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Já se passaram algumas horas, agora é oito e meia da noite, tomei meu banho e me troquei, estou pronta para minha missão.
- Uriel, estou saindo agora, daqui a pouco eu volto.
- Lá vai ela, anjinho do papai.- ignorei seu comentário e sai voando pela varanda. Poucos minutos depois achei o apartamento que Angelina morava.
Quando entrei, logo vi ela se arrumando pra sair, provavelmente para alguma festa. Encima da mesa da cozinha, tinha um pacote transparente, acho que é cocaína, algumas cartelas de cigarro e tabletes de maconha.
Ela já estava prestes a sair, me encostei na parede e fiquei esperando ela fechar a porta. Obviamente ela não me viu. Só me vê quem eu quero que me veja.
Tinha em mente vasculhar a casa dela e jogar tudo aqui de ruim no lixo, mas por fim teria que jogar ela própria no lixo.
Resolvi sair e deixar ela voltar, de madrugada eu venho conversar com ela em seus sonhos, é uma das melhores formas para que os humanos acreditem em nós. Esses seres burros e teimosos sempre acham que é alguém fazendo palhaçada.
Voltei para o apartamento de Uriel, fui para meu quarto, coloquei uma roupa confortável e quando estava indo deitar no sofá para assistir tv, Uriel aparece na porta do quarto me olhando com cara de indignação.
- O que pensa que está fazendo?
- Assistindo tv? - falei como se fosse óbvio, porque é.
- Garota, é sábado, vai ficar em casa assistindo tv?
- Sim, tenho que esperar Angelina dormir.- falei voltando a prestar atenção no programa que estava passando.
- Layla, vai se trocar e vamos pra uma boate que tem aqui do lado, anda!
- Está maluco? Uriel, somos anjos, não podemos ficar em festas, pecando igual esses humanos insolentes.
- Layla quanto tempo você não vem para terra? Os tempos mudaram, você precisa conhecer aqui.
- Então foi esse o motivo do seu sumiço? 2 meses aqui na terra, vivendo como se fosse um humano? - olhei com indignação. Como Uriel virou isso?
- Isso que é vida Layla, aqui eu não tenho que ficar babando o ovo do papai, ou cuidando de humanos com a "alma perdida"- fez aspas com as mãos. - Vai, só uma noite, você tem que voltar pro céu daqui uns dias.
Depois de quase uma hora enchendo minha paciência, me rendi.
- Tá, mas que roupa eu coloco?- me dou por vencida indo me trocar.
- Aquele vestido preto e um salto, agora vai logo.- me empurrou para dentro do quarto.
Entrei no quarto, e fui me vestir, logo estava pronta. Não passei maquiagens, porque acho desnecessário. Passei apenas um perfume que Uriel me deu pouco antes de ir ver Angelina.
- Ca-ra-lho!- Uriel disse pausadamente após eu sair do quarto.
- Vamos logo antes que eu desista. - fechei a cara e fui andando até a porta.
Saímos do apartamento e a boate era do outro lado da rua, Uriel mora no centro da cidade mesmo. Entramos na boate e tinha luzes brilhando para todos os lados um cara encima de um palco, presumi que era um DJ, como os humanos falam aqui. Muitas pessoas dançando, algumas se agarrando alí mesmo, meu Deus, não estava entendendo nada!
- Pelo amor do pai, vamos embora Uriel! - disse tentando arrastar ele pra fora de lá.
- A diversão só está começando Layla, agora sossega e vai procurar algo pra fazer.
- Era para eu estar resolvendo o que o papai pediu, e não nessa gaiola das loucas.
- Layla vem comigo, vou te apresentar para algumas pessoas. - saiu me puxando pelo braço, passando por aquele monte de gente, mas continuava dançando conforme a música que tocava. Uriel parou na frente de um grupo de jovens, que entregaram um saquinho com substância duvidosa.-
- Essa é da mais pura que tem, você vai adorar. - um garoto disse a Uriel.-
- Não é pra mim, é pra minha irmã. Ela é muito certinha sabe? Neném do papai. - revirei os olhos quando escutei o que Uriel disse.-
- Gatinha - um dos garotos daquela roda chamou minha atenção.- isso é uma das melhores coisas que vc vai provar, vai se sentir feliz como nunca. - confesso que me assustei um pouco, aqueles olhos esbugalhados encima de mim.-
- O que é isso? - falei pegando o saquinho da mão de Uriel.-
- É cocaína, experimenta.
- Você tá ficando louco? Eu vou embora, já deu dessa loucura.
- Então vai Layla, quando chegar lá no céu, conta pros nossos irmãos como foi bom seu tempo aqui na terra, sua careta. - parei no meio da caminho para escutar.- Para de viver na sombra do pai, para de seguir as ordens dele a todo momento, vai ficar a eternidade subindo e descendo, do céu pra terra, atrás de pessoas que simplismente não acreditam nele? Isso é puro capricho, e você que paga por isso. Acorda Layla, para de ser assim, você nem é uma dos primeiros filhos, você é só um pombo correio. - Aquelas palavras me machucaram de verdade, e senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto.- Daqui alguns dias você vai voltar pro céu, então vive, só hoje pelo menos, você precisa saber e sentir a sensação de que a vida não é só seguir o papai. Depois se você quiser ir embora, é uma escolha sua, mas vá levando consigo o sentimento de viver intensamente pelo menos uma vez. -isso foi um balde de água fria, parece que Uriel se arrependeu da metade assim que fechou a boca, e o grupo de pessoas na nossa frente estavam com uma cara de desentendidos.-
- Vocês são loucos? - uma menina que estava junto deles disse. Ignorei o que ela disse e abri o saquinho colocando um pouco na em uma mesa, dividi em duas carreiras e inalei aquele pó.
- Só hoje, e depois você esquece que eu estive aqui. - olhei para Uriel que arregalou os olhos ao me ver fazendo aquilo.
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Acho que o neném do papai está se revelando kkkkk
Curtam, comentem oq estão achando e me sigam, isso me motiva muito.🧡
