Como Meus Pais

Capítulo 1

— Nut vai se atrasar – o omega grita a porta, chamando pela terceira vez o garoto que ainda se arruma em frente ao espelho — To indo mãe – os apelidos trocados vinham diretamente da infância, ainda que pra alguns a pequena palavra de três letras causa-se desconforto, pra Gulf era uma forma de carinho, acontece que durante as fases mais difíceis do crescimento de Nattasha, os pesadelos na madrugada, faziam a pequena chamar pela mãe biológica, mas quem acudia e acalmava  era o Gulf, fazendo o mais novo Alex associar a palavra com a pessoa, o pai na verdade não se importava, dizia que "mães" era mulheres fortes, que faziam tudo por seu filhotes, lembrando a pra própria mãe que fez tudo pra lhes proteger, ele se sentia até honrado com o pequeno pronome. Nut por sua vez também foi obra da pequena Nattasha que ao ver o jovem irmãozinho de bochechas gordas dizia que o mesmo parecia ter pequenas nozes escondidas em suas bochechas, juntando isso ao desenho preferido do garoto durante os primeiros anos de vida, que nada mais era do que Alvin e os esquilos apelido pegou em sua família – Alexxxxx, seu namorado chegou !!! – a voz esganiçada de Natt chegou até seu quarto, tirando um sorriso do garoto, que pegou sua mochila sobre a cadeira em frente a escrivaninha e correu pra fora do quarto — Lukaaaa – o alfa corria já pegando o pequeno omega em seus braços — Nattasha para com isso, se alguém ouvir você falando assim vai acreditar – o pai franze as sobrancelhas " brigando " com a garota — Se não fosse meu primo, com certeza o pediria em casamento hoje mesmo – dizia ele apertando as doces bochechas do menor.

Luka era seu primo de segundo grau, filho de seus padrinhos Mean e Plan, sobrinho neto de seu pai Gulf, porém desde a infância os dois eram como unha e carne, todos os momentos, bons ou maus eram compartilhados entre eles. Luka se sentia sempre envergonhado com as brincadeiras e tímidos com as brincadeiras do primo, mas não podia negar o enorme carinho que tinha pelo mesmo — Tá tá, chega de boiolice, vamos logo que não quero chegar atrasada – a jovem alfa já os empurrava porta afora — Pai tem certeza que um dia ela foi omega, de fofa só a aparência – a garota lhe mostra a língua enquanto o pai ria, sendo deixando dentro do apartamento enquanto os adolescentes já seguiam seu caminho para a escola. A implicância do garoto se dava pelo fato de até os 10 anos Nattasha ter sido considerada omega, desde os traços até os feromônios, porém ao entrar na puberdade seus testes mostraram uma mudança em seu gênero secundário, a garota havia se transformado em alfa, ainda que a aparência se mantivesse fofa e delicada, o jeito da garota era claramente de um alfa dominante.

Mais um ano letivo estava se iniciando na renomada GmmSchool, mais um ano certo de conquistas para Alex como capitão do time de basquete do colégio, ou foi o que ele pensou até o anúncio do técnico — Atenção !! Esse ano temos novos alunos, e como estamos no último ano, participaremos do campeonato intermunicipal. Por isso resolvi fazer uma nova seleção de time, estarei aceitando inscrições para o posto de capitão – o murmúrios de descrença dos membros do time expressava o claro choque do próprio alfa — Vou lhes apresentar os novos membros do time, este é Ohm Prachaya e ao seu lado Plankoo Pirapat, eles iram cursar esse último ano na Gmm, espero que os recebam bem na escola e no time. Agora vamos logo, peguem seus coletes e formem os times – os coletes são distribuídos — Eii, não liga Ale, é fato que você vai continua sendo o capitão – quem toca seu ombro é Mick lhe dando um sorriso com os pequenos dentes de coelho que puxou de seu pai. O garoto era seu amigo a dois anos, e entrou pro clube ano passado por insistência sua, desde então são mais do que amigos — Valeu cara, eu sei disso – lhe devolvendo o sorriso com uma pequena dose de presunção

Os times já estavam formados, e o jogo já havia começado, o tal Plakoon estava em seu time e Alex não podia negar o incomodo que sentia na presença do outro, o garoto era bom no basquete isso era obvio, mas suas atitudes eram intensas demais, como agora por exemplo, quando em uma dividida, ele esbarra com força no ombro de Mick que tinha ficado no time contrario, jogo de corpo era o básico do basquete, mas a forma agressiva como o garoto chegou até seu amigo foi muito desnecessária, causando a pequena explosão de Mick — Ei vai com calma cara, é só um treino – a frase era comum durante o jogo, porem Plankoo parece ter levado pro lado pessoal — O que, o filhote não aguenta a pressão ? – o alfa se aproximou do menor já liberando seus feromônios — Eii qual seu problema !? Ta precisando se tratar – Mick já estava se virando pra dar seguimento no jogo, quando é agarrado pelo colete laranja e tento o outro cara a cara consigo, o tal Plankoo já erguia a mão fechada ameaçando lhe bater, os feromônios do garoto começaram a arder o nariz de Mick que sentia uma espécie de ardência na pele — Já chega – a voz grave e os feromônios que paralisam o alfa briguento vem diretamente de Alex que se aproxima segurando a mão do alfa — Va pro chuveiro se acalmar – olhando fixo nos olhos do garoto, Nut usa sua aura de alfa e todo poder que ele herdou dos pais — Quem é você mandar em mim!!?? – o outro tremia mas ainda mantinha a pose de superioridade — Ainda sou o capitão do time, mas também posso ser o alfa que vai te colocar no seu lugar – a voz de Alex nem treme. Ele não gostava de usar esse seu lado, mas se necessário ele sempre o faria pra proteger aqueles com quem se importava. O alfa bufa, trincando o maxilar e em um só movimento joga Mick no chão caminhando quase correndo em direção ao vestiário — Mick você está bem ? – pergunta Nut reprimindo seus feromônios e esticando a mão pro amigo se erguer — To sim, esse cara é louco – o garoto agora arrumava o colete todo amassado pelas mãos do alfa. E Alex não podia descordar do comentário do amigo, porem algo lhe dizia que tinha algo mais em tudo aquilo, e além da dominância que adquiriu de seus pais, há mais um característica que ele puxou de Gulf... A curiosidade