Épilogo

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P.O.V - AMÉLIA FERRAZ

Os passarinhos cantavam quando acordei nessa manhã de outono, teria sido incrível se a primeira coisa que eu tive reflexo para fazer não tivesse sido sair da cama apressada para colocar para fora tudo o que comi no jantar.

Ossos do ofício.

Se passaram um ano desde que chegamos em Madrid, e com isso aconteceu tantas coisas que seriam precisos mais cinco capítulos - risos - mas querendo simplificar tudo o que aconteceu nessa minha vida maluca direi em palavras simples:

Dedo no cu e gritaria.

Nesse período Ana Clara fez deu primeiro aniversário e comemoramos no jeito mais familiar possível, agora ela tem um ano e nove meses, está cada dia mais inteligente e puxa saco do papai. Minha menininha aprendeu a andar semanas depois que chegamos aqui e agora corria para todos os lados balançando seus cabelos castanhos claro. Era o dia inteiro correndo e gritando pelo papá y pela mamá.

Henri e eu nos casamos em uma cerimônia íntima em uma capela com todos os nossos amigos próximos e a família. Foi a cerimônia mais linda e emocionante que já vi em toda a minha vida, parecia um sonho qual eu não queria despertar tão cedo. Quando pisei no altar vestida de branco com um vestido semi-rodado e avisei meu noivo com seu terno cinza que o deixava gatíssimo vi que valeu a pena todo o sufoco que passamos juntos, e percebi que não mudaria uma vírgula de nossa história.

Pasamos nossa lua de mel na Suíça, foram duas semanas totalmente devotas um ao outro, nos amando naquele frio do caralho e enchendo o rabo de bebidas quentes para espantar o frio. La prometemos um ao outro nunca desistir de nós, e nem da nossa família, iríamos lutar um pelo outro mesmo quando a caminha fosse dolorosa, mesmo quando não fizesse sentido continuar lutando e mesmo quando o amor esfriasse, nós seríamos verdadeiros em tudo e fortes pra aguentar uma tempestade.

Estamos casados à oito meses apenas, porém parecem anos visto nossos sentimentos e cumplicidade. Tivemos brigas idiotas que acabaram em sexo, brigas realmente sérias que acabaram com os dois pasando horas conversando na cama pra não dormir chateados um com o outro, e teve discussões que acabaram com risadas, era um equilíbrio perfeito.

Henri é o melhor marido que eu poderia sonhar em ter.

Ele cuida da nossa família de um jeito espetacular, nos amando todos os dias e se esforçando para nos fazer feliz. O meu marido é extremamente trabalhador e focado nos seus projetos - o que causou uma desavença a meses atrás, mas já resolvemos isso numa conversa-de-travesseiro - se esforça ao máximo para conciliar nossa família x nosso trabalho.

E ele está arrasando nisso.

Sabe o que Henri me deu de presente de casamento..? Uma clínica. Sim. Henri Ferraz me deu uma clínica pediátrica para que eu pudesse atender meus pacientes assim que acabasse a residência. Eu quase tive um treco quando chegamos no lugar inteiramente mobiliado e novo.

A Clínica St. Clair é o melhor presente que pude ganhar - depois dos nossos filhos. Escolhi esse nome em uma singela homenagem a minha falecida sogra que também era pediatra. Eu sou infinitamente grata a essa mulher por ter gerado e criado o melhor homem do mundo.

Aproveitando a deixa pra falar sobre mãe e filhos;

A quatro meses atrás descobrimos que eu estava esperando um bebê e não poderíamos ficar mais felizes com a notícia, estou grávida de seis meses e é um menininho, Gabriel.

- quatro meses atrás. -

Vomitei pela quarta vezes nessa semana e ainda era terça-feira, meu estômago estava sensível demais e eu julgava ser por ter comido muito doce ontem. Não podia extrapolar tanto e abusava disso.

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