prólogo

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"Alberto:eu estava errado, quando eu morrer alguém vai chorar por mim. O fato de essa pessoa ser você me deixa feliz e triste"
(Pousando no amor)

Um silêncio incomum pairava no ambiente, em um sinistro encaixe, como algo para ser e sentir, trazia consigo um desconforto indesejável, uma ânsia que se iniciava no baixo do estômago, a constatação final de que tudo realmente foi concluído, a resolução de uma tragédia inesperada  o virar de página de incontáveis vidas que naquelas ruínas foram sepultadas, que foram reduzidas as cinzas.

Diante de tamanha destruição o homem , outrora uma criança radiante com gana de reconhecimento, embalou em seus braços o ultimo de seus companheiros, seu laço aterrador,  que lhe findou a consciência em meio a demanda tremenda de escombros.

Embalou com tamanha devoção e reverencia a existência que antes de dar seu ultimo suspirou derramou em seu coração sua tristeza, seu pranto por deixar no centro de toda aquela desgraça seu laço mais precioso, esse laço que sem saber lhe trouxe um conforto imenso em seu findar, que com imensa satisfação agradece por apenas estar lá quando despediu-se desse plano tão frágil que é a vida.

O homem com cabelos de sol agora cobertos de terra e sangue vazou seu interior em um grito tão desesperado que poderia estremecer o inferno, os responsáveis por todo aquele pranto  sentiram- se estremecer com tamanha dor, tremeram como se soubessem que aquilo era um prenúncio de que suas vidas estavam prestes á serem tiradas como castigo pela devastação que trouxeram aquele mundo.

ruínas de quem souOnde histórias criam vida. Descubra agora