I'm Here for You - Hyoga X Shun

Capítulo 1: A chegada do Cisne

Saori Kido solicitou que seus cavaleiros de bronze mais próximos fossem para sua casa a fim de passarem um tempo juntos como amigos, ainda mais depois de uma difícil batalha nas terras de Poseidon e diante de um futuro incerto. Qual seria a próxima luta? E o próximo desafio?

Para a felicidade de Hyoga, o céu exibia suas numerosas estrelas com fervor naquela noite. Sendo um cavaleiro de Athena, um horizonte bem estrelado lhe dava uma paz profunda e inexplicável; a sensação de que não estava sozinho, sentia-se protegido por sua constelação e pelas dos outros cavaleiros que prezavam por seu bem estar. O loiro encostou lentamente a cabeça no vidro do minúsculo táxi onde estava e admirou a paisagem das ruas e prédios de Tóquio que rolava pela janela como um filme. Bom, o espaço do carro com certeza seria maior se a caixa de sua armadura de Cisne não ocupasse praticamente dois dos três lugares dos bancos traseiros. Já que ela não coube no porta-malas junto com sua pequena bagagem, o jeito seria aguardar até chegar na Mansão Kido.

Alguns minutos se passaram, Hyoga começou a reconhecer o trajeto e supôs que já estivesse perto; felizmente, a noite era calma e serena, e o caminho que levava à residência Kido tendia a emitir uma paz única graças ao cosmo de Athena. O maior desejo do russo naquele instante era atravessar as gigantescas portas da mansão para abraçar seus grandes amigos e companheiros: Seiya, Shiryu, Ikki e Shun. Com exceção de Ikki, que continuava desaparecido após a luta nos pilares de Poseidon, os outros já estavam com Saori e aguardavam a chegada do amigo. E Hyoga sentia uma falta especial de Shun. Ambos tenderam a se aproximar mais depois que o Andrômeda sacrificou sua vida e seu cosmo para trazer o Cisne de volta ao mundo, aproximação esta que os levou, aos poucos, a se apaixonarem e a prezarem pelo bem um do outro. Ah...ele tinha tanta saudade das palavras boas e do coração puro de Shun, o Andrômeda passou a ser a calma de sua mente carregada.

O pequeno táxi estacionou em frente aos portões da mansão Kido. Hyoga saiu do automóvel e colocou a caixa da armadura de Cisne em suas costas enquanto o motorista retirava suas duas pequenas malas do bagageiro, entregando-as depois ao seu dono. O loiro pagou ao taxista com um sorriso tímido e viu as luzes dos faróis sumindo na escuridão conforme o carro se distanciava. Ele suspirou e então tocou a campainha do pequeno interfone ao lado direito do portão.

— Boa noite, quem é?

— Sou eu, Tatsumi — sorriu Hyoga identificando a voz do mordomo.

— Oh! É você, Hyoga?! Venha, entre! Vou chamar a senhorita Saori!

Os portões se abriram e Hyoga adentrou na propriedade Kido, ouvindo as barras de ferro colidindo umas com as outras para selar a entrada logo em seguida. Com uma mala em cada mão, Hyoga caminhava sem pressa em direção às portas da mansão sentindo o aroma fresco e tímido das flores do jardim de Saori que tanto o lembravam sua falecida mãe. Quando era pequeno e ainda morava com os outros órfãos, gostava de deitar na grama macia para se imaginar abraçando a progenitora mais uma vez; seu coração começou a ficar a mil, tanto pela melancólica lembrança como pelo fato de que estava agora a centímetros da residência. As grandes portas de madeira se abriram e a primeira pessoa que Hyoga viu foi Tatsumi, que sorriu ao ver o cavaleiro.

— Seja bem-vindo, Hyoga! A quanto tempo! — sorriu o mordomo.

— É bom te ver, Tatsumi — ele sorriu e adentrou na mansão.

O hall principal era bem iluminado pelo lustre de cristais no teto; o chão de azulejos brancos favorecia a dispersão de luzes pelo ambiente; duas grandes escadas faziam uma curva delicada e davam acesso ao segundo andar, seus degraus eram cobertos por longos tapetes vermelhos de veludo; os raios lunares invadiam o recinto graças as luxuosas janelas; e nas paredes haviam alguns retratos de Saori e de seu finado avô, Mitsumasa Kido.