"Amado"

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"Eu deixei que a levassem!"

Ela exclamou desesperado com isso, ela se debatia e tentava se machucar, porém, Benn e Shanks foram rápido demais para segurar suas mãos para que não se machucasse.

"Nyx se acalme, vamos achá-la, só deve ter se perdido, vamos acha-la"

Benn assegurou isso, mesmo que não tenha tanta certeza sobre tal coisa.
Shanks puxou ela para mais perto para que ela não se machucasse, porém não muito forte para não machucá-la.

"Não... eu... eu..."

Ela soluçava em meio aquele surto dela mesma.
De repente, quando tudo parecia mais calmo, mesmo ela continuando chorando muito, um copo de shot acabou pegando fogo do nada.

"Ei Nyx, olha para mim, não para o copo, ele não fez nada"

Ordenou Shanks, ele sabia muito bem o que ela estava tentando fazer. Teimosamente, ela não o escutou, fazendo ele pegar o rosto da mesma a fazendo encarar o seu, assim, o copo deixou de pegar fogo, fazendo todos ficarem mais calmos com isso.
Ela sentiu seu corpo ficar mais fraco, toda adrenalina que havia antes, havia desaparecido e ele estava ficando cada vez mais pesado.
Foi quando ela deixou que seu corpo relaxasse e então ela caiu nos braços de Shanks quase desmaiando.

"Está mais calma agora?"

Pergunta preocupado.

"Não"

Foi extremamente direta com aquilo.
Ela suspirou e a abraçou.

"Consegue explicar o que aconteceu?"

Depois de uma hora, Shakky resolver perguntar, depois da albina já se acalmar e também dá um copo de água para a mesma.
A outra tomou todo o copo e entregou a mesma e manteve a sua cabeça encostada no ombro de Shanks.

"Bem..."

Ela começou a explicar.

...

Os olhos branco-cinza procuravam reconhecer o lugar em que estava, que era um falha para a mesma.
Ela se sentou no que parecia ser um beco, estava com muito frio, fazia tempo que ela não sentia isso.

'Me perdi... tudo culpa daquela voz'

Ela estava sempre ouvindo vozes desde que chegou ali, porém, uma em específico a chamou muita atenção naquele momento.
Na tentativa de procurar a mesma, acabou soltando a mão de sua mãe e somente acabou perdendo aquela mesma voz de vista.
Assim, suspirou, chateada por causa de sua curiosidade.

'dói...dói'

Novamente aquela voz sofrida aparece, a pequena se levantou e seguiu até um monte de papelão que estava cobrindo algo.
Ela ficou encarando o local, até que viu que o mesmo se mexeu e a mesma se assustou com aquilo.
Novamente se mexeu e ela se assustou.
Pela terceira vez, preocupada, ela tirou os papelões e viu alguém embaixo deles.
Ela estava gemendo de dor, a garotinha não sabia o que fazer com aquela garota, ou seria um garoto?
Era difícil dizer, até mesmo deduzir sua idade. Era pequeno e fraco, seus cabelos pareciam ter sido cortados desajeitadamente e por maldade, suas mãos e pés pareciam extremamente machucados e muito magro. E seus olhos estavam muito fundos e sua garganta, meu deus, era de assustar.
A pequena estava assustada, mas queria ajudar.
Ela cutucou a ferida queimada no pescoço da pessoa machucada algumas vezes, ela não sabia nenhuma medicina, porém queria ajudar nisso.

"ah ah"

Tentou falar, com muita dor.

"No fa"

Disse a ruiva, tentando lembrar o que sua mãe fez uma vez, porém não sabia se era possível.
Ela sorriu ao ver uma pequena faísca sair de seu dedo e parece que estava curando a pessoa.
Então, aquela pessoa acordou, já que por mais que aquela pequena faísca a estava curando superficialmente, o calor ainda era real. Brutalmente pegou a mão e encarou a menina com desdém e parecia muito desconfiada.

"ajuda"

Disse Max sorrindo inocentemente.
Ela tentou falar, mas sentiu sua garganta se estraçalharia se tentasse algo.

"Nãu fala"

Recomendou à ruiva fazer língua de sinais.
A outra pessoa se surpreendeu com aquilo e largou a mão da mesma.

"Você também fala essa língua?"

Perguntou em Libras. Max sorriu.

"Sim! A minha avó me ensinou"

Respondeu feliz

"Eu sou Maximilam, mas pode me chamar de Max, qual é seu nome?"

Se apresentou, esperando a resposta da morena.

"Sou Ah-ri"

Ela respondeu de imediato a mais nova sorridente.

"Prazer Ah-ri, eu sou filha de um pirata e você o que é?"

A outra hesitou sobre aquilo,parecia pensar muito sobre o que iria dizer naquele momento.

"Acho que sou uma órfã agora"

Ela respondeu ainda confusa.

"Meus pais, eu acho, queimaram a minha garganta e me jogaram aqui"

A outra bufou com a fala de Ah-ri

"Que horrível! Você deve odiar eles agora por ter feito isso com você!"

A ruiva se pronunciou muito expressiva com aquilo, ela não sabia qual era essa sensação, mas já não gostou dos pais de Ah-ri.

"Eu não sei exatamente sobre isso"

A outra parecia triste com isso, questionava a si mesma

"De onde eu vim... devo ser cruel, porém... não quero isso"

Ela parecia odiar a sua origem, mas sabia muito bem que aquilo era o que trazia poder para ela

"Por isso eles me puniram e me mandaram para o leilão de escravos, mesmo que isso seja o mais extremo que eles poderia chega"

Ela respondeu, trêmula, as lembranças de quando queimaram sua garganta ainda está viva em suas memórias

"Eles são uns canalhas"

Xingou, ela estava muito irritada

"Eu odiaria se os meus fossem assim, por sorte, eles me acolheram muito bem quando eu nasci"

Essa foi a primeira lembrança que Max teve quando veio a esse mundo, ela agradeceu a essa sorte que teve.
A outra entra em questionamento sobre a mais nova.

"Quantos anos você tem Max?"

Perguntou, por curiosidade

"Tenho dois anos e meio, e você Ah-ri?"

Ah-ri arregalou os olhos surpresa com isso, nunca em sua vida havia visto uma criança dessa idade falar muito fluentemente uma língua que poderia demorar anos para se aprender.

"Achou que quinze anos"

Ela respondeu, já não se lembra muito bem disso, devia ter 14 ou 15 anos, já que ela e a irmã mais nova e gêmea nasceram no mesmo dia.

"Oh, é a primeira vez que vejo alguém dessa idade! Essa é a primeira vez em terra!"

A mais nova ficou impressionada, dava para perceber a inocência em seu rosto e expressões infantis.
Ambas mantiveram uma conversa muito animada e em um lugar aonde ninguém as viam.
Foi quando a mínima felicidade das duas crianças foi interrompida por um chamamento.

"Onde está a Santa Ah-ri? Se não a achamos vamos ter muitos problemas"

Ah-ri ficou estática com isso, a mais nova percebeu isso e pegou a sua mão e sem mais e nem menos começou a puxá-la para fora daquele beco escuro e frio e correu dali.

"Ali está ela! Pegue a garota"

Ambas foram vistas pelos guardas ali, porém Max continuou a puxando e pensando que aquela garotinha era louca por fazer algo assim, pois, ela ria como se não houvesse amanhã para si mesmo, era como sua própria diversão naquele momento.
Ah-ri esboçou um sorriso naquele machucado e sofrido rosto, aquele foi o único momento que ela acabou sentindo felicidade naquele mundo.

❌Akagami no Hime: A Princesa RuivaOnde histórias criam vida. Descubra agora