06

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Eu estava na sala, concentrado em um livro que ganhei meses atrás e tirei um tempo para lê-lo hoje... mas até então estava tudo bom demais para ser verdade. Pela nona vez naquela tarde, Sasuke aumentou o volume de sua pequena e irritante caixa de som, na qual oito vezes eu pedi encarecidamente para que ele diminuísse o volume. Mas ele aumentou de novo.

O Uchiha torrou a minha paciência. Eu simplesmente fiz de tudo pra ele, lavei louça, arrumei quarto - que estava bastante bagunçado, fiz o dever de casa dele e muito mais; ele não poderia simplesmente me dar um brinde sendo este o silêncio maravilhoso dele?

Alguém tira esse puto daqui?!

SASUKEEEE! — Gritei por seu nome expressando toda a raiva que sentia no momento. Levantei furiosamente do sofá e pisei fundo nos degraus da escada. Eu não pedi pata entrar e muito menos bati na porta, eu girei a maçaneta e empurrei a porta fazendo-a chocar com a parede..- ou você desliga a droga desse som, ou...

— Ou o que? — Suas provocações me irritam tanto... eu quero bater nele.

— Porra, você não cansa, não? Não dá pra você ficar quieto por pelo menos dez minutos? — Questionei com certa raiva - Caralho, é tão cansativo lidar com você. Eu fiz TUDO pra você, você não pode simplesmente me agradecer me deixando em paz? — Seu rosto mudou completamente, mas eu estava nervoso demais para decifrá-la.

— Na...

— Você suga toda a minha paciência, Sauke. Você me tira do sério! Você passa de todos os limites possíveis. Você é um saco, Sasuke, um saco! Eu sinceramente não te aguento mais! Puta que pariu, eu, definitivamente, te odeio. — Saí do quarto e fui para o meu, batendo a porta. Apertei o travesseiro que peguei na cama com força, como se eu estivesse segurando Sasuke pelo pescoço.

Não me importei se tudo aquilo o machucou, ele faz por merecer. Ninguém merece ser atormentado pelo mesmo idiota desde a infância! E agora, tê-lo como hóspede em minha casa é definitivamente uma caralhada enorme! A raiva que sinto dele chega a ponte de me fazer tremer completamente. Eu quero que ele vá embola imediatamente da minha casa!

𝑺𝒂𝒔𝒖𝒌𝒆

Não foi a primeira vez que ele disse que me odeia, mas dessa vez foi tão diferente que chegou ao ponto de doer no peito. Ele saiu tão nervoso que eu até me senti mal... eu fiz merda.

Eu preciso consertar isso.

Desliguei a caixa de som e saí do quarto para descer as escadas e ir até a cozinha. Bebi um copo de água para pensar se eu deveria ou não ir pedir desculpas pra ele. Saí da cozinha e quando passo pela sala, vejo um livro jogado no sofá. Me aproximei e o peguei nas mãos. Naruto, que pervertido!.

Subi as escadas e parei de frente para a porta do quarto dele. Eu pensei em dar três passos para trás e ir embora, mas algo dentro de mim não deixou. Não me deixa recuar. Algo, dentro de mim, necessita das desculpas dele. Respirei fundo e dei duas batidas na porta.

— Naruto...

— Eu já estou sem paciência, vai encher o saco de outro! — Ru percebi a tristeza e a raiva em sua voz abafada pelo cômodo.

— Eu só quero me desculpar com você, Naruto — esse era o momento em que eu começava a questionar a mim mesmo... O que eu estou fazendo?!

Recua, Sasuke!
Recua...

Haha, engraçado. Sai daqui e não enche. Você não pede desculpa nem pro seu irmão, imagina pra mim — "Desculpas" era realmente algo fora do meu vocabulário. Eu nem sei porquê estou seguindo a necessidade de algo que nem eu sei o que é!

— Naruto, eu juro que não estou brincando ou zoando com você. Eu só quero me desculpar de verdade com você — Apoiei minha cabeça na porta, e pude ouvir um suspiro dentro do cômodo e logo em seguida o barulho da porta sendo destrancada.

A porta foi aberta e ela revelou um loiro lindinho com as bochechas vermelhinhas e seu rosto molhado, eu o fiz chorar...

— Você estava chorando... Desculpa.

— Está tudo bem — Ele passou a mão no próprio rosto para enxugar.

— Você me desculpa?

— Sim.

— Mesmo?

— Sim!

— De coração?

— Sim! — Sorriu sincero. E que sorriso... Sorri.

Abri os braços chamando-o para um abraço, mas quando percebi o que fiz me arrependi. Pensava que ele iria revirar os olhos e bater a porta na minha cara, mas foi totalmente o contrário... ele me abraçou e afundou seu rosto em meu peito.

Aquele abraço me confortou de uma forma tão doce e deixou meu coração quentinho. Naruto era quente, seu corpo era quente. O corpo de Naruto colado ao meu me permitiu sentir o sentimento mais doce possível... algo dentro de mim despertou naquele abraço, como se ele estivesse adormecido... e era bom, muito bom.

— Desculpa por ter dito que eu te odeio... Embora seja verdade — Ele disse e nós rimos.

— Está tudo bem, loiro... — O apertei um pouco mais no abraço e ficamos assim por um tempinho até nos separarmos. Seu rosto ainda estava meio molhado, e eu fiz questão de levantar a mão e enxugar seu rosto. Ele tinha os olhos fixados em mim, e os meus nele. A pele dele é tão macia...

— Vocês dois são uns imprestáveis. Servem pra porra nenhuma! — Reconhecíamos de quem era o grito irritado, e veio da sala. Os três patetas chegaram. Ouvimos alguém limpar a garganta e então olhamos para a sua direção, era Itachi nos encarando de braços cruzados e um sorriso pequeno no rosto. Pela visão periférica eu vi Naruto corar, eu quis sorrir, mas segurei.

Ficamos os três calados, e esse silêncio só foi quebrado quando o moreno e o loiro maior subiram as escadas e olharam pra mim, Itachi e Naruto.

— Ué, gente, o que foi? — Deidara perguntou olhando para nós três, mas sua atenção foi parada no irmãomais novo. — Naruto, você estava chorando? — Andou na direção do mesmo e segurou o rosto dele com as mãos, analisando fé perto.

— O que esta acontecendo? — Foi a vez de Obito perguntar.

— É... E...Eu estava assistindo a um filme muito... Muito emocionante, sabe —Naruto o respondeu e no final deu um sorriso torto. — Não era, Sasuke?

— S...Sim sim, Naruto é muito dramático! — Por que ele mentiu?

— Ainda bem, né — Ele suspirou em alívio e se aproximou mais de nós dois, mais de mim do que de Naruto, disfarçadamente — Vocês são péssimos mentirosos. Sasuke, eu sei que isso tem dedo seu. — Ele sussurrou e foi para seu quarto deixando um sorriso para nós.

O Deidara, as vezes dava medo.

O Filho Idiota Da Melhor Amiga Da MamãeOnde histórias criam vida. Descubra agora