A Pequena Salvadora

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Sons de chicotes eram ouvidos dentro daquele barco luxuoso em que ambas estávamos.
Sentia-me responsável por colocar aquela criança dentro de toda aquela confusão. Proteger agora era a minha função daquele homem. O conhecia, já que, fazia parte de uma família por igual.
Achou que já deixei de sentir qualquer tipo de dor depois que tive minha garganta dilacerada pelo ferro quente, a cada chicotada que estava levando por proteger aquela criança valeria a pena, estava sem esperanças para comigo, porém, sinto que alguém virá salvar essa pequenina, ela ainda tinha muito pela frente.

"Droga esses aqui já vinheram quebradas papai"

Falou uma criança, ou o que seria uma. Ela já nasceu corrompida para aquele mal dos dragões.
Por mais que ela tenha conhecido alguns deles quando estava em Mary Geoise, porém, alguns ela mesma desconhecia.
Ela não prestou atenção na conversa deles, e tentou se comunicar com Max, que ainda estava em choque.
A balançou para que ela acordasse disso.

"Eu irei tirar esse seu colar"

Disse em Libras para a garota que somente acenou a cabeça, a ruiva ainda estava paralisada com aquela realidade.

"Estará a salvo se não colocarem a marca"

Afirmou a menina que também só acenou com a cabeça.

"Ao meu sinal, deve correr, vai conseguir fugir pelo mar"

Disse sentindo receio, não era certo que iria funcionar, já que seus dedos estavam muito machucados para conseguir retirar o colar da menina.
Ela pegou a mão da garota e percebeu que aqueles que estavam na sala se distraíram e não perceberam a presença, segundo eles, insignificante delas, correram para a porta que estava aberta sem serem percebidas.
Ah-ri conhecia aqueles barcos como ninguém, uma vida dupla aguardava a filha de uma escrava e de um nobre mundial.
Elas se esconderam, ainda não perceberam que elas haviam desaparecido do local. O tecido do trapo que usava foi puxado pela garotinha.

"Você virá comigo?"

A pequena a questionou, curiosa sobre aqui e com medo também, percebendo isso, engoliu a seco e mentiu a ela.

"Sim, iremos pelo mar"

Isso era uma mentira, mas precisava dar esperança para aquela menina que a salvou mesmo que seja só por alguns horas.
Ambas estavam escondidas em uma parte do navio, que não havia zarpado ainda, por um milagre do destino.
A garotinha só estava agarrada a mais velha, a seguia para todo canto.
Perto do convés, ela escondeu a garotinha atrás de um monte de caixote.

"Irei tirar o cordão, fique calma, se quiser feche os seus olhos"

A outra pediu, a mais nova fechou os olhos com força com medo disso.
Ah-ri olhou a sua mão, estava muito machucada e não sabia se iria funcionar, mas essa era a última esperança que ela tinha.
Com o indicado ela pôs esse dedo em algo parecido com a pequena tela no cordão e fez um barulho e caiu no chão, ela sentiu aliviada com isso e fez o mesmo no dela, desativando o mesmo.
A garotinha a abraçou como uma forma de agradecimento. Ela sorriu com aquilo, sentiu saudades de sua irmãzinha, ou o que sobre daquela garotinha que ela chamava de irmã.
A mesma, sentiu algo a olhar, um olhar de desprezo e ódio sobre a mesma.

"Fique aqui"

Pediu, já que os mesmo olhos azuis marinhos se encontraram com os dela. Max apenas sorriu e Ah-ri passou a mão na cabeça da pequenina, não sabia se iria a encontrar novamente, e saiu dali para mais no meio do convés.

"Ora ora, se não é minha querida irmã mais velha que renegou tudo"

Uma garota, praticamente idêntica a Ah-ri estava na frente dela, porém, ela usava o traje de astronauta dos nobres mundiais.

"Sae..."

A outra tentou falar, porém, recebeu um olhar de desprezo da mais nova.

"Repugnante"

❌Akagami no Hime: A Princesa RuivaOnde histórias criam vida. Descubra agora