós como uma filosofia de vida, e a gente vivia-o de forma intensa.
Passando esse pequeno detalhe, considerado um marco importante para construção dessa narrativa, que não era de todo mau, um dia qualquer , algures pela escola, alguém falava comigo, eu não sabia responder porque não conhecia de facto, demostrando estar surpreso insinuante abordagem apenas. E para o meu espantosem saber, era ela, a mesma que já ouvia falar de mim e dos meus amigos, a mesma que ouvia falar do adjetivo que nos fora atribuído pela forma própria que li dávamos com as meninas( WOMANAZAS), a mesma que tinha noção do meio que eu frequentava, e que por sinal não lhe dizia nada por diversos motivos, a mesma que naquele instante não me dizia muita coisa, e longe de mim saber que seria ela a tocar no meu botão cor de rosa.
Ela passou por mim, e perguntou se eu era a pessoa de quem ela ouvia muito falar, e foi mais ou menos assim:
Ela: oi tudo bem?
Eu: sim e contigo?
Ela: comigo está tudo, desculpa tu é que és o "Ricardo"?
Eu: sim, Porque?
Ela: porque vás ser meu namorado um dia;
Eu: ok!! pus-me a rir, como quem diz! quem é mais essa louca varrida?Achei estranho, e ao mesmo tempo achei-a um pouquinho atrevida para idade dela, mas prontos seguimos assim na mesma. Eu era um jovem normal como todos os jovens na época, que alimentava o ego tendo inúmeras mulheres pra sentir-se aceite no meio ou talvez pra suprir determinadas necessidades fisiológicas, atraindo pra mim o maior número de mulheres possíveis . Aquilo hoje podia ser das coisas mais absurdas, mas para o tempo que vos descrevo, fazia algum sentido, ou não, mas prontos! isso é uma conversa a parte, porque para além de partilhar a mesma realidade dos jovens da minha idade, o meio em que eu frequentava era alicerçado por essas bases, e parece que todos nós buscávamos motivação nesse desvio comportamental, para construirmos versões inválidas sobre nós, ilusoriamente tidas como válidas para sustentar um "status" utópico.
Para terem alguma noção do que vos falo, descrêve-los-ei de que meio vos relato:
>Cronologicamente estamos a descrever um tempo a volta de 2006 a 2010, em que todo jovem tinha de fazer parte de um grupo do bairro, de luta ou não mas precisava pertencer ;>Era o tempo do "pico" astronômico do Kuduro, e todos queriam usar essa particularidade como ferramenta de socialização e até mesmo como ferramenta de atração pra ser mais claro;
>Falando em atração, ninguém podia atrair só uma rapariga, e se tal facto acontecesse, eras vaiado ou não aceite pelo grupo, porque demostrava fraqueza masculina e pouca virilidade;
>Era um tempo marcado pela construção do ego masculino para os da minha idade, e logo quanto mais "WOMANAZA" fosses, melhor para o grupo;
>E por outra, o grupo que atraísse mais mulheres, pra além de tornar-se no grupo mais mediático, tornava-se na maior referência da zona, facto que tornava a corrida por mulheres ainda mais divertida, considerando-as muitas vezes como troféus de uma disputa entre grupos rivais ou não.
E o mais importante para o tempo em que vos falo, é que todo "WOMANAZA" aceite por determinado grupo, emocionalmente tinha de ser "ocioso", ninguém podia nem demonstrar amor, porque do contrário era removido e muitas vezes faziam troças de quem assim se posicionasse. Portanto como podem calcular , nenhum "WOMANAZA" tinha de ser expressivo emocionalmente, e se acontecesse, só haviam duas opções, ou mandavas pra baixo todo aquele modo padrão e alienado de viver, e admitias o que sentias abraçando o teu emocional e as necessidades naturais inerentes a ele/ela, ou não admitias e continuavas a viver uma vida mecanizada, fingindo não ter necessidades emocionais e seguir o mesmo ritmo de crença masculina generalizada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O meu primeiro e verdadeiro amor
RomanceO Enredo descreve o amor, numa cronologia em Que era vivido de forma endógena, num tempo em que era preciso muita coragem pra viver o amor de forma exógena, e quebrar as correntes de um padrão e esteriótipos que eram definidos por um determinado gru...