Capitulo 08 - Ultima Semana

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Quando Ino voltou para a mesa, algum tempo depois, descobriu que ainda
estava vazia, e começou a procurar Gaara na multidão de dançarinos. Não
foi muito difícil encontrá-lo e ver a cabeça castanha apoiada no ombro dele.
A raiva a traspassou como uma espada e ela precisou se conter para não
correr para a pista e afastar Matsuri dele. Lembrou-se de que Gaara não lhe
pertencia, mas isso não diminuiu sua raiva. Tudo em que podia pensar era que aquela mulher não tinha o direito de estar agindo tão possessivamente e que ela, Ino, poria um ponto final naquilo de uma vez por todas.
Não sabia como, até que avistou Rasa Sabaku e percebeu que ele também
observava o casal com uma expressão tensa, e não precisava ser adivinha
para saber que ele não estava feliz com a situação. Ino sabia que Gaara não tinha culpa do comportamento desavergonhado da mulher de Rasa, mas não estava certa de que Rasa via as coisas da mesma forma. Sabia que
Gaara não queria contar ao pai o que realmente acontecera com Matsuri, por
temer piorar a situação, mas achava que agora Rasa deveria conhecer melhor os fatos. Alguém tinha de esclarecê-los, e, se Gaara não queria
fazer isso, cabia a ela fazer.
Ino não havia ido mais longe do que isso quando Rasa surgiu na sua frente.
Ele lhe sorriu e estendeu a mão.

— Acho que devemos acabar com isso, não é? — sugeriu, pegando-a de
surpresa.
— Bem... eu... estava pensando o mesmo — admitiu, levantando-se e o
olhando cautelosamente. — Só que... pode não ser o que está pensando.
— E o que eu estou pensando? — perguntou Rasa, levando-a para a pista de dança e rodopiando com ela com decidida elegância.
— Gaara não está... quero dizer, ele não faria... — Ela deixou a frase incompleta porque não estava certa de como continuar.

Rasa sorriu gentilmente.

— Sei muito bem o que o meu filho não está fazendo ou não faria, Ino —
confidenciou-lhe, e ela pestanejou.
— Sabe? — perguntou, em dúvida.
— Ah, com toda a certeza. Ainda bem que meu filho é mais intuitivo do que
eu em relação às mulheres. Você, minha cara jovem, é pura, enquanto Matsuri
é apenas ouro de tolo, e no caso o tolo sou eu — acrescentou com um humor
irônico.

Os lábios de Ino se contraíram.

— Seria uma indelicadeza da minha parte concordar.
— Mas seria uma mentira discordar? — completou o pai de Gaara por ela. —
E claro que você está certa. Eu fui injusto com o meu filho alguns anos
atrás, e pretendo corrigir isso. Mas em primeiro lugar acho que é hora de
livrar você e o Gaara do meu problema. — Com isso, ele a conduziu para
onde sua mulher e seu filho dançavam e tocou no ombro de Gaara. — Vamos
trocar de parceiras, filho? É hora de eu cuidar da minha mulher. Venha,
querida.

Ino e Gaara observaram Rasa sair dançando com uma carrancuda Matsuri até que um casal esbarrou neles e Gaara conduziu Ino para longe.

— Estamos causando um pequeno engarrafamento aqui — declarou em tom de brincadeira, e Ino olhou a aglomeração hesitantemente.
— Vamos voltar — sugeriu, mas Gaara pegou a sua mão e a usou para
segurá-la nos braços.
— E desperdiçar uma ótima pista de dança? Acho que não — retrucou, sem lhe dar uma chance de recusar.

Isso não era de modo algum o que Ino tivera em mente, mas não podia
fazer uma cena por causa de uma dança. E afinal era só uma dança, disse
para si mesma. Lentamente, eles começaram a circundar a sala.

— Por que o meu pai fez aquilo? — perguntou Gaara curioso, e Ink se
afastou o suficiente para olhá-lo nos olhos.
— Foi o modo de ele dizer que não é tão cego quanto você pensava. Pelo
menos, não é mais — disse seriamente, e viu nos olhos dele que entendera a
mensagem. Gaara tentou encontrar seu pai entre os dançarinos, mas ele
havia desaparecido. Então voltou-se para Ino.
— O que você fez? — perguntou desconfiado.
— Sinceramente, nada. Ele foi ao meu encontro e sugeriu que
interrompêssemos você e Matusri, do modo mais delicado possível, é claro.
Pelo que disse, ela não o engana mais e lamenta ter sido injusto com você.

Rebelde ApaixonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora