"Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado."
(1984 um romance distópico atemporal)
Quando adrentaram no quarto, ambos sentiram como se o ar estivesse comprimido, uma pressão estranha os envolvia, quando o estalido da porta foi ouvido e as atenções foram direcionadas para os intrusos, a atmosfera mudou.
Frio.
Em seu Torpor, haruki não conseguia discernir onde o passado terminava e o presente se iniciava.
Morto. Há muito tempo, revivido e violado pelos desejos egoístas, esse era o hokage. Como poderia? Como ousam. Para ele hiruzen lhe trazia uma controvérsia de sentimentos. Um homem sábio no entanto, passível quando não foi conveniente.
Cego para as atrocidades infligidas à vila que jurou proteger.
Fraco de coração, antigo, compassivo em medidas que pendurou em seus pescoços uma corda que futuramente os dizimou. Enquanto estava em seu devaneio, haruki achava seus pensamentos dificeis de controlar e instrospectar. Seu foco disperso enquanto as lembranças que inibiam seu discernimento surgiam.
Eu o amo. Céus como faço, mas a sua cegueira... se seu coração não estivesse no lugar errado não teríamos sangrado
Tolo, estúpido, maleável.
Isso dói.
o homem que haruki amava e odiava em igual medida, é agora um símbolo de um tempo perdido, de memórias que se desfazem como fumaça ao vento.
Arcaico, um enigma vivo que evoca sentimentos contraditórios no coração dilacerado do viajante. A voz do passado sussurra em seus ouvidos, ecoando como um canto de despedida e renúncia. Haruki revive as lembranças de um tempo em que a esperança florescia em seu coração, antes que a tragédia se abatesse sobre sua existência como uma sentença cruel.
O brilho nos olhos de Hiruzen, uma vez cheios de sabedoria e compaixão, agora se torna um fardo pesado para a alma atribulada de haruki.
Aquele homem que o encarava com desconfiança velada.
Fácil de ler.
Tão intimamente conhecido.
Encontrar alguém que desperte na alma a dualidade visceral do amor e do ódio é como contemplar o crepúsculo nas fronteiras do coração, onde os sentimentos se entrelaçam em uma dança cruel e sedutora. A mente é um turbilhão de conflitos, uma tempestade de emoções que se chocam.
Aquele olhar afetado, uma postura calculada que instigava o conforto.
Ainda o mesmo. Ele pensou.
Ao encará-lo, aquela represa de chakra que já estava por um triz, abalou-se. Emoções sombrias, tamanha tristeza vazando da alma. Olhos arregalados o fitaram, ofegos ignorados foram ouvidos em um canto do quarto.
Diante daquele homem, haruki sentiu uma avalanche de emoções.
Era real. O passado.
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ruínas de quem sou
FanfictionEm outro plano, ele viu seu mundo queimar ao chão, seu caminho pavimentado pela decomposição de seus amigos e companheiros, ossos e carnes em exposição gravando toda dor e determinação que aquela nação já viu, com o ultimo de seus preciosos laços se...