II 💔

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Na hora do jantar todos estavam reunidos na mesa e enquanto Consuelo servia ao esposo Victoriano olhava pra Cristina com desejo e não escondia isso de ninguém naquela mesa, até porque um homem da sua idade não precisava ser tímido ou esconder suas intenções. Viu que ela assim que percebeu seus olhares abaixou a cabeça e foi pra cozinha enquanto Severiano e Consuelo estavam se servindo, foi o momento dele se levantar e ir atrás dela como um lobo vai até sua presa.

Victoriano - Seu pai me disse que você não foi a escola, mas que é uma mocinha que sabe fazer tudo dentro de uma casa, isso é verdade? _ deslizou seu corpo por toda cozinha até chegar até ela _ tão jovem e não faz birra para cuidar da casa, seria uma ótima esposa.

Seu olhar percorreu ela por inteiro, Cristina Álvarez era uma joia rara naquele fim de mundo, transpirava a plena juventude que tinha e sabia ser uma dona de casa e se comportar na frente de um homem desconhecido.

Cristina - Sim senhor, eu aprendi tudo com a minha mãe e _ se afastou um pouco dele _ fiz sem ajuda dela tudo que vai jantar hoje _ não negava que aquela presença masculina estava lhe deixando agitada por dentro, lhe despertou algo que não conhecia.

Victoriano - Já tem pretendentes menina? _ ficou curioso e se aproximou de Cristina que estava perto da mesa arrumando os pratos limpos _ pergunto porque é belíssima e já está na idade de casar.

Cristina - Não senhor, quase não saio com a minha mãe e meu pai, tudo é muito longe _ abaixou a cabeça com vergonha _ não tenho amigas nem nada do tipo.

A jovem sentiu o aroma masculino diferente de todos os cheiros que sentiu na vida, ao sentir o corpo dele perto do seu sentiu o calor que ele emanava naturalmente.

Victoriano - Tão linda, eu não deixaria qualquer um se aproximar de ti se fosse o seu pai _ cutucou ela com aquela frase _ mas eu casaria com uma mocinha tão prendada como você.

Cristina - Senhor Santos eu sou muito jovem e o senhor bem mais velho, não estou a sua altura, além do mais _ virou o rosto olhando ele rapidamente _ é um homem muito hermoso.

Victoriano - Então se me acha hermoso, se casaria com um homem com a minha idade? _ falou bem perto de seu ouvido num tom provocante _ eu ganharia uma bela esposa e poderia salvar suas terras.

Cristina - Senhor Victoriano, meu pai não iria permitir, sei que estamos passando por um momento complicado mas não há o que se discutir, sou muito jovem _ tentou ser firme, mas já sentia o seu corpo derreter ao escutar aquela voz provocante.

Victoriano - Seu pai vai ser comunicado hoje que eu quero ser o seu marido em troca do favor de salvar essas terras _ acariciou sua cintura com as pontas dos dedos e recebeu um olhar surpreso dela.

Cristina - Perdão, eu não posso está sozinha com um homem sem os meus pais ou meu irmão mais velho _ ela abaixou a cabeça e foi passando por ele.

Victoriano - Moleca eu serei o seu homem! _ pegou ela no braço e puxou pra si chocando contra seu peitoral o corpo dela _ cedo ou tarde vai se dar conta que eu serei o único na sua vida.

Cristina - Seu Victoriano... Me solte... Por favor _ rogou assustada e com a respiração descompensada _ esta me machucando.

Victoriano - Me escute primeiro, eu vim ajudar sua família _ aproximou sua boca do rosto dela _ e vim te conquistar também, me entendeu? _ beijou a bochecha dela roçando seu bigode em sua pele _ vai deixar eu me aproximar minha hermosa?

Cristina - Sim...não...senhor _ tremia tanto que seus dentes batiam violentamente um no outro _ senhor Victoriano isso é errado, se meus pais te pegam aqui.

Victoriano - Não vai menina... Eu gosto do perigo Cristina _ soltou seu braço e acariciou seu cabelo sem muito jeito e saiu sorrindo e assobiando.

Enquanto ele voltou pra sala de jantar ela teve que sentar sentindo as pernas bambas, aquele homem estava tão lindo que ficou toda boba imaginando se aquilo de casamento fosse real, podia salvar as terras do pai e ter um bom marido ao seu lado sem procurar muito longe.

*

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O jantar correu normalmente sem nenhum problema, mas o homem não parava de olhar Cristina, apesar da pouca idade tinha um corpo de mulher adulta e sem perceber ela exalava uma sensualidade com aquela inocência que mostrava, se ficasse mais um minuto olhando ela iria lhe beijar na mesa e sem se importar com os pais dela. Então naquela mesma noite Victoriano estava no escritório de Severiano para discutir o preço de Cristina e qual seria a condição do casamento enquanto ela era de menor.

Victoriano - Sei que ela ainda tem o que aprender está verdinha pra viver comigo sozinha na fazenda _ falou tranquilo e olhou o amigo que estava pensativo.

Severiano - E o que propõe Victoriano? _ estranhou aquela frase _ Vai deixar ela fazer dezoito para casar? _ foi direto.

Victoriano - De jeito nenhum homem! _ gargalhou sem vergonha _ Não vou dá asas pro azar e vim outro pra roubar ela de mim _ quis falar algo mais a cara de Severiano já estava com um semblante mais assassino.

Severiano - Então não entendi o que quer agora com ela _ apertou os punhos e o encarou _ Cristina é uma menina, a minha joia.

Victoriano - Vou morar aqui com ela até os seus dezoito anos, mas vamos estar casados que não quero da assunto pro povo falar de minha esposa _ falou preocupado com Cristina.

Severiano - Pode salvar minhas terras sem casar com a minha filha, eu não vou permitir, Cristina é uma criança tem só dezesseis anos é um absurdo que não vou permitir _ socou a mesa alterado _ é meu compadre mas tem que saber que tudo tem limite.

Victoriano - Uma pena que não queira fazer negócio comigo Severiano _ deu um sorriso sínico _ e por falar em dívidas o dono do banco me mandou entregar isso pra você.

Severiano - Isso não é justo _ estava de cabeça baixa e ofegante _ eu te considerava da família.

Victoriano - E seríamos sogro e genro _ entregou o envelope a ele _ é o preço da sua salvação se quiser aceitar.

Severiano - Ela tem idade de ser sua filha, não tem remorso? _ abriu o envelope e leu com lágrimas nos olhos.

O conteúdo daquelas folhas era simples, se não pagasse a dívida com o banco iria perder tudo e poderia até ir pra cadeia por causa dos contratos milionários que iria deixar de cumprir por não ter mais as suas terras pra produzir.

Victoriano - É pegar ou largar Severiano, na realidade o acordo seria você largar sua filhinha no meu colo e eu pego ela só pra mim!_ sua voz estava grave e seu corpo se estremeceu só de pensar em Cristina.

DUEÑOS De Mi Corazón 💔Onde histórias criam vida. Descubra agora