Já está chegando a hora de ir
Venho aqui me despedir e dizer
Em qualquer lugar por onde eu andar
Vou lembrar de vocêSó me resta agora dizer adeus
E depois o meu caminho seguir
O meu coração aqui vou deixar
Não ligue se acaso eu chorar
Mas agora adeusSó me resta agora dizer adeus
E depois o meu caminho seguir
O meu coração aqui vou deixar
Não ligue se acaso eu chorar
mas agora adeus.Despedida - Roberto Carlos
Seu maior arrependimento foi deixá-la ir.
Por quantos anos ele carregaria o mesmo desgosto?
Muitos.
Ele seguiu em frente, ou supôs que parecia assim. Mas ela fez; ela consertou seu coração e encontrou alguém melhor, alguém que poderia amá-la sem medo de perdê-la, alguém que a protegeria até o dia de sua morte.
Vegeta gostaria de saber que ele era assim há tantos anos; quando as coisas eram mais complicadas, quando amá-la significava dizer ao mundo que se eles o quisessem, eles poderiam facilmente atingir a mulher que capturou seu coração com um sorriso rápido e um comentário sarcástico.
Mas ele a perdeu.
— Estou fazendo isso por você, e se afastou da única mulher que ele realmente amou.
Ele não chorou, mesmo quando seus olhos ardiam de tristeza ao ver as lágrimas fluírem livremente.
—Tudo bem, disse ela, erguendo o queixo teimoso. —Você é livre. — Ela girou nos calcanhares, saiu de sua vida e nunca realmente voltou. Ele ainda a via, e às vezes falava brevemente com ela. Mas nunca foi o mesmo; eles perderam o amor e era difícil aceitar isso.
Ele estava acostumado a ter uma Bulma Briefs diferente; aquela em que ele podia tocar e acariciar atrás de portas fechadas, beijar seu corpo da cabeça aos pés, acariciar suas áreas mais sensíveis com conhecimento de causa e segurá-la de sol a sol.
A Bulma de seu passado; a mulher com quem ele pensava — eu poderia me casar com ela e viver feliz.
Mais esse dia nunca chegou, não para ele.
Agora ela estava ao lado do marido.
Ela segurou a mão do seu noivo agora, beijando-o com tanta paixão como sempre o fez. Era Yamcha quem a acariciaria agora, conheceria seu corpo como a palma de sua mão.
A mulher que poderia iluminar seu dia com um de seus sorrisos enigmáticos; que poderia simplesmente abraçá-lo depois de uma noite ruim de pesadelos de sua vida pregressa.
Sentia tudo derreter, toda a frustração que havia se formado apenas o abandonando quando ele a envolveu de volta nos braços. Esta pequena mulher que tinha tanta coragem dentro dela, tanto de tudo que ele nunca realmente superou o que sentia, o que ainda sentia.
Ele a via algumas noites, enquanto estava deitado em sua cama, olhando para o teto. Ele a viu lá em cima dele, sorrindo para ele antes que ela descesse e beijasse seus lábios, muito leve, não real o suficiente, porque isso não estava acontecendo de verdade.
Um roçar de lábios, fraco como uma memória, nunca o suficiente para saciá-lo. Então ele continuaria se arrependendo de tê-la deixado ir; sempre dizendo a ela que era para seu próprio bem. Porque, na verdade, ele esperava salvar seu próprio coração, esperando que pudesse superá-la e que ela ficasse segura longe dele. Em vez disso, ela encontrou outro homem para acalmar suas feridas e amá-la como ele sempre quis.
— Se eu nunca mandasse você embora, você acha...? — ele perguntou a ela uma vez.
Bulma olhou para ele, a cabeça inclinada para o lado. Ela estava vestida com seu vestido de noiva, esperando que eles dissessem que era hora dela caminhar pelo corredor, hora de ela encontrar seu futuro marido no final, para se tornar a Sra. Yamcha.
Ela estendeu a mão, segurou sua bochecha e acariciou lá. Vegeta fechou os olhos, permitiu-se derreter naquele sentimento, aquele abraço reconfortante que ele perdeu por tanto tempo.
— Eu teria te amado para sempre.
Ele sentiu seu coração partido.
— Bulma, sua mãe chamou pela porta. — Está na hora querida, vamos.
A mão dela caiu e ele queria dizer a ela que sentia muito, que cometeu um erro, que eles podiam correr agora, que ele nunca desistiria dela novamente.
— Eu...
— Eu sei, a cientista sussurrou. Ele sentiu os lábios dela contra os dele, apenas uma pequena escovada leve, uma reminiscência das primeiras manhãs, quando ele acordava pela primeira vez e a encontrava sonolenta sorrindo para ele, dando um beijo de bom dia antes de ela rolar para fora da cama e sair para o banho acenando para ele seguir com o balanço de seus quadris nus.
— É tarde demais.
O príncipe balançou sua cabeça. Não pode ser.
— Sinto muito... ela murmurou.
— Mas... — Ele abriu os olhos, olhou para ela com todo o pesar e dor que ele sabia que estavam fervendo por dentro por tanto tempo.
Ela sorriu para ele, seus lábios tremendo. — Adeus. — Ela enxugou uma lágrima e então se virou, correndo em direção à porta, seu vestido de cetim a abraçando lindamente.
— Eu te amo, ele sussurrou.
A noiva parou na porta, a mão na maçaneta.
— Eu sempre vou...
Ela olhou para ele por cima do ombro. — Eu sei.
Ele engoliu em seco, deixando as lágrimas caírem ao fechar os olhos, estremecendo quando a porta abriu e fechou.
Vegeta desejou poder voltar, corrigir seu erro. Nenhuma estrela cadente para ser vista, porém, e ele continuou a viver a vida lamentando para sempre nunca ter ficado com ela.
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Adeus, Minha Bulma
FanfictionNenhum adeus foi tão doloroso como aquele. E nem mil adeus fariam seu coração esquecer ela!