As cobertas de seda se sentiam maravilhosamente bem contra a pele aquecida de Bonnie. Os pássaros cantam do lado de fora da janela e o cheiro de café da manhã, que também entrava por elas, era inebriante. Sem dúvidas, a manhã perfeita! Mas estava na hora de acordar.
Depois que o atordoamento do despertar começou a passar, as lembranças da noite anterior passaram a invadir a mente de Bonnie. Ontem, os lábios de Klaus reivindicaram os dela, várias e várias vezes. A fizeram se sentir amada, acolhida, segura e... bem, a fizeram se sentir quente também. Muito quente! Ela percebeu que estava errada. Por mais maravilhosos que tivesse sido beijar Klaus no sonho, o ato na vida real era muito melhor.
Mas hoje, longe de Klaus e daqueles lábios tentadores, a consciência começou a pesar. Bonnie havia beijado o "namorado" da melhor amiga. Bem, em defesa dela, Klaus nunca havia pedido Caroline em namoro e, pelo que sabia, nem tinha planos de fazê-lo. E foi ele que a beijou primeiro e a retribuiu quando ela se mostrou incapaz de se afastar por muito tempo. Não tinha nada de errado nisso. Eram solteiros!
"O que estou pensando?", questiona Bonnie. Os dois não terem um relacionamento formal não mudava nada. Caroline e Klaus estavam juntos e ela tinha traído não apenas a amiga, mas também a si própria. Prometera a si mesma, desde o momento em que descobriu que se sentia atraída pelo sexo oposto, que nunca, jamais, se sujeitaria a brigar ou trair uma amiga por causa de homem. E foi exatamente isso que ela fez.
Agirá motivada pela emoção do momento, sem pensar nas consequências. E o pior, o que tornava tudo ainda mais intragável, era que não se sentia mal pelo que fez. Claro, a mente de Bonnie estava pesada, a condenando pela traição. Mas o coração estava tranquilo, em paz. Sabia que era errado, mas sentia que era certo. Em qual dos dois confiar?
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"Bonnie, você e Klaus se beijaram?", questiona Elena quando finalmente, após o estranho café da manhã, conseguiu pegar a amiga sozinha.
"O que? Como assim? É claro que não. Porque eu faria isso? Você está passando muito tempo com as bebidas do Damon", se defende Bonnie, quase sentindo falta de ter que ignorar Klaus durante a refeição. Era mais fácil não encarar ele, do que enfrentar os questionadores olhos castanhos que a fitavam. Felizmente, Caroline escolheu dormir até mais tarde naquela manhã.
"Você o beijou. Como foi? Os lábios dele são tão macios quanto parecem? Caroline fala tanto que não sei se é verdade ou apenas propaganda", afirma Elene. "Meu Deus, a Caroline! O que vocês vão fazer agora? Eu sempre soube que ele não gostava de verdade dela e tenho minhas dúvidas se ela gosta dele mesmo, só que isso não torna a situação mais simples. Damon não vai acreditar! Mas ele vai ter que me pagar de qualquer jeito, então não importa muito."
"Tá bom, aconteceu! Eu não sei o que fazer, apenas... Espera aí, porque Damon teria que te pagar?", Bonnie pergunta enquanto encara a amiga com olhares acusadores. "Vocês apostaram?"
"Apostar é uma palavra muito feia. Nós meio que tivemos uma conversa sobre quando Klaus faria algo em relação a óbvia atração que sente por você e se você responderia a ele. Eu acreditava que seria nessa viagem, já que vocês estariam próximos e com muito tempo em mãos. E ele achou que seria apenas depois, quando você tivesse para onde correr e pudesse não olhar para a cara de ninguém durante um bom tempo. E, como pedido de desculpas para aquele que errasse, o outro teria que pagar R$ 700", explica a morena.
"Então vocês apostaram", resume Bonnie.
"Não é sobre mim que estamos falando aqui. E sim sobre o beijo que você trocou com um loiro muito gato. Então, como foi?", tenta Elena. Levar a atenção novamente para o beijo era a melhor forma de tirar ela da aposta.
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A escolhida
Fanfic"Só mais um pouco", Klaus repetia para si mesmo. Só mais um pouco e ela seria dele. Só mais um pouco e eles estariam juntos novamente. Só mais um pouco e eles teriam o "para sempre" que deveriam ter tido desde o início. Tudo tinha que ser perfeito...